sábado, 18 de janeiro de 2020

Como sabemos que os deuses são imaginários



Em todo o mundo e através do tempo, os seres humanos amaram e adoraram milhares de deuses. Mas, se um deus fosse real e todos os restantes falsos, nós saberíamos. Considere três possíveis benefícios de acreditar num deus:

1) ORAÇÃO
Os crentes em deuses falsos estariam constantemente reclamando que as suas orações nunca são respondidas, enquanto os crentes num deus verdadeiro estariam deliciados com a sua incrível taxa de sucesso.

2) COMUNHÃO
Os que acreditam num deus falso, lamentam o fato de nunca sentirem a presença do seu deus, enquanto que os que crêem num deus verdadeiro conversam com o seu deus diariamente e têm a certeza disso.

3) ORIENTAÇÃO
Os que acreditam num deus falso pedem conselhos ao seu deus, mas ainda assim tomam muitas decisões más, enquanto que os que acreditam num deus verdadeiro percebem que o seu deus habilmente os guia através dos obstáculos da vida.

Seria assim óbvio quais deuses eram verdadeiros e óbvio quais os outros que não são. Mas, aqui está a coisa interessante: não é óbvio! 
Todos os religiosos relatam esses benefícios a qualquer deus que eles adorem. Parece que todos os deuses funcionam igualmente bem!

Temos que concluir que, ou existem milhares de deuses verdadeiros ou então não existem. Mas como os deuses são tão diferentes e são tão contraditórios de várias maneiras, é impossível que todos os deuses sejam reais. Portanto, podemos descartar a opção de que todos os deuses são verdadeiros e nos resta apenas uma opção: nenhum é verdadeiro.

O fato de todos os deuses trabalharem igualmente bem é uma evidência clara de que todos são igualmente imaginários. Os benefícios relatados de orações respondidas, comunhão e orientação, podem ser nada mais que imaginação com uma grande dose de viés de confirmação.

Existe alguma outra conclusão razoável?


Texto de Bill Flavell

quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

Foi deus quem me criou?



Se achas que foi deus quem me criou, sugiro que te perguntes que idade tinha eu quando deus me criou.

Por exemplo: deus fez-me ao um ano de idade e, depois disso, deixou os processos biológicos normais me desenvolvendo até onde eu estou hoje?

Não, isso não faz sentido. Se a biologia faz tudo desde o segundo em que eu cheguei ao um ano de idade, por que não poderia fazer tudo no segundo antes de eu ter esse ano de idade? Se rastreares isso de volta atrás, um segundo de cada vez, não encontrarás um momento em que a biologia possa lidar desse momento para a frente, mas não desse momento para o anterior.

Eventualmente, poderia-se voltar ao ponto em que o esperma e o óvulo eram entidades separadas. Elas se juntam e o óvulo se divide em duas células unidas. Deus fez com que o óvulo fertilizado se dividisse? Deus também é desnecessário aqui. Este é um processo biológico que ocorre em todos os seres vivos, desde bactérias, passando por formigas até aos seres humanos.

Deus decidiu que o esperma fertilizaria qual óvulo? Também não há necessidade de deus aqui. O ambiente do útero e as estatísticas determinam o resultado da corrida para fertilizar um óvulo. Nas clínicas de fertilidade que utilizam o processo de Injeção Intracitoplasmática de Espermatozóides (ICSI), um embriologista toma essa decisão, e não são necessários poderes semelhantes aos de deus.

Deus então criou o esperma ou o óvulo? Não, pois sabemos que estes são feitos por processos puramente biológicos naturais.

Então, quando as pessoas religiosas argumentam que deus me criou, o que elas querem dizer? Não há lacunas no processo que exijam uma intervenção divina. Talvez elas apenas queiram dizer que deus projetou os processos biológicos? Nesse caso, deus não me criou, a biologia me criou.

E, se os crentes desejam argumentar que deus projetou os processos, eles precisam de provar isso. O que é um grande problema pois essas pessoas não conseguem provar que existe qualquer deus.

Sem um deus, não pode haver processos criados por deus. E disso tenho a certeza.


Traduzido e adaptado de Bill Flavell