segunda-feira, 30 de abril de 2018

Jesus e os acontecimentos após ressurreição - Parte IV



Fechando esta pequena série de textos sobre a historicidade de Jesus baseada nas únicas fontes de "informação" disponíveis, chega-se aos acontecimentos durante e pós ressuscitação de Jesus, demostrando-se como esta personagem já é um mito, tal como se aponta dados que colocam em apuros a doutrina da Igreja Católica.

"Perante este inspirado testemunho de Mateus sobre o que se passou a seguir á morte do messias judeu:
“Jesus, dando, de novo, um forte grito, expirou. A cortina do templo rasgou-se de alto a baixo em duas metades, a terra tremeu e fenderam-se as rochas; abriram-se os túmulos, e muitos corpos de santos que dormiam ressuscitaram e, saindo dos sepulcros, depois da ressurreição d’Ele, vieram à cidade santa e apareceram a muitos. O centurião e os que com ele guardavam Jesus, vendo o abalo de terra e tudo o que havia sucedido, tiveram realmente medo e disseram: Verdadeiramente, este era o filho de Deus” (Mt 27,50-54).

Só se pode tirar uma de duas conclusões: ou o relato é uma refinada mentira. O que faz do resto da história da ressurreição uma pura invenção, ou a humanidade de então denotava inimagináveis índices de estupidez. Uma convulsão como a relatada ter-se-ia difundido em todo o Império Romano como a “notícia do século”. Teria, de certeza, arrastado em peregrinação até á cruz do suplício todos os habitantes do império, judeus e romanos sem excepção, o sumo-sacerdote e o imperador incluídos, para reconhecer no executado o único e verdadeiro “filho de Deus”, a exemplo do que sucedera com o centurião e os seus soldados. Em vez disso, o que se viu? Ninguém se deu por tido nem achado numa sociedade faminta de deuses e de prodígios, nem se espalhou o pânico pela população, sobretudo numa altura em que uma boa parte dos judeus esperava o iminente fim dos tempos, ocorrência que o próprio Jesus tinha também acreditado, nem conseguiu sequer que os apóstolos suspeitassem que mesmo à sua beira algo de maravilhoso se estava a passar. O cúmulo do absurdo, em suma.

Além do mais, como poderiam passar despercebidos e sem criar alvoroço os muitos santos que, segundo Mateus, saíram dos túmulos e se passearam no meio dos habitantes de Jerusalém? Uns santos que ninguém sabe quem sejam, qual o motivo da sua santidade, quem os terá reconhecido e a quem terão aparecido e que, como diz explicitamente o texto, ressuscitaram antes do próprio Jesus, facto que por si só invalida toda a doutrina sobre a ressurreição dos mortos. Com efeito, esta só é possível enquanto consequência da ressurreição de Jesus e não ao contrário. Os santos ressuscitados de Mateus acabaram por constituir, assim, um quebra-cabeças para a própria Igreja."


Extrato do livro Mentiras Fundamentais da Igreja Católica, de Pepe Gonzalez

domingo, 29 de abril de 2018

Jesus e a ressurreição - Parte III



Já foram dedicados dois textos à historicidade possível de Jesus usando os evangelhos, a única fonte possível e disponível. E chegamos a um dos pontos chaves da crença cristã, a ressurreição. Eentão, o que temos sobre ela, o que sabemos realmente?

"Quando um profano em mistérios teológicos começa a ler as passagens neotestamentárias que relatam a ressurreição de Jesus – que é o episódio fundamental em que se baseia o cristianismo para demonstrar a divindade de Jesus -, espera encontrar uma série de relatos pormenorizados, sólidos, documentados e, sobretudo, concordantes entre si. Acontece, contudo, que é justamente a impressão contrária que lhe transmitem os textos dos quatro evangelistas. São a tal ponto contraditórios os relatos de Mateus, Marcos, Lucas e João que, se as suas declarações fossem apresentadas num qualquer tribunal de justiça, nenhum juiz poderia aceitar os seus testemunhos como base probatória exclusiva para emitir uma sentença. Basta comparar os relatos que nos apresentam para nos apercebermos da fragilidade da sua estrutura interna e, portanto, da sua escassa credibilidade.

Se resumirmos a cena, tal como a atestam os quatro evangelistas inspirados pelo espírito santo, obteremos o seguinte quadro:

- Em Mateus, as mulheres vão ver o sepulcro; dá-se um abalo de terra; desce do céu um anjo, remove a pedra que tapa a entrada do túmulo e senta-se nela; e deixa os guardas [romanos] “como mortos”.

- Em Marcos, as mulheres (que não só as Marias, dado que Salomé se lhes junta) vão ao túmulo na intenção de ungir o corpo de Jesus; não há abalo de terra; a pedra da entrada já se encontra removida; dentro do túmulo encontra-se um jovem sentado à direita; não há rasto de guardas.

- Em Lucas, as mulheres (as duas Marias e Joana, que substitui Salomé, e “as demais que estavam com ela”) levam unguentos; também não há qualquer abalo de terra nem guardas; aparecem dois homens, aparentemente vindos do exterior do sepulcro; anunciam ás mulheres que Jesus aparecerá aos discípulos em Emaús (e não na Galileia como é afirmado nos dois textos precedentes); Pedro constata de visu a prodigiosa ocorrência.

- Em João, há apenas uma mulher; Maria Madalena, que, no entanto, não vai ao túmulo com a intenção de ungir o corpo; não vê ninguém no sepulcro e corre a avisar não um mas dois apóstolos, que atestam o sucedido; depois disso, enquanto Maria, no exterior do túmulo, chora, aparecem dois anjos sentados, um à cabeceira e outro aos pés, no lugar onde estivera o corpo do crucificado; Jesus aparece à mulher nesse mesmo momento.

Em resumo, os quatro evangelistas coincidem todos em dois pontos apenas: no desaparecimento do corpo de Jesus e nas vestes brancas e luminosas que trazia vestidas o transformista anjo-jovem-dois homens-dois anjos.

Não é preciso ser ateu ou maldoso para chegar à evidente conclusão de que estas passagens não possuem a mais pequena credibilidade. Não há nada que justifique a existência de tantas e de tão graves contradições em textos supostamente escritos por testemunhas diretas, redigidos todos eles num lapso de tempo de uns trinta anos a quarenta anos (entre o primeiro, Marcos, e o último, João), e inspirados por Deus… excepto se se tratar de uma pura elaboração mítica forjada para completar o perfil da personalidade divina de Jesus. Ao assimilá-la ás proezas lendárias dos deuses solares jovens e expiatórios que o haviam precedido, , a figura de Jesus podia competir com o seu mais direto rival de então, Mitra, que tivera um nascimento idêntico ao que lhe será atribuído e que, tal como ele, ressuscitou também ao terceiro dia."

Continua...

Extrato do livro Mentiras Fundamentais da Igreja Católica, de Pepe Gonzalez

sábado, 28 de abril de 2018

Jesus, a sua historicidade pela bíblia - Parte II



Como foi descrito no primeiro texto, tudo o que se sabe da vida de Jesus, resume-se aos evangelhos, sendo que o que há para além deles, deixam profundas dúvidas sobre a sua autenticidade e credibilidade.

Voltando então aos evangelhos, o que podemos então saber sobre o nascimento de Jesus, acontecimento importantíssimo pois deve ser descrito como é que o ser divino é concebido, como foi a sua infância, sua vida antes do início da pregação, a sua pregação, porque foi acusado e executado.

"Tenha sido gerado ou não por uma virgem, o facto, portanto, é que Jesus nasceu. Dado aparentemente simples, dir-se-ia. Acontece, no entanto, que sobre ele não há concordância entre as duas "biografias" de Jesus. Se pegarmos em Lucas, poderemos ler: "E aconteceu naqueles dias que saiu um decreto da parte de César Augusto, para que todo o mundo se alistasse (Este primeiro alistamento foi feito sendo Quirino presidente da Síria). E todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade. E subiu também José da Galiléia, da cidade de Nazaré, à Judéia, à cidade de Davi, chamada Belém (porque era da casa e família de Davi), A fim de alistar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. E aconteceu que, estando eles ali, se cumpriram os dias em que ela havia de dar à luz. E deu à luz a seu filho primogênito, e envolveu-o em panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem." (Lucas 2,1-7)

Sabendo-se que o recenseamento foi realizado por Públio Sulpício Quirino, em 6,7 d.C.,como consta na crónica histórica de Flávio Josefo, é evidente que essa foi a data de nascimento de Jesus. Mas, se pegarmos em Mateus, leremos que Jesus nasceu nos finais do reinado de Herodes, o Grande (Mateus 2,1), que morreu em 4 d.C. e que José e Maria se estabeleceram na Galileia depoi do nascimento de Jesus, e não antes. Assim, logo de entrada, temos de situar o nascimento do Messias entre duas datas, afastadas entre si uns dez anos ou mais, e localizar a residência de seus pais em dois pontos opostos da Palestina. Nada mal como resultado: e temos nós apenas dois biógrafos canónicos da infância de Jesus e um só Espírito a "inspirá-los".

Na opinião da maioria dos peritos, Jesus nasceu provavelmente numa data compreendida entre 9 e 5 a.C., no meio judeu da Palestina e viveu em Nazaré, uma modesta cidade da Galileia, onde trabalhou no ofício familiar de carpinteiro-pedreiro, até uma idade compreendida entre os 30 e os 40 anos, altura em que parte ao encontro de João Batista. Pelo ofício que tinha, situar-se-ia provavelmente entre as classes médias palestinas, o que o pôs inevitavelmente em contato com os judeus fariseus e o partido que constituíam, do qual esteve certamente muito próximo, sem, no entanto, ter chegado a militar nele.Parece igualmente evidente que conheceu em profundidade a seita dos essénios e as ideias que professavam, já que algumas delas são axiais no seu discurso político.

Sobre o nascimento e a infância de Jesus, dispomos apenas dos dados que nos são apresentados pela sua "biografia" mítica, dados que obviamente não podemos reter para definição da historicidade do personagem humano. Também desconhecemos por completo a vida que terá levado antes da sua aparição em público como pregador. Ou seja, as escassas referências biográficas de Jesus - segundo as passagens do Novo Testamento que podem ter tidas por presumivelmente históricas -, começam apenas quando, por motivos desconhecidos para os historiadores, Jesus deixa Nazaré, a sua família e o seu meio social e se vai encontrar com João Batista na ribeira do Jordão.

Jesus passou uns tempos com João Batista, chegou até a ser tomado por seu discípulo,(...).
Entretanto, numa data compreendida entre 28 e os finais de 35 d.C., João Batista foi preso e imeditamente executado. Jesus que já se havia afastado do seu círculo, assumiu a continuação da missão de João, ampliando, contudo, o seu âmbito. Deixou de batizar e começou a propagar que o "reino de Deus" não era algo que estivesse por vir, mas que, pelo contrário, já viera.

Sabendo que se dirigia a massas desesperadas, Jesus não só começou a fazer curas - como, aliás, ainda hoje fazemos xamanes-, como a reduzir as exigências da Lei, centrando estas no amor a Deus e ao próximo.

Voltando um pouco atrás na biografia do Jesus histórico, constataremos que em questões particularmente sensíveis não dispomos de qualquer informação. Assim, por exemplo, ignoramos se Jesus foi casado ou ficou sempre solteiro. A Igreja sustenta contra ventos e marés que Jesus foi celibatário e nisso se baseia para impor o celibato obroigatório ao clero. A afirmação da Igreja é uma especulação sem qualquer fundamento. Sabemos igualmente que teve um ambiente familiar normal, com irmãos e irmãs, e que aqueles, conforme afirma Paulo (I Cor 9, 3-5), se encontravam casados. Sabemos ainda que Jesus, como judeu que era, estava submetido à lei judaica e que esta impunha a todos os indivíduos, sem excepção,o casamento. A tradição judia não valorizava o celibato, razão por que é praticamente inimaginável que, dada a cultura de então, um celibatário pudesse alcançar credibilidade ou prestígio social. Na idade em que começou a pregar - a menos que sofresse (ou tivesse sofrido) de alguma deformação física terrível, hipótese em que lhe teria sido impossível ganhar ascendência sobre as massas-, Jesus seria certamente casado e teria seguramente filhos.

Quando deixou Nazaré para começar a sua vida messiânica, deixou igualmente a sua família. É, pois, provável que tenha deixado para trás esposa e filhos, como consta, aliás, que fizeram alguns dos seus discípulos, o que não era nada de anormal nem de socialmente criticável, nos dias de então. Seja como for, especulações à parte, nunca poderemos ter certezas sobre qual terá sido o seu estado civil. É, de facto, paupérrima a informação de que dispomos sobre Jesus.

Depois de ter dedicado algum tempo da sua vida - entre um a três anos- à pregação da sua mensagem, Jesus - numa data compreendida entre o ano 30 e a Primavera do ano 36 - foi preso, acusado do delito de rebeldia face à autoridade imperial romana por se ter autoproclamado "rei dos Judeus" e, consequentemente, executado. É possível que as pressões exercidas pelo Sinédrio judeu, escandalizado com o facto de Jesus reivindicar para si a dignidade messiânica e a realeza davídica, tenham pesado consideravelmente no referido desenlace, na medida em que forçaram e aceleraram a sua detençao. Mas de modo algum, no entanto, quanto à decisão relativa à sua morte.

Na manifesta atitude de resignação com que, tudo leva a crer, Jesus aceitou a inevitabilidade da sua execução, pode ter pesado bastante a sua absoluta convicção de que o fim do mundo e o consequente advento do "reino de Deus", estava para muito breve. Sobre este facto fundamental, a única informação que aduz o Novo Testamento é que Jesus foi crucificado depois da execução de João Batista, durante uma Páscoa, sendo Pôncios Pilatos governador da Judeia e Caifás, sumo sacerdote. Ora, o consenso hoje existente entre os peritos é que foi no ano 35, uma data bastante plausível, para situar a morte de João Batista. Por outro lado, visto que Pôncio Pilatos e Caifás deixaram as suas funções no ano de 36, podemos considerar como bastante plausível a data proposta pelo erudito Hugh J. Schonfield para a crucificação de Jesus, ou seja, a Páscoa do ano de 36.

Se relacionarmos esta data com a data provável do nascimento de Jesus (entre 9 e 5 a.C.), é evidente que este não pode ter morrido aos 33 anos, como defende a tradição, mas numa idade mais avançada e que se situaria entre os 45 e os 41 anos."

Continua....


Extractos do livro Mentiras Fundamentais da Igreja Católica, de Pepe Gonzalez

sexta-feira, 27 de abril de 2018

Jesus, o mito - Parte I



Apesar dos milhares de livros que já se escreveram sobre Jesus de Nazaré, é tão pouco o que se sabe acerca da sua vida real, que muitos investigadores continuam a alimentar sérias dúvidas sobre a sua historicidade. A nossa principal fonte de informação sobre a sua existência são os Evangelhos, mas estes, sendo por natureza confissões de fé, são textos apologéticos, mitificados, com tantos vazios e silêncios inexplicáveis, que qualquer historiador, que se pretenda rigoroso e objetivo, tem dificuldade em os aceitar.

Nas fontes pagãs (Suetónio e Tácito), deparamos apenas com umas vagas referências indicando que no século II era comum a crença de que Jesus tinha sido uma personagem real. Nas fontes judias antigas, Jesus é brevemente mencionado no Talmude e numas tantas passagens da obra do historiador Flávio Josefo. Nessas passagens, no entanto, a imagem que nos é dada de Jesus em nada difere da que nos é transmitida pelos Evangelhos, razão por que são precisamente sobre essas que incidem as dúvidas dos peritos quanto à sua autenticidade. Interrogam-se sobre se não serão acrescentos posteriores cristãos, introduzidos com o intuito de beneficiar da autenticidade histórica que conferem os textos de Josefo. Restam assim, como fontes exclusivas, os quatro Evangelhos, obras muito duvidosas,…, e notavelmente contraditórias entre si.

No entanto, dado que os Evangelhos começaram a ser escritos uns quarenta anos depois do desaparecimento de Jesus, parece bastante razoável afastar a hipótese de se tratar de uma personagem inventada. Com efeito, quando se recolheu a tradição oral sobre Jesus, pouco tempo tinha, de facto, decorrido sobre a sua vida e a memória coletiva, especialmente a dos opositores, teria denunciado publicamente o embuste. Aceitaremos, pois, a historicidade de Jesus. Tal não nos dispensará de separar nos textos o possivelmente real do evidentemente mítico e, por razões de mera prudência intelectual, limitar-nos-emos a aceitar como muito provável apenas os dados dos Evangelhos que quadrem razoavelmente bem como as informações históricas comprovadas.

Continua… 

Extrato do livro Mentiras Fundamentais da Igreja Católica, de Pepe Gonzalez

quinta-feira, 26 de abril de 2018

Frequentar igrejas não te faz ser melhor que ninguém!



Caráter, respeito, consciência e honra não se adquirem na “casa de deus”! Ou você tem, ou não tem!

Tirando o fato da necessidade que todos temos de nos socializarmos com outros indivíduos da mesma espécie e da necessidade de conseguirmos parceiros para acasalamento e procriação (necessidade essa que também pode ser sanada em qualquer outro grupo social), podemos nos perguntar: qual o verdadeiro motivo de irmos constantemente, quase que de modo obrigatório a “casa de deus”? Qual a real importância de nos submetermos a um líder religioso semelhantes a nós mesmo (e na maioria dos casos com um nível de caráter bem inferior ao nosso), de lhe rendermos obediência cega como se fosse o próprio deus em pessoa, de doarmos um percentual de tudo o que ganhamos e de nos submetermos a todo tipo de humilhação ou abuso que esse intente fazer?

Qual o propósito de vivermos de modo hipócrita, ensinando uma coisa e vivendo outra, criando segregacionismo, separando pessoas, inflando falsamente o ego de outras, fazendo-as pensar que são melhores que as demais só por fazem parte de um agrupamento humano semelhante a qualquer um outro apesar de ter uma faixada diferente?

Quem não estar filiado a algum tipo de igreja pode ser considerado como sendo uma pessoa do mal, sem deus, sem paz, imoral e como passagem direta ao inferno? Desde quando “servir a deus” nos moldes bíblicos é sinal de pureza, santidade, boa conduta, moralidade, intenção de paz, justiça e equidade entre os povos?

Não é isso que estar escrito no antigo testamento. Não é isso que a história secular tem a relatar sobre como tem se comportado as lideranças eclesiásticas e boa parte dos integrantes das 3 religiões que seguem o deus mesopotâmico venerado por Abraão! Tanto a bíblia como a história secular contam coisas opostas e diferentes quanto a personalidade e caráter do deus cultuado e do comportamento dos que o seguem. Podem até mentir, maquiar, ou contar a história por outro ponto de vista, a própria é a principal fonte de informação quanto a esse assunto.

A necessidade de se achar superior a qualquer agrupamento humano é que cria na mente dos que se dizem fiéis a esse tipo de crença, a falsa sensação de que estão no melhor lugar do mundo, fazendo a coisa mais certa do mundo e que por isso são melhores do que qualquer pessoa no mundo e que vão para o céu e coisa e tal, mesmo portando um livro em suas mãos que por meio dos relatos dos seus “heróis da fé” provam totalmente o oposto disso.

Mesmo se reunindo diariamente para promoverem por meio de seus rituais religiosos o desamor, a ganancia, a inveja, a cobiça, a discórdia, o preconceito e todo tipo de sentimento que levem as pessoas a se afastarem daquilo que realmente poderia ser considerado como sendo o verdadeiro conceito de “santidade” e “divindade” os que se reúnem foram ensinados que estão fazendo a coisa mais certa do mundo. Grande engano!

Todos os atos comuns ou abomináveis praticados em qualquer outro agrupamento humano pode ser visto pelos membros e líderes de agrupamento religioso como algo fútil, pecaminoso, desnecessário ou mortal. As mesmas coisas e coisas piores ainda que são praticadas ou provocadas na “casa de deus” é visto como algo sagrado, importante, que vai ajudar o homem a se encontrar com deus. Vender agua de pote na feira como se fosse objeto de cura é motivo de cadeia. Vender agua de pote numa igreja como sendo objeto de cura é motivo de aplausos. Fazer grave ameaça a vida e ao direto de ir e vir de qualquer cidadão é crime, sujeito a reclusão. Fazer grave ameaça a vida e ao direto de ir vir usando a bíblia ou dentro de uma igreja é sinal de cultura, sabedoria, inteligência e boa escolha. Uma mesma ação pode ser banalizada, criminalizada ou sacralizada, só depende onde foi realizada, compreende?

Há uma conivência silenciosa, um pacto sinistro mantido entre todos os que frequentam esse tipo de lugar, de chamar de santo aquilo que não é, de chamar de bom o que é ruim, e de chamar de vital aquilo que só faz mal ao usuário e aos que vivem ao redor deste. Se não fosse pelo estímulo a ignorância, a criação e manutenção de uma culpa desnecessária por um “pecado” que nunca cometemos e pelas ameaças de inferno e maldição a todos os que estão fora desse “aprisco” esse tipo de agrupamento humano já não existiria há muito tempo. E você ai afirmando que é deus quem sustenta sua igreja...

Se a igreja fosse considerada abertamente como um tipo de clube social, um lugar onde as pessoas pudessem ir espontaneamente para comungar um ideal, paquerar, conhecer outras pessoas ou juntas realizarem propósitos maiores sem afiliação obrigatória e sem ameaças de maldições, morte e inferno, não poderíamos jamais escrever textos como esses criticando ou questionando o propósito de sua existência. Todo mundo sabe exatamente o que esperar quando entram em um bar, boate, cabaré, casa de jogos, casas comerciais, etc. Nenhum desses se põe como palatinos da moralidade humana, nem seus frequentadores costumam sair por ai fazendo proselitismo, segregacionismo que são os únicos e verdadeiros e todos os outros locais semelhantes são falsos.

Mas como a igreja “santa”, por meio de seus representante se declara como casa de deus, lugar onde deus habita, lugar de paz verdade e justiça, sustentáculo da moralidade humana, o “bonde” da salvação, e o lugar mais seguro e apropriado que uma família inteira possa estar, nesse caso, mediante a todo exemplo contraditório a essas declarações que todos os dias podemos observar acontecendo nessas casas, a toda futilidade e inutilidade de ritos voltados a bajulação e veneração de seres do imaginável coletivo e a todo tipo de burrice, bizarrice e carnificina que já fora cometida em nome de deus, com ordenanças tais partidas a princípio em uma dessas casas, nos colocamos diante da razão e da lógica dos fatos para nos argumentos sobre tais assuntos e pensarmos juntos em uma resposta inteligente.

Podemos mais uma vez nos perguntarmos: qual o propósito disso tudo? Onde isso nos levará? O que aconteceria se não fosse assim? Como nossa sociedade estaria, se ao invés de doarmos recursos e atenção desnecessária para seres do imaginário coletivo que de nada precisam por serem completos e imortais, utilizássemos esse tempo e dinheiro gasto com os deuses para ajudar pessoas reais, carentes de atenção e recursos reais? Onde nossa sociedade estaria no que diz respeito ao avanço cientifico, social e coletivo se não fosse as represálias cometidas pela igreja da idade média e ainda atualmente? Qual o futuro da humanidade se ainda nos mantivermos nesse baixo nível de consciência?

Caso o “povo de deus” não tenha percebido, a casa de deus vai de mal a pior a cada dia, pois todo tipo de comércio pode ser feito lá dentro desde os mais antigos tempo até os dias atuais: do comércio de sexo ao de pessoas; de armas as drogas; de caráter a moral; de compra de votos a vendas de indulgencias; de lavagem de dinheiro a ocultação de divisas...

Se deus existe, parece que ele abandonou esse tipo de casa há muito tempo. E isso não é final dos tempos nem da volta de jesus não! É burrice, conformismo e conivência silenciosa mesmo! Tudo muda ao nosso redor quando compreendemos o mundo e mudamos nossa perspectiva. Mas como um crente vai mudar a própria mentalidade se o mais mortal de todos os pecados é pôr o cérebro pra funcionar! Obedecer e ter fé é sinal de inteligência. Pensar nas próprias ações e reações e sobre os argumentos que sustentam a própria fé é sinal de fraqueza, de rebeldia, de que o diabo entrou no coração da pessoa que o fim desta é a perdição. Desse jeito nunca, jamais haverá mudanças. Muda-se os deuses venerados, muda-se as épocas, muda-se os seguidores, as placas das igrejas mas o princípio é o mesmo: crer, obedecer, ser trouxa, capacho, escada para outros subirem e banquinho para outros sentar.

Em nossa sociedade ocidental, criou-se e manteve-se por dezenas de séculos a ideia mentirosa e deslavada de que o bem estar presente, e a salvação futura de qualquer pessoa nascida viva ou morta que já tenha saído do útero de uma mulher, dependam exclusivamente da benção de alguma liderança religiosa ou da frequência e afiliação a uma das várias modalidades de “casa de deus”. Nunca houve uma mentira maior, mais lucrativa, mais duradora e mais opressora do que essa: a de que precisamos estar em uma igreja para sermos salvos, sermos bom, termos caráter, moralidade ou sermos considerado gente boa para a sociedade. O oposto disso é boa parte dos casos é que é a verdade de fato.

A igreja vende a salvação aos homens e os seus representantes na terra são os responsáveis em cobrar o pedágio pela sua longa ou curta estadia nessa vida, e de se julgarem seus donos. Qualquer ser vivo que respira ou se mexe nesse planeta, a igreja se considera ainda que de modo indireto como sendo possuidora deste e que pode decidir o destino desse para o bem ou para o mal, principalmente a raça humana. A igreja vive mais para amaldiçoar do que para abençoar. A felicidade dos “servos de deus” consiste mais em saber que outros irão para o inferno do que se eles mesmo irão para os céus!

Como pode ser considerado casa de deus, um lugar onde a mentira, o engano e o perjúrio tem reinado desde a sua fundação?

Como pode ser casa de deus, um lugar onde a ciência, a inteligência, o conhecimento e todo tipo de habilidades humanas que possam nos conduzir a um estado mais avançado como povo e como homem tem sido duramente criticado, suplantado e proibido de forma discreta ou indiscreta desde o seu nascimento?

Como pode ser chamado de casa de deus um local onde os Direitos Universais do Homem é desprezado e as constituições de qualquer sociedade civil organizada é considerada lixo, quando para oprimir o povo dizem que a bíblia é superior, a maior de todas as constituição e a mais perfeita de todas as leis? Como pode ser casa de deus o lugar onde a liberdade de ir e vir é monitorada, a liberdade de expressão e questionamentos é censurada e a liberdade de escolha é infringida por grave ameaça de maldições, inferno e morte?

Como pode ser casa de deus um local onde uma simples pergunta a respeito da própria fé ou do caráter da liderança podem trazer consequências irreparáveis para aquele o fez e a partir de então tratá-lo pelo resto da vida como se fosse escória, sendo que a depender da pergunta ou “ofensa” cometida aos “ungidos” do senhor, esse tratamento malévolo pode se estender a todos os familiares do questionador e a todos que ouvindo a pergunta feita, deu-se a entender na ocasião que se puseram a pensar sobre o assunto?

Sou levado a pensar, que se o diabo existe, os truques mais sujos e as artimanhas mais macabras ele aprendeu dentro da casa de deus e alguns dos “ungidos do senhor” é que são na verdade seus mestres.

Dentro dos locais considerados como sendo sagrados, chegam a acontecer coisas que até o diabo duvida de tamanha criatividade e malícia no arquitetar e executar dos planos tudo isso acontece justamente por criou-se e manteve a ferro e fogo a falsa ideia de que tudo que uma liderança religiosa faz é dirigida ou guiada por deus. Assim qualquer plano que eles venham estabelecer ou executar todos dirão amem!

Para se defender, acusar, garantir domínio de território e de vidas humanas, algumas lideranças religiosas se comportam exatamente como se fossem membros do crime organizado e mesmo assim são considerados exemplos sociais a serem seguidos. Leiam a bíblia, estudem a história secular, ou participem de alguma reunião ministerial fechada, destinadas apenas a obreiros de alto escalão e tirem suas próprias conclusões. A preocupação maior da alta cúpula na maioria dos casos é somente em encher os bolsos e controlar a vida dos incautos! E você ai acreditando que eles velam pela sua alma. Vai pensando...

Se pesquisares a fundo na história bíblia e secular onde o deus bíblico tenha sido apresentado, verás que antes de cometerem invasões, carnificinas ou darem inícios a guerras sem sentidos, políticos e ditadores poderosos se reuniram na “casa de deus” ou com “homens deus”, para tomar seus conselhos ou serem abençoados por eles.

Do mesmo modo que os cruzados levavam suas espadas para serem ungidas pelos padres quando iam promover as chamadas “guerras santas”, até hoje em alguns lugares do mundo cristão, armas de fogo são trazidas à casa de deus para serem ungidas pelo líder maior, para que os membro possam ter um “fuzil abençoado” um “escopeta abençoada” e outras coisas mais abençoadas. Sem falar que os próprios líderes ungem qualquer tipo de porcaria comum ou inútil e vendem aos fiéis como se fosse manjar de dos deuses, amuletos de sorte e afins. Quem tem um deus conivente com esses tipos de acordos, nem precisa mais temer o diabo ou inferno: ele será seu próprio inimigo, só depende quem lhe rede mais adoração ou paga um dizimo mais alto.

Diferente do que se dizem nessas casas, ninguém precisa frequentar igrejas ou aceitar a jesus para “ser santo” ou ter caráter. Caráter, honra e respeito são coisas internas e pessoais ou passadas de pai para filho, de geração para geração. É possível também aprender ou absolve-las por assimilação convivendo com outras pessoas que realmente possuam tais características. É possível perdê-las, entrar em colapso ou optar pela anarquia quando a inércia e a corrupção toma conta das autoridades civis. Levantar a mão e aceitar a jesus ou frequentar igreja não põe caráter em ninguém.

Qualquer homem que diga precisar de deus ou de uma igreja para ter caráter, ter bom senso ou fazer o que é certo sem trazer prejuízos a outros não passa de um hipócrita, mentiroso ou desconhece o próprio potencial humano. A moralidade humana ultrapassa a dos deuses, pois estes é quem são seus verdadeiros criadores e não o contrário.

Se há um lugar em que se faz necessário visitarmos diariamente com frequência, esse lugar se chama nossa consciência! Se há um templo que precisamos conhecer melhor, limpar e cuidar, esse templo se chama nosso corpo, essa casa qual habitamos temporariamente. Se há um ser que precisa de respeito tanto quanto nós mesmo esse ser é o nosso semelhante!

Mediante esse entendimento toda necessidade de culto aos deuses se faz desnecessária. Todo temor irracional a seres do imaginário desaparece. O medo de ameaças e maldições proferidos pelos que vivem do comercio da fé vai a falência e poderemos conviver melhor conosco e com toda criatura viva ao nosso redor.

Caráter, honra e respeito são coisas que a igreja não tem a ofertar já que tudo depende da aprovação dos deuses e de seus representes. Pensem nisso!

Saúde e sanidade a todos! 

Texto de Antonio Ferreira Bispo, graduando em jornalismo, Bacharel em Teologia, estudante de religiões e filosofia.

terça-feira, 24 de abril de 2018

A missão dos ateus




Cada dia me convenço mais de que os debates entre crentes e ateus não tem nenhuma relação com uma troca de argumentos sobre a existência ou não de Deus.

Na verdade, trata-se de um longo processo de defesa dos ateus de conceitos já dominados, as vezes há séculos, pela filosofia e ciências modernas.

Penso que a maioria dos crentes simplesmente não assimilou o processo de desenvolvimento da filosofia e das ciências a partir do Iluminismo.

Permanecem “parados” mais ou menos no final da Idade Média.

Embora vivam no Mundo moderno, os crentes não o compreendem. Mesmo alguns muito esclarecidos tem dificuldade de compreender os processos mentais por que passaram os filósofos e cientistas da modernidade.

Tentam entender o Mundo moderno por critérios e métodos da Idade Média e assim, mesmo lendo filósofos modernos, não os entendem. Passam a “reinterpretar” a modernidade por meio de critérios da Escolástica decadente do século 14.

segunda-feira, 23 de abril de 2018

Sol Invictus, Mitra e Jesus




Com efeito, existe documentação comprovativa de que o próprio imperador Constantino (306-337), que impôs a Igreja Católica romana, mandou realizar sacrifícios em honra do Sol, cunhou moedas com a frase “Soli Invictus Comiti, Augusti Nostri”, ordenou que os seus exércitos recitassem todos os domingos (o dia do Sol) uma prece ao “Deus que dá a vitória”, etc. Quando o seu segundo filho, Constâncio II (337-361), chegou ao poder, o culto rendido a divindades pagãs passou a ser proibido sem excepção e o papa Libério, substituiu a celebração do nascimento do Sol Invictus Mitra pelo do nascimento de Jesus. Constâncio morreu quando se preparava para enfrentar Julião (361-363) que havia sido proclamado imperador pelas legiões e a quem a igreja, já poderosa, pusera o nome de Apóstata por ter tentado restabelecer a heliolatria.

A partir de então, a figura mítica solar de Jesus Cristo destronou a do Sol Invictus, apesar de a ter abundantemente plagiado, e passou a ocupar o lugar que esta ocupara, adaptando a sua própria forma exterior ao sólido molde de crenças lendárias que havia deixado o culto pagão. A documentação existente comprova, com efeito, que Mitra nasceu de uma virgem, num 25 de Dezembro, numa cova ou numa gruta, que foi adorado por pastores e magos, foi perseguido, fez milagres, foi morto e ressuscitou ao terceiro dia… e que o rito central do seu culto era a eucaristia, uma eucaristia cuja forma e fórmulas verbais são em tudo idênticas às que acabaria por adoptar a Igreja cristã.

São de tal modo idênticos o ritual pagão de Mitra e o supostamente instituído por Jesus, que São Justino (c. 100-165), na sua Apologia, ao defender a sua liturgia cristã perante a pagã, se vê obrigado a tentar inverter a realidade e a encobrir o plágio cristão afirmando que “a imitação do qual [a eucaristia cristã], foi o próprio diabo a fazê-lo com os Mistérios de Mitra, pois vós sabeis, ou podeis saber, que eles também tomam pão e uma taça de vinho nos sacrifícios em que participam os iniciados e pronunciam certas palavras a esse respeito”. A astúcia do diabo, conforme a pinta Justino, não é muito habitual. Não é todos os dias que se vê o diabo instaurar a eucaristia cristã num culto pagão centenas de anos antes que alguém, incluindo os próprios profetas de Deus, pudesse imaginar que uma seita judia sem importância acabaria por se converter na poderosa Igreja Católica romana!

Extrato de "As Mentiras da Igreja Católica", de Pepe Rodríguez

A doutrinação de mentiras




Como a maioria de vocês, fui criado entre pessoas que sabiam — que estavam convictas. Não tinham motivos para questionar ou investigar. Não tinham dúvidas. Sabiam-se possuidoras da verdade. Em suas crenças não havia suposições, não havia talvez. Elas tinham a revelação de Deus. Conheciam o início de tudo. Sabiam que Deus havia começado a criação numa segunda, quatro mil e quatro anos antes de Cristo. Sabiam que na eternidade anterior àquela manhã ele não havia feito nada. Sabiam que ele levou seis dias para criar a Terra — todas as plantas, todos os animais, toda a vida e todos os globos que giram no espaço. Sabiam exactamente o que havia feito em cada dia e quando descansou. Sabiam qual era a origem, a causa do mal, de todos os crimes, de todas doenças e da morte.

Conheciam não apenas o começo, mas também o fim. Sabiam que a vida tinha dois caminhos, um largo e um estreito. Sabiam que o caminho estreito, cheio de espinhos e urtigas, infestado de víboras, molhado de lágrimas, manchado por pés sangrentos, conduzia ao céu; e que o caminho largo, plano, ladeado por frutas e flores, repleto de riso, música e felicidade conduzia directamente ao inferno. Sabiam que Deus estava fazendo todo o possível para escolhessem o caminho estreito, e o Demónio usando todas artimanhas para que escolhessem o caminho largo.

Sabiam que havia uma batalha perpétua entre os grandes Poderes do bem e do mal pela posse das almas humanas. Sabiam que, muitos séculos atrás, Deus deixou seu trono e veio a este pobre mundo na forma de um bebê — que morreu pelos homens — a fim de salvar uns poucos. Também sabiam que o coração humano encontrava-se totalmente depravado, que o homem naturalmente amava o mal e odiava a Deus com toda sua força.

Ao mesmo tempo, sabiam que Deus havia criado o homem à sua imagem e semelhança, e que estava perfeitamente satisfeito com sua obra. Também sabiam que o homem havia sido corrompido pelo Demónio, que com embustes e mentiras enganou o primeiro ser humano. Sabiam que, como consequência disso, Deus amaldiçoou o homem e a mulher; o homem com o trabalho, a mulher com a escravidão e a dor, e ambos com a morte; e que também amaldiçoou a própria Terra com espinhos e abrolhos. Tinham conhecimento de todas essas coisas sagradas. 

Também sabiam tudo que Deus havia feito para purificar e elevar a humanidade. Sabiam tudo sobre o dilúvio; sabiam que Deus — com excepção de Noé e sua família — havia afogado todos os seus filhos — tanto os jovens quanto os velhos, tanto os bebês quanto os patriarcas, tanto os homens quanto as mulheres, tanto as mães amorosas quando as crianças felizes —, pois sua misericórdia dura para sempre. Também sabiam que havia afogado todas as bestas e aves — tudo que caminha, rasteja ou voa —, pois seu amor se estende por todas as suas criaturas. Sabiam que Deus, no intuito de civilizar seus filhos, devorou alguns com terremotos, destruiu outros com tempestades de fogo, matou alguns com raios, milhões com fome, com pestilência, e sacrificou inúmeros milhares nos campos de batalha. Sabiam que era necessário crer em tais coisas e amar a Deus. Sabiam que a salvação só poderia vir através da fé e do purificante sangue de Jesus Cristo.

Todos que duvidassem ou contestassem estariam perdidos. Viver uma vida moral e honesta — honrar seus contratos, cuidar de sua esposa e filhos, construir um lar feliz, ser um bom cidadão, um patriota, um homem justo e reflexivo — era simplesmente um modo respeitável de ser condenado ao inferno.

Deus não recompensava os homens pela sua honestidade, sua generosidade, sua coragem, mas simplesmente pela sua fé. Sem fé, todas as chamadas virtudes convertiam-se em pecado. Todos os homens que praticassem tais virtudes sem fé mereciam sofrer o suplício eterno.

Todas essas coisas confortantes e racionais eram ensinadas pelos ministros em seus púlpitos, pelos professores em aulas dominicais e pelos pais em casa. As crianças eram vítimas — eram atacadas em seus próprios berços, nos braços de suas mães. Os professores travavam sua guerra contra o sentido natural das crianças, e todos os livros que liam eram repletos das mesmas verdades impossíveis. As pobres crianças estavam indefesas. A atmosfera que respiravam estava saturada de mentiras — mentiras que se tornaram parte delas.


Texto de Robert Green Ingersoll, escrito em 1896

sábado, 21 de abril de 2018

O Pogrom de Lisboa





Faz dia 19 de Abril de 2018, 512 anos.

O dia 19 de Abril de 1506 amanheceu pacífico e soalheiro. Na igreja de São Domingos, em Lisboa, a missa dessa manhã decorria provavelmente com a calma modorra do costume.

Mas, de súbito, a placidez da missa foi interrompida por um estranho fenómeno que se oferecia perante os olhos de todos os fiéis: a imagem do Cristo pregado na cruz que se encontrava sobre o altar estava iluminada por uma estranha e misteriosa luz.

A superstição e a exacerbada crença dos fiéis imediatamente os fez acreditar estar na presença de um milagre: a imagem do Cristo parecia até que irradiava luz própria.

Todos se ajoelharam em fervorosas preces, em êxtase perante aquele milagre que se lhes oferecia, ali mesmo, à frente dos seus olhos.

Mas há sempre um desmancha-prazeres em histórias como estas: um dos fiéis mais afoitos logo se apressou a explicar aos seus colegas de missa que a luz nada tinha de misteriosa, pois provinha simplesmente do reflexo de uma candeia de azeite que estava ali próxima.

E pronto! Caiu o Carmo e a Trindade!

A primeira coisa que alguém descobriu foi que o chico-esperto era um cristão-novo, um judeu convertido à pressa mas, pelos vistos, demasiado depressa. Foi o suficiente para logo dali o arrastarem pelos cabelos para o adro da igreja, onde foi imediatamente chacinado pela multidão dos fervorosos tementes a Deus, e o seu corpo queimado no local.

O êxtase místico da multidão logo se propagou a toda a cidade. Lisboa parecia ter ela própria enlouquecido.

Respeitáveis representantes do clero católico saíram dos seus pacatos refúgios de oração e percorriam as ruas de um lado para o outro empunhando crucifixos e gritando: «Heresia! Heresia!».

A multidão depressa foi engrossando e, ajudada até por marinheiros holandeses e dinamarqueses que se encontravam no porto, iniciou uma gigantesca rusga por toda a cidade.

Para evitar o caos e a anarquia, sempre más conselheiras, os padres e frades dominicanos tomaram a piedosa responsabilidade de organizar convenientemente o tumulto: judeu ou cristão-novo que era identificado ou apanhado, era imediatamente preso e levado para o Rossio e ali era queimado em gigantescas fogueiras que os escravos municiavam ininterruptamente de lenha.

Os judeus e os cristãos novos, homens e mulheres, que se refugiavam em casa eram arrancados à força dos seus esconderijos. Até as crianças de berço eram fendidas de alto a baixo ou esborrachadas de encontro às paredes. Como mesmo nestas coisas da fé é sempre bom juntar o útil ao agradável, o misticismo assassino daqueles fervorosos e bons católicos não os impediu de pilhar as casas por onde passavam e de ajustar velhas contas com inimigos que muitas vezes nada tinham a ver com o judaísmo.

Mesmo os que se refugiavam nas igrejas e se agarravam desesperadamente às imagens dos santos eram levados e arrastados à força para o Rossio e queimados vivos.

A chacina durou dois dias e só terminou por puro cansaço da populaça. Relatos da época falam no sangue que escorria pelas ruas abaixo no Bairro Alto ou na Mouraria. Calculam os historiadores que nesta matança em nome dos mais sagrados princípios e da pureza do catolicismo morreram mais de 4.000 pessoas.

Tudo, claro, em nome dessa coisa extraordinária que algumas pessoas têm e que tanto se orgulham de ter, que se chama «Fé».

Tudo feito por bons católicos.

Tudo em nome de Deus

Texto de Luís Grave Rodrigues, no Diário de uns ateus.

quinta-feira, 19 de abril de 2018

Vamos ser compreensivos...




Eu sei que os ateus ficam frustrados quando os crentes usam argumentos falaciosos como do espantalho, apelos à autoridade, raciocínios circulares e muitas outras falácias lógicas, tal como quando tentam mudar o ônus da prova para cima dos ateus.

Acho irritante quando eles são derrotados num ponto do seu argumento, mas eles simplesmente mudam de assunto sem reconhecer que seu argumento falhou completamente. Isso é frustante. Mas nós sabemos muito mais e também devemos ser mais compreensivos.

Afinal, se eles usassem uma lógica válida, eles também seriam ateus e então não teríamos ninguém com quem brincar.


Traduzido e adaptado de Bill Flavell

terça-feira, 17 de abril de 2018

Lembrando...



  • Lembrando: Não existe fé em Deus, só em pessoas que falam de Deus.

  • Lembrando: A Bíblia que você lê é uma criação da igreja católica.

  • Lembrando: Jesus não cumpriu várias das profecias sobre o Messias.

  • Lembrando: Ateus lidam com a realidade e religiosos com ficções.

  • Lembrando: O Universo é massa e energia, que são coisas eternas.

  • Lembrando: Religião é "sentimento oceânico". Não tem nada a ver com razão ou lógica.

  • Lembrando: Religião é infância, agnosticismo é adolescência e ateísmo é maturidade.

  • Lembrando: Tudo o que interage com a matéria é material, e o que não interage não existe.



Texto de Lauro Augusto Monteclaro César Júnior

segunda-feira, 16 de abril de 2018

O incrível doutor Bronha




Imagine que você é admitido para trabalhar numa grande empresa multinacional. Uma das primeiras coisas que lhe dizem é que a empresa foi fundada e é dirigida pelo Dr. Bronha. Aprende que o Dr. Bronha é uma pessoa fenomenal, um grande empresário, arguto homem de negócios, severo, mas generoso, e que está no controle de cada aspecto da operação e da gestão da empresa.

No seu primeiro dia de trabalho você espera encontrar fotos do Dr. Bronha por toda a empresa, bem como alguma publicação com informações mais detalhadas sobre tão importante pessoa.

Mas aí lhe informam que ninguém de fato tem uma foto do Dr. Bronha. Há apenas pinturas e desenhos com a concepção de vários funcionários, alguns já falecidos há tempos, de como é o Dr. Bronha. Também não há informações precisas sobre onde o Dr. Bronha nasceu e quando exatamente. Também pouco se sabe sobre o que fez nos 30 e tantos anos anteriores a fundar a companhia.

Também descobre que as ordens do Dr. Bronha nunca vieram dele mesmo e sim de alguns dos muitos funcionários graduados de vários departamentos burocráticos. Além disso, descobre que ninguém com quem você fala, seja funcionário antigo ou do alto escalão, jamais falou diretamente com o Dr. Bronha.

Depois você percebe que os funcionários do departamento de pessoal descrevem o Dr. Bronha como sendo um homem alto, magro e de olhos castanhos. Já os do departamento de contabilidade o descrevem como baixo, ligeiramente obeso e de olhos azuis. Os do marketing dizem que ele é um homem criativo e aberto a novas ideias e os da controladoria que é muito religioso e conservador.

Mais incrível ainda é que há um estranho grupo de funcionários do almoxarifado, descontentes com seus salários, que afirmam ter ouvido de alguém da diretoria que o Dr. Bronha na verdade nunca existiu e é só uma invenção coletiva dos diretores para melhor controlar o restante dos funcionários.

Seus colegas logo o avisam de que esse grupo é um tanto estranho mesmo e que há evidências concretas de que o Dr. Bronha não só existe como está no controle de tudo, apesar de ninguém de fato nunca ter visto e nem conversado com ele.

Até lhe informam que o departamento de patrimônio diz ter uma cadeira usada por ele por muitos anos, embora, é verdade, alguns digam que a cadeira na verdade foi de um antigo contador, agora aposentado. Uma velha senhora da faxina tem um cinzeiro que ela afirma que pertenceu ao Dr. Bronha, embora o departamento de medicina do trabalho seja enfático em dizer que o Dr. Bronha não fuma.

Um dia você vê um alvoroço tremendo com gritos e correria.

Dizem que o Dr. Bronha acaba de chegar com seu helicóptero particular para uma reunião. Depois de alguns minutos de confusão, nada de muito importante acontece e os funcionários graduados informam que o Dr. Bronha estava com muita pressa e saiu logo depois da reunião sem falar com ninguém.

Durante meses circulam estórias de alguém que chegou perto do Dr. Bronha e até o cumprimentou, mas logo outros desmentem que esse era só o seu secretário ou o piloto do helicóptero. O Dr. Bronha mesmo ninguém viu.

Os meses se passam, seu emprego é bom, seu salário não é dos piores e todos gostam do Dr. Bronha. Então por que devem estar errados, não é mesmo? Ele deve ser um sujeito legal afinal de contas...


sábado, 14 de abril de 2018

A metáfora final da bíblia




Muitas crenças cristãs do mundo (mas não todas) estão a afastar-se duma interpretação literal da Bíblia. As evidências de que a Terra não foi formada antes das estrelas, ou que o universo não foi formado em poucos dias e o homem não ter surgido de repente, são tão esmagadoras, que é preciso uma determinação especial para evitar as evidências de modo a acreditar nos relatos bíblicos.

Mas uma vez que se deu o primeiro passo e se aceita que a Bíblia não é 100% literalmente verdadeira, é mais fácil ver, então, que muitas partes da Bíblia não são literalmente verdadeiras. Assim, a história da cobra falante é uma metáfora, o Sol não parou literalmente no céu, tal como o que Jesus disse não significa literalmente que se deve odiar os pais e esposas.

Assim, retirar o que não verificável, o que é refutável e o absurdo, certamente tornará a Bíblia mais forte e mais adequada às pessoas na era da ciência e da razão. Então, peço-te que passes com uma caneta pelas tuas Bíblias e risques as partes que são literalmente inacreditáveis.

Quanto mais tu pensares sobre isso, mais vais riscar. Se fizeres isso de forma diligente, irás excluir uma enorme quantidade da Bíblia.

E quando finalmente colocares a tua caneta sobre a mesa, vais reparar que Deus também foi excluído...

Parabéns! Excluíste Deus, a metáfora final da Bíblia.


Traduzido e adaptado de Bill Flavell

quinta-feira, 12 de abril de 2018

Jesus, invenção romana




Jesus nunca existiu. Foi inventado mesmo pelos romanos para abafar as revoltas contra eles na Palestina. E sim houve muitos Yoshuas ou Iesus (forma latina) que tentaram se revoltar contra os romanos, A maioria foi morta até os romanos entenderam que não era por aí: criar mais revolta ainda. Até que escolheram um "bode" expiatório que ficou famoso com a frase: A CÉSAR O QUE É DE CESAR, liberando o governo romano e FORA DO TEMPLO, SACERDOTES COMERCIANTES, revolta contra as leis corruptas dos sacerdotes judeus. Isso tudo temperado com milagres e aparições levou o povo sedento a acreditar no suposto MESSIAS (que até hoje os judeus esperam) mas nada prova que ele existiu em carne e osso, pois tudo sobre Iesus foi escrito muitos anos após a suposta crucificação dele... 

Preste atenção nisso: segundo Atwill, a criação da história de Jesus teria sido uma estratégia política dos romanos para pacificar as investidas violentas dos judeus que viviam na Palestina naquela época. Os romanos esgotaram suas tentativas de conter a rebelião usando armas e teriam criado o mito de um líder judeu pacifista para inspirar o hábito de "dar a outra face" e encorajar os judeus a ceder a César e pagar impostos a Roma. Quem procurar na história de Roma, verá que quando o Imperador Constantino oficializou a fé cristã no Império Romano, a primeira estátua de IESUS foi feita à sua semelhança e há ícones mostrando o CRISTO-CONSTANTINO.

A história pode provar com documentos de que realmente ele é uma ficção inventada pelos romanos para pacificar a Roma do Leste (Constantinopla) hoje Istambul na Turquia devido aos ataques frequentes aos romanos. O melhor foi anistiar os judeus terroristas oficializando uma religião JUDAICA-CRISTÃ que se espalhou até Roma com muita violência. Só que Roma estava em total decadência com tribos bárbaras invadindo de todas as partes do Império. Isso sem contar os conflitos políticos e a depravação política dos Imperadores romanos. Isso foi um cenário para que a religião de Constantinopla tomasse força e se fixasse em Roma como religião oficial no século III.

Por Raimundo Marvin

Partilhado por Flávio Henrique

segunda-feira, 9 de abril de 2018

Ficção bíblica




1. O povo hebreu cresceu, diferenciou-se a partir da cultura de Canaã, cerca de --1200. Não conquistaram violentamente os cananitas. 
2. Tudo o relatado antes disso na Bíblia é pura ficção. Os hebreus nunca estiveram no Egito e nunca fugiram de lá. O Êxodo nunca aconteceu. A Páscoa é pura lenda. Todo o Génesis é lenda. Abraão, Sara, Isaac, José, Moisés... Personagens lendários. 
3. Evoluindo da cultura cananita, os judeus ficaram fãs de um dos seus deuses, Jeová, deus da guerra, cuja esposa era Asherah. Depois começaram a a ser exclusivos com Jeová e eliminaram Asherah. Mas existem menções a ela na Bíblia. 
4. Os reinos poderosos de David e Salomão são exageros insanos, a partir de entidades políticas muito modestas, umas quantas aldeolas governadas por um chefe local. Muitos povos gostam de dourar e engrandecer as suas histórias, mas os judeus estão inteiramente noutro nível. 
5. Como se sabe isto? Arqueologia. Ao fim de muitos anos de busca, há consenso entre os arqueólogos de que tudo aquilo é um embuste. 
6. Jeová é assim um deus tribal que foi promovido pelos hebreus a deus nacional, e depois pelos cristãos a deus cósmico. Mesmo assim, é uma pobre fantasia. 
7. Saber-se a história real da Palestina, em vez da lenda, é mau para os judeus e para a sua pretensão a Israel, mas também para todas as religiões cristãs e até para o Islão, pois o Corão está quase todo assente na tradição hebraica e cristã. 

Todos estes factos podem ser consultados na página Atheos.


domingo, 8 de abril de 2018

Crimes em nome de Deus




As religiões, ao longo da História, destruíram impérios, devastaram povos e desenharam fronteiras. A fé arruinou nações, impediu a liberdade e esmagou a felicidade dos povos. Deus foi pretexto para destruir inimigos e cometer crimes hediondos, com o álibi de lhe satisfazer a vontade.

Deus está, de facto, para azar dos homens, em toda a parte. O deus mais verdadeiro é o que tiver mais devotos, armas e fanatismo a seu favor. Sempre que deus está em alta, a liberdade estiola; quando os homens adoram o seu deus, odeiam os alheios. Os crentes rogam-lhe favores com o mesmo fervor com que acalentam o ódio ao deus dos outros.

É por isso que a democracia fenece onde a religião floresce, a liberdade mingua onde a fé prolifera e o progresso estiola onde a piedade medra.

Não há democracia onde a religião domina o aparelho de Estado. Os direitos humanos não são respeitados onde o poder temporal e o religioso se confundem. Foi na base da separação de poderes e, sobretudo, na separação da Igreja e do Estado, que os modernos Estados de direito se construíram. Foi a laicidade que permitiu o pluralismo ideológico, refreando a vocação totalitária das religiões.

Quando parecia que o Estado laico se tornara paradigma das nações civilizadas, quando o multiculturalismo se convertera em modelo de convivência cívica e os preconceitos étnicos e culturais pareciam vencidos pela instrução, inteligência e sensibilidade dos povos civilizados, os demónios totalitários acordaram ao som das orações, fortalecidos com jejuns, pregações e penitências, trocando o cosmopolitismo pelo comunitarismo.

A Holanda, a doce Holanda, era um exemplo de convivência cívica entre etnias diversas e diferentes culturas, um oásis de tolerância entre distintas opções políticas e religiosas. Em 2003 entrou em choque, quando Pim Fortuyn, um político da direita populista foi assassinado. Depois, o homicídio do cineasta Theo Van Gogh, após a denúncia que fez da forma como o Islão trata as mulheres, e dos requintes de crueldade com que o tratou esse fanático, entrou em declínio a tolerância holandesa. Até hoje.

Incendeiam-se os templos e a opinião pública, e o racismo e a xenofobia crescem. A extrema-direita, que vive da intolerância, explora frustrações, instila o medo, manipula paixões e acicata ódios. A hostilidade aos estrangeiros desenvolveu-se. A fé das pessoas cultas e civilizadas nas sociedades multiculturais vacila. O fascismo islâmico rejubila com a intolerância de que é alvo. As religiões precisam de mártires. Os deuses querem sacrifícios. Os templos tornam-se quartéis que incitam soldados à guerra santa, e entram em desvario prosélito. A religião tem de ser contida, os Direitos Humanos defendidos, a igualdade entre os sexos exigida. A democracia precisa de ser salva. Urge conter a fé que corrompe, intimida e mata.

Os três últimos lustros acordaram o mundo árabe, no ocaso da sua civilização falhada, para uma vingança cega que a demente invasão do Iraque, em 2003, e a obstinação do expansionismo sionista estimulam.

Desde então, não param de surgir devotos inebriados pelo martírio, em busca de virgens e rios de mel, na vertigem sangrenta que procura extinguir os infiéis do seu deus para garantirem a verdade e as delícias de uma vida para além da que tão cedo prescindem.

E não existe antídoto adequado na civilização que herdámos e nos cabe defender!


Texto de Carlos Esperança