quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Ateus, por que não guardam a vossa descrença só para vocês??





É uma pergunta típica dos crentes para os descrentes: 
"Ateus, por que não guardam a vossa descrença só para vocês??" 

Estive numa pequena vila açoreana em viagem e percebi que havia festa religiosa nesse dia: igreja engalanada, barraquinhas espalhadas pelas ruas adjacentes à igreja, enfeites pelas ruas, bandeirinhas, coisas típicas das terrinhas portuguesas em festa. Mas o que me surpreendeu foi a difusão da missa para toda a vila através dos altifalantes. 
Toda a vila, tinha que levar com aquela ladainha sem sentido, proferida por um fulano que usa vestido. 
Toda a vila! 

"Ateus, por que não guardam a vossa descrença só para vocês??" 

Quem quiser assistir à missa, simplesmente vai até à igreja e atinge o seu objetivo. Se não puder deslocar-se, ligue o rádio e sintonize a Rádio Renascença e pode ouvir a missa várias vezes aos dia. É um direito que tem, o direito de ter a sua missa. Levar a missa até essas pessoas através da difusão da mesma em altifalantes por toda a vila, é um abuso da igreja.

"Ateus, por que não guardam a vossa descrença só para vocês??" 

Por que é que um muçulmano, um budista ou um outro crente de qualquer doutra religião, tem que levar com aquela ladainha na rua e até dentro de sua própria casa? Por acaso também fazem a difusão doutros rituais doutras crenças? Ou também é difundido pela vila alguma palestra sobre a descrença em deuses, sobre o ateísmo? Não! Apenas é difundido aquele ritual católico. 
Para toda a vila sem excepção. Sejam crentes daquela religião, crentes doutra ou simplesmente descrentes. 

"Ateus, por que não guardam a vossa descrença só para vocês??" 

Devido a abusos como este é que os ateus não devem guardar a sua descrença só para si. Porque os crentes também não guardam a sua crença só para si! Pior, tentam impor a sua crença aos outros. Por situações como esta e semelhantes, é que os ateus devem mostrar a sua indignação, mostrar o seu ponto de vista, exigir e lutar pelo respeito merecido.

"Ateus, por que não guardam a vossa descrença só para vocês??" 

Quando vocês, crentes, guardarem a vossa crença estúpida apenas e só para vocês, aí então poderemos guardar a descrença para nós.

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Invenção de deus

Numa época remota em que os ancestrais humanos lidavam no dia-a-dia com uma quantidade de eventos que podiam ser potencialmente letais (ou vantajosos), era importantíssimo “compreender” o que se passava, para poder antever ou planear as coisas. Compreender quando é que a noite surgia era fundamental para poder chegar a tempo a um abrigo. 




Compreender porque em certas alturas a noite chegava mais cedo e noutras chegava mais tarde, também era importante. 
Compreender porque é que havia água em abundância em certas alturas e locais e, noutras altura, escasseava, era de vital importância. Compreender o que seriam as “luzes” no céu que até ajudavam a encontrar caminhos e a antever certas alterações no tempo, era importante. 
Compreender porque é que comer certas coisas quando estavam duma cor provocava “coisas más” mas quando estavam doutra cor já não havia problema… etc. Como não sabia a explicação correcta para essas coisas, o Homem começou a criar histórias. Como não havia nada visível a operar esses eventos, criou o conceito de entidades invisíveis e super-poderosas que conseguiam, sem ninguém as ver, feitos extraordinários. E essas histórias eram fundamentais para a sua sobrevivência porque, ao serem histórias com personagens (ainda por cima, com personagem que tinham características bem humanas como a inveja, a ira, o sentido de protecção, etc), era fácil passar essas histórias de pais para filhos, de avós para netos. Garantia-se assim a propagação de informações importantes que ajudavam à subsistência. 
E foi assim que nasceram os deuses: da ignorância, imaginação e necessidade humana. Mas esses eram povos primitivos, que não sabiam mais do que aquilo que observavam. Hoje em dia não há desculpa para se ser estúpido e continuar a acreditar nas coisas que esses povos inventaram.

Por Rui Batista

domingo, 14 de agosto de 2016

Jesus, o Cristo: o que nos diz a História?






Imagine que você more numa pequena cidade do interior da Palestina durante o primeiro século. Suponha que na sua cidade um homem comece a fazer grandes milagres. 
Ele passa a curar toda sorte de moléstias, pessoas são curadas de suas enfermidades apenas por tocar em suas vestes, surdos passam a ouvir, cegos passam a ver, coxos começam a andar, mãos atrofiadas são recuperadas e até mesmo os mortos são ressuscitados. 
Ele anda sobre as águas, transforma água em vinho, acalma tempestades, expulsa demónios, alimentas milhares de pessoas com apenas alguns pães e peixes. Ele faz palestras cativantes e tocantes que atraem multidões apenas para ouvi-lo e seus ensinamentos são considerados superiores a tudo o que foi ensinado. Depois de três anos fazendo obras magníficas ele vai para uma grande cidade e causa o maior frenesim num dos maiores templos religiosos do mundo durante uma festividade que atrai milhões de fiéis. Ele é preso e julgado pelos líderes religiosos e entregue as autoridades locais para ser executado. 
Ao ser morto um eclipse de três horas acontece e um grande terremoto faz com que a cortina do templo se rasgue ao meio e os túmulos se abrem fazendo com que homens santos ressuscitem saindo dos túmulos e aparecendo a todos. Depois de tudo isso um grande número de seus seguidores começam a divulgar uma história de que este homem foi ressuscitado por Deus no terceiro dia e que ascendeu ao céu. 

Diante de tudo isso, como você acha que as pessoas reagiriam? Será que tal assombroso evento passaria despercebido? 
O boca a boca com certeza seria muito forte. Será que durante todos estes anos em que este homem estava vivo nenhum historiador, estudioso de religião, cientista, poeta ou filósofo teve sequer a curiosidade de viajar até ele para ver de perto todas estas obras fabulosas? E se estas obras fossem realmente verdadeiras não escreveriam sobre elas? Apesar de na época não existir os meios de comunicação em massa que existem hoje, como televisão, rádio, internet, telefone, certamente notícias como essas se fossem verdadeiras, teriam se espalhado por todo o mundo mediterrânico, não acha? 
Seria razoável encontrarmos alguma menção sobre este impressionante homem em algum escrito da época, alguma inscrição em local público, alguma carta particular, algum documento oficial, entre outros, não é mesmo? 
Portanto surge a pergunta, Jesus viveu no 1º século (com a morte por volta de 30 d.C.), será que as fontes Gregas e Romanas da época têm muita coisa a dizer sobre ele? 
Por incrível que pareça não existe nada! Absolutamente nada! Ele nunca é citado, examinado, debatido, questionado, atacado ou criticado em nenhuma das fontes Gregas ou Romanas do período. Não existe nenhuma menção sobre seu nascimento, sua vida, ensinamentos, julgamento e morte. Seu nome não é mencionado em nenhuma das principais fontes da época. Os escritos que sobreviveram de uns 40 observadores independentes durante os primeiros 80 anos após a morte e ressurreição de Jesus, praticamente não confirmam nada. Estes autores eram respeitados, viajados, sabiam se expressar, observavam e analisavam os fatos, nada lhes passava despercebido, ainda mais algo impressionante que ocorreu durante vários anos. Eram filósofos, poetas, moralistas e historiadores daquela época e registaram os grandes acontecimentos. 
Entretanto, existe um incómodo silêncio histórico sobre a pessoa de Jesus durante o primeiro século. Grandes escritores do primeiro século como SÉNECA (4 a.C. – 65 d.C.), um dos mais famosos autores romanos sobre ética, filosofia e moral e um cientista que registou eclipses e terremotos, PLÍNIO, o velho (23 d.C. – 79 d.C.), historiador natural que escreveu 37 livros sobre eventos como terremotos, eclipses e tratamentos médicos, QUINTILIANO (39 d.C. – 96 d.C.), escritor de “Instituio Oratio”, 12 livros sobre moral e virtude, EPITECTUS (55 d.C. – 135 d.C.), ex-escravo que se tornou renomeado moralista e filósofo e escreveu sobre a “irmandade dos homens” e a importância de se ajudarem os pobres e oprimidos, MARCIAL (38 d.C. – 103 d.C.), escritor de poemas épicos sobre as loucuras humanas e de várias personalidades do império romano, JUVENAL (55 d.C. – 127 d.C.), um dos maiores poetas satíricos de Roma, escritor de injustiças e tragédias no governo romano, PLUTARCO (46 d.C. – 119 d.C.), escritor grego que viajou de Roma a Alexandria, escritor de “Moralia”, sobre moral e ética, entre outros, não fizeram uma menção sequer sobre Jesus. 
Somente 82 anos após a morte de Jesus no longínquo ano de 112 d.C., encontramos a primeira menção de Jesus em uma fonte Greco-romana.

PLÍNIO, o jovem (61 d.C. – 113 d.C.) que foi procônsul da Bitínia (atual Turquia), escrevendo uma carta ao imperador Trajano, em 112 d.C., pergunta o que fazer com um grupo de pessoas denominados cristãos que se reúnem regularmente antes da aurora, em dias determinados, para cantar louvores a Cristo como se ele fosse um Deus. Uns oitenta anos depois da morte de Jesus, alguém estava adorando a um Cristo (messias [ungido, escolhido], em hebraico)! Entretanto, nada se diz sobre se este Cristo era Jesus, o mestre milagreiro que foi crucificado e ressuscitou na Judéia ou se era um Cristo mitológico das religiões pagãs de mistério. O próprio Jesus teria dito que haveria muitos falsos Cristos, portanto a afirmação de Plínio não é muito conclusiva a respeito de Jesus de Nazaré. 

TÁCITO (56 d.C. – 120 d.C.), famoso historiador romano, 85 anos após a morte de Jesus em seu famoso “Anais” (Annuals), livro 15, capítulo 44, escrito por volta de 115 d.C., contém a primeira referência a Cristo como um homem executado na Judéia por Pôncio Pilatos. Tácito mencionando o incêndio provocado por Nero em Roma em 64 d.C. cita que o imperador atribuiu o incêndio "aos cristãos". Ele explica que os cristãos eram chamados assim por causa de "Christus" que sofreu a pena de morte no reinado de Tibério, por ordem do procurador Pôncio Pilatos. Os estudiosos apontam várias razões para se suspeitar de que este trecho não seja de Tácito nem de registos romanos, e sim uma inserção posterior na obra de Tácito. Em primeiro lugar, a referência a Pilatos como procurador seria apropriada na época de Tácito, mas, na época de Pilatos, o título correto era prefeito. Segundo, se Tácito escreveu este trecho no início do segundo século, por que os Pais da Igreja, como Tertuliano, Clemente, Orígenes e até Eusébio, que tanto procuraram por provas da historicidade de Jesus, não o citam? Tácito só passa a ser citado por escritores cristãos a partir do século 15. 

SEUTÔNIO (69 d.C. – 122 d.C.) 90 anos após a morte de Jesus, no ano 120 d.C. em sua obra “A vida dos Imperadores”, conta a história de 11 imperadores. Quando fala sobre o imperador Cláudio (41 d.C. – 54 d.C.), ele diz que Cláudio expulsou de Roma os judeus porque viviam causando tumultos sob a influência de Cresto. Quem é Cresto? Não há menção a Jesus. Seria este Cresto um agitador judeu, um dos muitos falsos messias, ou um Cristo mítico? Este trecho também não prova nada sobre a historicidade de um Jesus de Nazaré. 
Diante do exposto acima, fica claro que, nas fontes Greco-romanas, num período de 80 após a morte de Jesus não existe nenhuma menção sequer sobre ele e depois disso encontramos apenas três curtas referências que não são conclusivas e deixam dúvidas, não podendo ser considerado um registo histórico confiável. Certamente, depois de fatos de tal magnitude, conforme narrados na bíblia que temos hoje, 80 anos sem nenhuma referência é um período longo o bastante para levantar suspeitas. Além do mais, depois destes 80 anos de total obscuridade, é insuficiente citar três relatos duvidosos, tão curtos e tão pouco informativos para provar que existiu um messias judeu milagreiro chamado Jesus da cidade de Nazaré, que seria Deus em forma humana, foi crucificado e ressuscitou no terceiro dia. Até mesmo os próprios conterrâneos de Jesus, os judeus, nada falaram sobre ele. 

FILON de Alexandria (15 a.C. – 50 d.C.) era um teólogo-filósofo judeu que falava grego. Ele conhecia bem Jerusalém porque sua família morava lá. Escreveu muita coisa sobre história e religião judaica do ponto de vista grego e ensinou alguns conceitos que também aparecem no evangelho de João e nas epístolas de Paulo. Por exemplo, ele fala em seus escritos que Deus e sua Palavra (Logos) são um só, que a Palavra é o filho primogénito de Deus, que Deus criou o mundo através de sua palavra e unifica todas as coisas através de sua Palavra, que a Palavra é fonte de vida eterna e habita em nós e entre nós, que todo julgamento cabe à Palavra e que a Palavra é imutável. Filo também ensinou sobre Deus ser um espírito, sobre virgens que dão à luz, judeus que pecam e irão para o inferno, pagãos que aceitam a Deus e irão para o céu e um Deus que é amor e perdoa. Entretanto, Filo, um judeu que viveu na vizinha Alexandria e que teria sido contemporâneo a Jesus, nunca menciona alguém com este nome nem nenhum milagreiro que teria sido crucificado e depois ressuscitou em Jerusalém, sem falar em eclipses, terremotos e santos judeus saindo dos túmulos e andando pela cidade. Por que? O completo silêncio de Filo é ensurdecedor. 

JUSTUS de Tiberíades foi um grande escritor judeu do primeiro século. Seus escritos foram perdidos, mas Photius, patriarca de Constantinopla (878-886 d.C.), escreveu “Bibleotheca”, onde ele comenta a obra de Justus. Photius diz que do advento de Cristo, das coisas que lhe aconteceram ou dos milagres que ele realizou, não há absolutamente nenhuma menção nos escritos de Justus. Justus vivia em Tiberíades, na Galiléia (João 6:23) e seus escritos são anteriores às Antiguidades de Flávio Josefo, datados por volta de 90 d.C., portanto é provável que ele tenha vivido durante ou imediatamente após a suposta época de Jesus, mas é notável que não tenha mencionado nada sobre ele. 

FLÁVIO JOSEFO (37 d.C. – 103 d.C.) era um fariseu que nasceu em Jerusalém, vivia em Roma e escreveu História dos judeus (79 d.C.) e Antiguidades dos judeus (93 d.C.). Apologistas cristãos consideram o testemunho de Josefo sobre Jesus a única evidência garantida da historicidade de Jesus. O testemunho citado se encontra em Antiguidades dos judeus. Ao contrário dos apologistas, entretanto, muitos estudiosos, inclusive os autores da Encyclopedia Britannica, consideram o trecho uma inserção posterior feita por copistas cristãos. Em Antiguidades, Josefo escreveu uma história do povo judeu desde os tempos de Adão e Eva até seus dias onde menciona Jesus. Neste livro ele não fala muito sobre Jesus, mas se refere a ele duas vezes. Em uma ele simplesmente identifica um homem chamado Tiago como "o irmão de Jesus, que é chamado de Messias" (Antiguidades, 20, 9, 1). Na outra que é um pouco mais extensa existem problemas e dúvidas quanto a sua exatidão. Nela Josefo parece confessar ser um cristão, mas sabemos que ele não era por meio de sua autobiografia, entre outros trabalhos. Josefo era um fariseu. Só um cristão diria que Jesus era o Cristo. Josefo teria tido que renunciar às suas crenças para dizer isto, e segundo suas obras ele morreu ainda um fariseu. Josefo costumava escrever capítulos e mais capítulos sobre gente insignificante e eventos obscuros. Como é possível que ele tenha despachado Jesus, uma pessoa tão importante, com apenas algumas frases? Os parágrafos antes e depois deste trecho descrevem como os romanos reprimiram violentamente as sucessivas rebeliões judaicas. O parágrafo anterior começa com “por aquela época, mais uma triste calamidade desorientou os judeus”. Será que “triste calamidade” se refere à vinda do “realizador de mil coisas milagrosas” ou aos romanos matando judeus? Esta suposta referência a Jesus não tem nada a ver com o parágrafo anterior. Parece mais uma inclusão posterior, fora de contexto. Finalmente, e o que é ainda mais convincente, se Josefo realmente tivesse feito esta referência a Jesus, os Pais da Igreja pelos 200 anos seguintes certamente o teriam usado para se defender das acusações de que Jesus seria apenas mais um mito. Contudo, Justino, Irineu, Tertuliano, Clemente de Alexandria e Orígenes nunca citam este trecho. Sabemos que Orígenes leu Josefo porque ele deixou textos criticando-o por atribuir a destruição de Jerusalém à morte de Tiago. Aliás, Orígenes declara expressamente que Josefo nunca reconheceu Jesus como o Messias (Contra Celso I, 47). Não somente a referência de Josefo a Jesus parece fraudulenta como outras menções a fatos históricos em seus livros contradizem e omitem histórias do Novo Testamento. Por exemplo, a Bíblia diz que João Batista foi morto por volta de 30 d.C., no início da vida pública de Jesus. Josefo, contudo, diz que Herodes matou João durante sua guerra contra o rei Aertus da Arábia, em 34 – 37 d.C. Josefo não menciona a celebração de Pentecostes em Jerusalém, quando, supostamente judeus devotos de todas as nações se reuniram e receberam o Espírito Santo, sendo capazes de entender os apóstolos cada qual em sua própria língua, onde Pedro, um pescador judeu, se tornou o líder da nova igreja, onde um colega fariseu de Josefo, Saulo de Tarso, se tornou o apóstolo Paulo e onde a nova igreja passou por um crescimento explosivo na Palestina, Alexandria, Grécia e Roma, onde morava Josefo. O suposto martírio de Pedro e Paulo em Roma, por volta de 60 d.C., também não é mencionado por Josefo. Os apologistas cristãos, que depositam tanta confiança na veracidade do testemunho de Josefo sobre Jesus, parecem não se importar com suas omissões posteriores. Segundo os historiadores, os textos de Josefo não foram copiados pelos judeus durante a Idade Média, pois ele era considerado um traidor da causa judaica na guerra contra Roma em 70 d.C., onde Jerusalém foi destruída. Portando, foram os cristãos que copiaram seus textos. A Encyclopedia Britannica afirma que os cristãos distorceram os fatos ao enxertar o trecho sobre Jesus. Quando Josefo fala sobre Jesus, parece que um escriba cristão (tentando dar embasamento histórico para Jesus) fez alguns acréscimos para esclarecer quem Jesus realmente era. Mesmo com esta inserção Josefo não conta o que Jesus disse ou fez e quais foram as circunstancias que o levaram a morte (Antiguidades, 18, 3, 3). 

EUSÉBIO (265-339 d.C.), reconhecido como o Pai da história da Igreja e nomeado supervisor da doutrina pelo imperador Constantino, escreve em seu Preparação do evangelho (ainda hoje publicado por editoras cristãs como a Baker House) que às vezes é necessário mentir para beneficiar àqueles que requerem tal tratamento. Assim, Eusébio, um dos cristãos que mais influenciou a história da Igreja, aprovou a fraude como meio de promover o cristianismo. A probabilidade de o cristianismo de Constantino ser uma fraude está diretamente relacionada à desesperada necessidade de encontrar evidências a favor da historicidade de Jesus. Sem o suposto testemunho de Josefo, não a nada, absolutamente nada sobre Jesus nos primeiros 100 anos após sua morte. 
A literatura rabínica seria logicamente o outro lugar para se pesquisar a historicidade de Jesus de Nazaré. O Novo Testamento alega que Jesus é o cumprimento da profecia judaica sobre o messias, crucificado no dia da Páscoa. Naquele dia, supostamente houve um terremoto em Jerusalém, a cortina de seu templo se rasgou de alto a baixo, houve um eclipse do sol, santos judeus ressuscitaram e andaram pela cidade. Três dias depois, Jesus ressuscitou e depois subiu aos céus diante de todos. Algum tempo depois, no dia de Pentecostes, os judeus de várias nações se reuniram e viram o Espírito Santo descer na forma de línguas de fogo, a igreja cristã se expandiu de forma explosiva entre judeus e pagãos, com sinais e milagres acontecendo por toda a parte. 
Em 70 d.C., Jerusalém foi cercada pelos romanos, que destruíram Israel como nação e dispersaram os judeus. Ainda que os rabinos não aceitassem Jesus como o Messias, o impacto dos acontecimentos à volta de Jesus logicamente teria sido registado nos comentários ao Talmud (os midrash). A história e a tradição oral dos judeus registadas nos midrash foram atualizadas e receberam sua forma final pelo rabino Jehudah ha-Qadosh por volta de 220 d.C. Em seu livro “O Jesus que os judeus nunca conheceram”, Frank Zindler diz que não há uma única fonte rabínica da época que fale da vida de um falso messias do primeiro século, dos acontecimentos envolvendo a crucificação e ressurreição de Jesus ou de qualquer pessoa que lembre o Jesus do cristianismo. 
Não há locais históricos na Terra Santa que confirmem a historicidade de Jesus de Nazaré. Monges, padres e guias turísticos que levam peregrinos cristãos aos locais dos acontecimentos descritos na Bíblia dificilmente podem ser considerados pessoas isentas. Ainda citando Zindler, “não há confirmação não tendenciosa desses locais”. Nazaré não é mencionada nem uma vez no Antigo Testamento. O Talmud cita 63 cidades da Galiléia, mas não Nazaré. Josefo menciona 45 cidades ou vilarejos da Galiléia, mas nem uma vez cita Nazaré. Lucas 4:28-30 diz que Nazaré tinha uma sinagoga e que a borda da colina sobre a qual ela tinha sido construída era alta o suficiente para que Jesus morresse se o tivessem realmente jogado lá de cima. Contudo, a Nazaré de nossos dias ocupa o fundo de um vale e a parte de baixo de uma colina. Portanto, não há “topo de colina”. 
ORÍGENES (182-254 d.C.), que viveu em Cesaréia, a umas 30 milhas da atual Nazaré, também não fala em Nazaré. A primeira referência à cidade surge em Eusébio, no século IV. 
O melhor que podemos imaginar é que Nazaré só surgiu depois do segundo século. Esta falta de evidência histórica parece ser a explicação para o fato de não haver nenhuma menção a Nazaré em nenhum registo de origem não cristã. Ou seja, Nazaré não existia no primeiro século. Igualmente, as provas da existência de outras cidades significativas citadas no Novo Testamento como Cafarnaum (mencionada 16 vezes no N.T.) e Betânia, ou o Calvário se analisadas diante das evidências históricas e arqueológicas se mostram, assim como no caso de Nazaré, igualmente fracas e até mesmo desmentem as Escrituras. Mentes críticas e objetivas se destacam por procurar confirmação imparcial dos supostos fatos. Quando a única evidência disponível de um acontecimento ou de seus resultados é não apenas questionável e suspeita, mas também aquilo que os divulgadores do acontecimento querem que você acredite, convém desconfiar. O fato é que os escritores judeus não-cristãos, gregos e romanos das décadas que se seguiram à suposta crucificação e ressurreição de Jesus nada dizem sobre alguém chamado Jesus de Nazaré. 

Portanto, se realmente existiu um pregador judeu chamado Jesus (yeshua) da cidade de Nazaré, ele não era uma pessoa significativa em sua época. Muito pelo contrário, ele foi praticamente um completo desconhecido. 

Fonte:
(Robert McNair Price, Deconstructing Jesus. Prometheus Books, 2000. ISBN 1-57392-758-9).

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Deuses sumérios





Anu era o maior deus entre eles todos, o pai dos deuses que estava lá em cima no céu, o chamado pelos Sumérios de mundo superior, e a quem todos os outros deuses respondiam. 
Aqui na terra viviam os deuses que os Sumérios chamavam de Anunnakis. Anunnakis era um título que significava: "os que vieram do céu". 
Os mais importantes deuses Anunnakis eram Elil e Enki , filhos de Anu. Cada um tinha a sua cidade, Elil morava em Edin e Enki em Eridú (possivelmente foi daqui que os hebreus foram inventar o jardim do Éden). 
Enki criou os homens à sua imagem para servir os deuses mas Elil era contra. Enki sempre protegeu e teve carinho pelos humanos, inclusivé Enki chegou a ter filhos com humanas. Elil sempre tentou que a humanidade tivesse um fim. Foi Enki que salvou a humanidade, em segredo, do dilúvio, quando Elil decretou o fim dos homens. 
Os outros Anunnakis eram deuses menores, um ensinou os homens a pastar, outro a agricultura, outro a trabalhar o ferro e por aí adiante. 
Para os Sumérios os deuses viviam entre os homens. Yahweh (Jeová) era o deus que ensinou a guerra aos homens, o que faz sentido visto que os hebreus eram de origem canaanenses e eram pastores nómadas, andavam por onde havia pasto para o gado, tinham de enfrentar outras tribos, defender-se de assaltos e por vezes tinham que lutar pelos pastos e pela água. 
Faz sentido os Hebreus com uma vida como esta, terem um deus de guerra e não um deus de paz.

Internet: a morte das religiões

As religiões sobrevivem ensinando as crianças pequenas histórias ridículas como verdades, distorcendo a Razão e restringindo o acesso a ideias contrárias. 

 Agora, a maioria dos jovens pode aceder à internet, local onde é fácil encontrar ideias contrárias e onde irão conhecer os descrentes com moral, inteligentes, letrados e ferozmente lógicos. Superstições e mentiras não podem assim competir. 

Agora a questão já não é se religiões vão morrer, é apenas uma questão de quão rapidamente vão morrer.


quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Ateísmo versus Religião

  • Ateísmo: 

O entendimento de que no dado ponto do espaço-tempo onde a singularidade aconteceu, o potencial quântico colapsou em conjuntos de pares de partículas e anti-partículas virtuais devido a flutuações no vácuo quântico, ocasionalmente produzindo um valor diferente de zero e, posteriormente, a acreção solar e planetária condensou os gases remanescentes da expansão em estrelas e planetas cuja composição frequentemente inclui produtos químicos orgânicos que naturalmente formam ligações moleculares e, no nosso caso, auto-catalisadoras, ou seja, replicadores simples que preencheram os oceanos da Terra primitiva, eventualmente, crescendo em sofisticação, formando membranas lipídicas em torno de bolhas que protegem o RNA e, eventualmente, o núcleo DNA dos organismos unicelulares primeiros, que desenvolveram a capacidade de viver em colónias, tornando-se organismos multicelulares simples, como esponjas, as quais tornaram-se organismos intermediários, como os pólipos, que se tornaram invertebrados primitivos os quais ramificaram-se em vertebrados, dentre os quais alguns se tornaram peixes e, em seguida, anfíbios, um dos quais (Tiktaalik), é famoso entre os primeiros a rastejar para a terra seca, onde anfíbios ramificaram-se em répteis, que ramificaram-se tanto em mamíferos quanto aves, alguns detre os quais sobreviveram ao evento de extinção que matou os dinossauros tornaram-se primatas arborícolas que depois desceram das árvores e aprenderam a andar erectos a fim de carregar alimentos/ferramentas/filhotes e, obviamente, este protótipo humano eventualmente deu origem à nossa espécie. 

Pode parecer pouco intuitivo, mas foi assim que toda esta merda onde estamos e somos, aconteceu. 




  • Religião: 

A crença de que sempre existiu um homem invisível e o homem invisível criou magicamente o mundo e duas pessoas e essas duas pessoas multiplicaram-se em milhares de milhões e o homem invisível ameaçou as pessoas com uma eternidade de torturas a menos que ele fosse regado com louvores e honras e o homem invisível escreveu um livro através de um escritor fantasma, mas as pessoas editaram e reescreveram o livro diversas vezes, para que ele significasse aquilo que elas queriam que significasse. 
Tudo isso aconteceu porque um dia o homem estava entediado.

O Dilúvio passado a limpo

 No Génesis, a história do dilúvio é uma das poucas que ainda alimenta o interesse dos cientistas, depois que os físicos substituíram a criação do mundo pelo Big Bang e Darwin substituiu Adão pelos macacos. O que intrigou os pesquisadores foi o fato de uma história parecida existir no texto épico babilónico de Gilgamesh – o que sugere que uma enchente de enormes proporções poderia ter acontecido no Oriente Médio e na Ásia Menor. Parte do mistério foi solucionado quando os filólogos conseguiram demonstrar que a narrativa do Génesis é uma apropriação do mito mesopotâmico. Não há dúvida de que os hebreus se inspiraram no mito de Gilgamesh para contar a história do dilúvio. 

O povo hebreu entrou em contato com o mito de Gilgamesh no século VI a.C. Em 598 a.C., o rei babilónico Nabucodonosor, depois de conquistar a Assíria, invadiu e destruiu Jerusalém e seu templo sagrado. No ano seguinte, os judeus foram deportados para a Babilónia como escravos. O chamado exílio babilónico durou 40 anos. Em 538 a.C., Ciro, o fundador do Império Persa, depois de submeter a Babilónia permitiu o retorno dos judeus à Palestina. Os rabinos ou “escribas” começaram a reconstruir o Templo e a reescrever o Génesis para, de alguma forma, dar um sentido teológico à terrível experiência do exílio. Assim, a ameaça do dilúvio seria uma referência à planície inundável entre os rios Tigre e Eufrates, região natal de Nabucodonosor; os 40 dias de chuva seriam os 40 anos do exílio; e a aliança final de Deus com Noé, marcada pelo arco-íris, uma promessa divina de que os judeus jamais seriam exilados. 



Solucionado o mistério do dilúvio na Bíblia, continua o da sua origem no texto de Gilgamesh. A hipótese mais concreta é que por volta do ano 5600 a.C., ao final da última era glacial, o Mar Mediterrâneo havia atingido seu nível mais alto e ameaçava invadir o interior da Ásia na região hoje ocupada pela Turquia, mais precisamente a Anatólia. Num evento catastrófico, o Mediterrâneo irrompeu através do Estreito de Bósforo, dando origem ao Mar Negro como o conhecemos hoje. Um imenso vale de terras férteis e ocupado por um lago foi inundado em dois ou três dias. 

Os povos que ocupavam os vales inundados tiveram que fugir às pressas e o mais provável é que a maioria tenha morrido. Os sobreviventes, porém, tinham uma história inesquecível, que ecoaria por milénios. Alguns deles, atravessaram as montanhas da Turquia e chegaram à Mesopotâmia, tornando-se os mais antigos ancestrais de sumérios, assírios e babilónios. Estaria aí a origem da narrativa de Gilgamesh. Essa teoria foi recebida por arqueólogos e antropólogos como fantástica demais para ser verdadeira. 

No entanto, no verão de 2000, o caçador de tesouros submersos Robert Ballard, o mesmo que encontrou os restos do Titanic, levou suas poderosas sondas para analisar o fundo do Mar Negro nas proximidades do que deveriam ser vales de rios antes do cataclismo aquático. Ballard encontrou restos de construções primitivas e a análise da lama colhida em camadas profundas do oceano provaram que, há 7 600 anos, ali existia um lago de água doce. 

A hipótese do grande dilúvio do Mar Negro estava provada.

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Saber e crença, segundo Kant

Distinção entre saber e crença (e opinião) definida por Kant na Crítica da Razão Pura: 
  1. saber: uma convicção suficiente subjetiva e objetivamente.  
  2. crença: uma convicção suficiente subjetivamente, mas não objetivamente.
  3. opinião: uma convicção que não é suficiente, nem objetiva nem subjetivamente. 




Claro que precisamos entender o que significa esse “objetivamente”. O nosso conhecimento, segundo Kant, provém de duas fontes: as percepções sensoriais e o entendimento (que produz os conceitos a partir das percepções sensoriais). 

Fica claro que, como não temos percepções sensoriais de deus, não podemos ter um saber (objetivo) a respeito de deus. Dito de outra forma, deus não pode ser objeto de saber. 

Deus não é, ainda segundo Kant, um conceito. Um conceito é formado a partir de um múltiplo de percepções sensoriais, por ação do intelecto. Deus é, o que Kant chama de “ideia” da razão. Uma ideia da razão não se forma a partir de percepções sensoriais. 

Deus, como ideia da razão que pode ser pensada sem contradição é, portanto, possível. Mas, de poder ser pensado sem contradição, não se segue que exista na realidade. 

Deus não é, portanto, objeto de saber. É objeto de crença. Tanto para o crente, quanto para o ateu.

terça-feira, 9 de agosto de 2016

O Tempo

O tempo (cronológico) não existe! É um conceito inventado pelos homens para que estes se consigam sincronizar uns com os outros para desempenhar tarefas. 

Obviamente que, em oposição ao conceito de ‘deus’, o conceito de tempo (cronológico) atualmente é UTIL à humanidade! Sem este conceito andaríamos todos às turras para conseguir combinar estar próximos uns dos outros em determinadas circunstâncias. 



Existem eventos que podem parecer que se repetem ou não (como o ‘nascer’ do Sol, embora NUNCA um ‘nascer’ do Sol possa ser efetivamente considerado uma repetição, porque o Sol também se move e assim, ‘nasce’ em locais diferentes todos os dias, se tomarmos em consideração o próprio Universo). 

Portanto, uma máquina do tempo é uma ilusão que o nosso próprio pensamento, a nossa própria imaginação nos leva a crer que seria possível inventar, pois achamos que, entrando nessa máquina, poderíamos “voltar” ao ‘tempo’ dos nossos avós (mas o tempo dos nossos avós não existe). 

Apenas existe o presente, e sendo assim, para todos os efeitos, não existe passado nem futuro. 

 Claro que as nossas memórias nos ajudam a guardar coisas que fizemos antes do “agora”, mas isso não quer dizer que o “antes do agora” continue a existir. Já existiu, ou melhor, já aconteceu, mas deixou de acontecer, ou melhor: MODIFICOU-SE! 

Portanto, podemos é dizer que a matéria que nos constitui modifica-se, e isso leva-nos a conseguir poder ‘medir’ as ocorrências dessa modificação se tomarmos em consideração um ou outro evento que possa ser relativo ao primeiro. 

Albert Einstein chamou a sua “magna” teoria de “Teoria da Relatividade” precisamente porque tudo é relativo. 

O “tempo” que costumamos utilizar para informarmos aos nossos amigos sobre “quantos anos temos”, é relativo às voltas que o nosso planeta dá em torno do Sol. 

Portanto, eu, que tenho 49 anos, posso afirmar que a matéria que constitui o meu corpo, e que está sempre em constante modificação (tal como tudo neste Universo), já deu 49 voltas em torno do Sol. 

Os humanos resolveram designar cada uma dessas voltas com o termo “ano”. 

Mas se alguém vivesse no planeta Marte, que, por exemplo, demora 657,45 dias (dos ‘nossos’ aqui da Terra) a dar uma volta em torno do Sol, então, ao fim de 12 anos daqui da Terra, essa “pessoa” que vivesse no planeta Marte, teria vivido apenas 6,39 “anos marcianos”. 

Vá, queres voltar então ao passado? Qual deles? Ao “passado terrestre” ou ao “passado marciano”? 

Isto a princípio pode parecer tudo muito complexo, mas isso deve-se apenas ao facto de nós humanos termos necessidade de criar conceitos que nos auxiliem a conviver com os outros seres humanos neste planeta, que depois nos esquecemos de que os nossos próprios conceitos acabam por ser pequenas prisões que nos fecham no nosso próprio entendimento para conseguirmos compreender o Universo em que vivemos. 

Provavelmente, poderás querer utilizar o termo “espaço-tempo”, pois a ciência criou e passou a utilizar esse termo para mais facilmente conseguir explicar eventos relacionados com a matéria e medi-los com um mínimo de compreensão humana. 

E porque é que é tão difícil conseguir compreender que o tempo não existe? Bem, observemos o ‘céu’ noturno. 

A luz das estrelas que vemos no ‘céu’ noturno (‘céu’ – outro termo que designa um conceito que não existe, eheh…) dizia eu: a luz das estrelas que vemos no ‘céu’ noturno já não existe tal como o vemos. Se olhares para todas as estrelas no ‘céu’, poderás estar a olhar para aquilo a que poderemos chamar de ‘passado’. 

Mas, se o tempo não existe, porque falamos em “olhar para o passado”? Porque o que existe aproxima-se mais do conceito “espaço-tempo” e não do conceito “tempo”. Ou seja, é impossível separar o conceito “tempo” do conceito de “matéria” (ou “espaço”). Por isso, matéria e “tempo” (ou espaço e “tempo”) são a mesma coisa. 

Então, “tempo” (por si só, não existe). 

Ou melhor, usando a terminologia científica, “O tempo não flui. O tempo simplesmente é.” 

Esse é o mais comum e maior engano de todos, julgar que o tempo seja algo que possua uma existência própria e independente… 
Tempo é relação, e relação não existe como coisa independente, existe apenas enquanto se relaciona… 
Logo o tempo existe apenas como resultado da dinâmica do universo se expandindo, como relação entre os eventos ocorrendo em um espaço dinâmico, não pode existir portanto nem para a frente nem para trás, apenas no instante mesmo em que se dá.

Epístolas de Paulo adulteradas?

Em (397d.c) João Crisóstomo,”conhecido como boca de ouro” restaurou os escritos de Apolónio de Tiana, um sábio do primeiro século, e o inseriu como parte do Novo Testamento. Fonte:(secrets of cristian father, op.cit.).



A Igreja admite que as Epístolas de PAULO sejam falsificações ,dizendo: “mesmo as Epístolas genuínas foram interpoladas para dar peso às opiniões pessoais de seus autores”. Fonte:(catholic encyclopedia.farley ed.vol VII,pag. 645).

Da mesma forma JERÓNIMO(420 dc) declara que os “ATOS DOS APÓSTOLOS” o quinto livro do NOVO TESTAMENTO,também foi “falsamente escrito”. Fonte:(The letters of Jerome,libbrary of de fathes,Oxfod movement,1883.vl.V,pg.445).

O Concílio de Niceia e Cristo

O Concílio de Niceia foi o primeiro concílio do cristianismo, feito por o Imperador Constantino 325 EC juntando todos os bispos da época, onde ordenou que cada um trouxesse os escritos do cristianismo primitivo, onde ele iria criar um novo deus e colocar o cristianismo como religião principal do império, pois naquela época os cristãos estavam fazendo badernas e pequenas confusões contra o governo. 



Constantino visando o poder político resolveu adotar o cristianismo como religião oficial. ele determinou que o nome do grande deus druida, Hesus, fosse juntado com o deus salvador do oriente, Krishna (Krishna é sânscrito para Cristo) Sânscrito é uma língua da Índia, de uso litúrgico no hinduísmo, budismo e jainismo. O sânscrito faz parte do conjunto das 23 línguas oficiais da Índia, e Krishna é tradução de Cristo, por sua vez, é o termo usado em português para traduzir a pal
avra grega Χριστός (Khristós) que significa “Ungido”. O termo grego, por sua vez, é uma tradução do termo hebraico (Māšîaḥ), transliterado para o português como Messias (Wiki), e assim Hesus Krishna seria o nome oficial o novo deus romano, que tem nada a ver com o Jesus Cristo que conhecemos hoje da religião cristã, o tal que morreu na cruz.

A votação foi realizada e foi pela maioria, das mãos levantadas (161 votos a 157), Hesus Krishna se tornou uma só divindade. Como na época o “J” não existia no hebraico, com o tempo se tornou ” Jesus Cristo”.

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Inspirações da Bíblia

“Estruturalmente, Génesis 1-11 apresenta uma fascinante visão sobre como a Bíblia evoluiu de uma colecção de mitos politeístas e lendas de várias culturas em uma conta monoteísta mais coerente da história de Israel.” – 101 Myths of the Bible por Gary Greenburg 2000; Página 3 



Em resumo, todos os personagens na Bíblia foram roubados de religiões pagãs gentias e substituídos por personagens judaicos: 
O monoteísmo judaico foi roubado do egípcio Akhenaton 
A criação judaica foi roubada da criação egípcia. 
A palavra judaica para o criador foi roubada dos egípcios (o judeu Iavé substitui Ptah).
“Haja Luz” foi roubado do Épico Theban da criação. 
O “firmamento no meio das águas” foi roubado da criação egípcia. 
Adão e Eva foram roubados dos egípcios Geb e Nut. 

Eva vinda da costela de Adão foi roubada do épico de Enki e Ninhursag: 
“Meu irmão, que te dói? Minha costela me dói” ANET, Ninti cujo nome significa “Senhora do Rib”, curou costela de Enki. 

Punição e perda da imortalidade de Adão e Eva foram roubados da história mesopotâmica de Adapa (o judeu Iavé substitui o sumério Enki). 

Os judeus Caim, Abel e Seth foram roubados de Osíris, Set e Hórus. 

O conflito entre Caim e Abel foi roubado de Set e Osíris, e conforme a história se passa, é mais tarde com base nos sumérios Dumuzi e Enkimdu. 

O judeu Sansão foi roubado de Heracles: 
A remoção de seus olhos é baseada em Édipo, e a derrubada dos pilares foi roubada do conto egípcio sobre Re-Herakhte. 

A história judaica de Jacob e a escada foi roubada dos rituais funerários egípcios para o rei falecido: “Glórias a ti, Escada de Deus, Salve, oh Escada de Set. Suba, oh Escada de deus, suba, oh Escada de Set, suba, oh Escada de Hórus, sobre o qual Osíris foi o céu.” 
“A Escada egípcia consiste dos corpos de duas divindades egípcias sobre a qual Osíris ascende aos céus, foi substituída por uma escada com vários seres sobrenaturais, anjos a subir e descer entre a Terra e o céu.” 

O judeu Moisés foi roubado de vários deuses e reis, a depender da fase de sua vida: 
Sargon (o nascimento e abandono no rio, serem resgatados pela realeza etc.) As andanças no deserto foram baseados na Deus-Sol Baco, como visto nos Hinos de Orfeu. A passagem Hebraica de “40 anos no deserto”, afirmada no livro judaico de Êxodo. 

As subsequentes “40 dias e 40 noites” andanças no deserto do judeu nazareno foram roubadas: “a luta de Set e Hórus no deserto durou quarenta dias, como comemorado nos quarenta dias da Quaresma egípcia, durante os quais Set, como o poder de seca e esterilidade, fez guerra contra Hórus na água e germinação do grão enterrado… Esses quarenta dias foram estendidos para 40 anos, e confessadamente assim pelos judeus.” 

O judeu Josué foi roubado das Divindades egípcias Shu e Nun. 
A judia Débora foi roubada da Deusa egípcia Neith. 
O judeu Noé foi roubado do sumério Ziusudra. 
O deus judeu fictício Iavé na história de Noé substituiu o deus sumério Enlil, também conhecido como Baal e Belzebu.
O filho judeu de Noé, Kham, foi roubado de Belus. 
O judeu Nimrod foi roubado do Faraó egípcio Sesóstris. 
O judeu Abraão foi roubado do Rei Hariscandra dos Sankhayana-Sutras Hindus. 
O judeu Isaac foi roubado de Rohita, filho do Rei Hariscandra Nessa história, o deus judeu fictício Iavé substituiu o deus hindu Varuna. 
O personagem judeu Daniel foi roubado do egípcio Neferti. 
O judeu Jonas e a baleia; Jonas foi roubado do personagem Hindu “Saktideva” encontrado na Somadeva Bhatta. 
As “Doze Tribos de Israel”, assim como os doze discípulos de Cristo são baseadas nos doze signos do zodíaco. 
O judeu Ló e sua esposa foram roubados dos gregos Orfeu e Eurídice Nessa história, o deus judeu Iavé substitui o deus grego Hádes. 
Os judeus Jacó e Esaú foram roubados de Hórus e Set. 
A judia Rebeca foi roubada da deusa egípcia Ísis. 
O judeu José com os onze irmãos foram roubados do egípcio Psammetichus. 
A história de José e a esposa de Potifar foi roubada dos egípcios Anúbis e Bata. 
“As Dez Pragas” contra o Egipto foram roubadas e muito exageradas e alteradas do Papiro de Ipuwer. 
Os dez mandamentos foram roubados do Código de Hammurabi. 
O judeu Iavé substitui o Deus-Sol sumério Shamash, também conhecido como Azazel. 
O judeu Davi a matar o filisteu Golias foi roubado de Thor a jogar o martelo em Hrungnir, atingindo-o na testa. 
O judeu Jó foi roubado do ugarítico Keret, e o judeu Iavé substitui o deus “El”. O judeu “Jó”, foi roubado de uma história escrita no idioma ugarítico (escrita cuneiforme), escrita por volta de 1400 aC por “Ilimilku, o Escriba”. Este épico envolve “Keret” e o Deus “El”, e NÃO Jó e Jeová. Tragédias familiares de Keret e doenças são comparáveis com a história de Jó. No conto original, “Satan” nunca sequer entrou em cena. Aqui, o judeu Jeová substitui El. 

Ao criar deuses opostos, um “bom” e outro “mal”, os judeus têm sido capazes de manipular o mundo além da imaginação. O livro judaico de Provérbios, juntamente com os escritos dos livros dos mortos egípcios.


Fonte: A Bíblia é Uma Conspiração Judaica. 

Kit de deteção de disparates

“Na ciência é possível começar com resultados experimentais, dados, observações, medidas e «factos». Inventamos, se isso for possível, uma lista interminável de explicações plausíveis e confrontamos sistematicamente cada uma delas com os factos. No decurso da sua formação, os cientistas recebem um kit para detecção de disparates, a que recorrem sempre que se confrontam com novas ideias. Se a nova ideia resiste à análise com os instrumentos do kit, recebemo-la de braços abertos, embora com cautela. Se uma pessoa estiver na disposição de não engolir disparates, ainda que seja tranquilizador fazê-lo, há precauções que pode tomar; há um método comprovado pela experiência. 

Que contém o kit? Instrumentos para o pensamento céptico. O pensamento céptico é o meio de construir e compreender um argumento racional e — o que é particularmente importante — de reconhecer um argumento fraudulento ou falacioso. 

A questão não é se gostamos da conclusão que resulta de uma série de raciocínios, mas se decorre de uma premissa e se esta é verdadeira.

Alguns dos instrumentos referidos são os seguintes:
  • Sempre que possível deve haver uma confirmação independente dos «factos». 
  • Encorajar o debate substantivo das provas por parte dos proponentes de todos os pontos de vista. 
  • Os argumentos apresentados por autoridades na matéria têm pouco peso — as «autoridades» cometeram erros no passado e voltarão a cometê-los no futuro. Talvez uma maneira melhor de dizer isto seja afirmar que em ciência não há autoridades quando muito há «especialistas».
  • Pense em mais de uma hipótese. Se há qualquer coisa a explicar, pense em todas as maneiras diferentes de o fazer. Depois pense em testes através dos quais possa refutar sistematicamente cada uma das alternativas. O que subsiste, a hipótese que resiste à refutação nesta selecção darwiniana entre «hipóteses de trabalho múltiplas», tem uma probabilidade muito maior de ser a resposta certa do que se se tivesse simplesmente aceitado a primeira ideia que nos agradou.
  • Tente não ficar muito preso a uma hipótese só porque é sua, ela não passa de uma estação de paragem no caminho da procura do conhecimento. Pergunte a si mesmo porque lhe agrada. Compare-a com as alternativas. Veja se consegue encontrar motivos para a rejeitar. Se não consegue, outros conseguirão. 
  • Quantifique. Se o que está a explicar tem alguma medida, se envolve alguma grandeza numérica, estará muito mais bem equipado para escolher entre as várias hipóteses possíveis. O que é vago e qualitativo está aberto a muitas explicações. Claro que há verdades a ser procuradas nas muitas interpretações qualitativas que somos obrigados a confrontar, mas encontrá-las ainda é mais estimulante. 
  • Se há uma cadeia de argumentos, todos os seus elos têm de funcionar (incluindo a premissa) — e não apenas a maior parte. 
  • A navalha de Occam. Esta excelente regra prática incita-nos, quando confrontados com duas hipóteses que explicam dados igualmente bem, a escolher a mais simples. 
  • Pergunte sempre se a hipótese pode ser, pelo menos em princípio, refutada. As proposições impossíveis de verificar e refutar não valem grande coisa. Considere a ideia grandiosa de o nosso universo e tudo o que este contém serem apenas uma partícula elementar — por exemplo um electrão — num cosmos muito maior. Mas, se é possível que nunca venhamos a obter informações exteriores ao nosso universo, será a ideia susceptível de refutação? Temos de ser capazes de verificar a validade das afirmações. Os cépticos inveterados têm de ter oportunidade de seguir o seu raciocínio, de repetir as suas experiências e de ver se estas obtêm sempre o mesmo resultado.”

 
 

Natureza consciente?

A natureza não é uma entidade consciente, intencional e causística. 
Pelo menos não o é até que se consiga provar que é. 

Portanto, falar de “imaginação da natureza” é um mero antropomorfismo poético que se está a fazer.

domingo, 7 de agosto de 2016

Retórica filosófica

Retórica filosófica é uma zona de escape, onde nada precisa de evidências, apenas a velha e boa verborragia escorregadia e círculos viciosos. 

A metodologia científica está aí para isso para se fugir desse labirinto confortável a quem faz afirmações sem fundamentos.

O termo Quântico


Actualmente, o termo “quântico” é usado exagerada, gratuita, e levianamente por aqueles que nada percebem de física quântica para tentar justificar as idiotices que defendem. 

Por exemplo, é usado em várias medicinas alternativas (holísticas, cristais, imposição de mãos, homeopatia de dissolução, etc) para tentar justificar aquilo que eles não conseguem explicar de outra maneira… porque é uma treta, basicamente. 

E é usada por certos religiosos e por certas religiões para tentar estabelecer uma ligação forçada entre deus e a ciência (porque já perceberam que não há como negar o sucesso e efectividade da ciência). Precisamente porque as Leis da Física, como as conhecemos até pouco tempo) são diferentes (e ainda pouco compreendidas) ao nível quântico, apressam-se a usar esse termo indiscriminadamente para tentar justificar a existência do metafísico e assim poder afirmar que deus, sendo metafísico, opera de acordo com Leis que não compreendemos e que diferem das Leis Naturais que conhecemos. 

Ou seja, é mais uma desculpa desesperada e mal amanhada para tentarem justificar o injustificável.

Texto de Rui Batista

O ateu e a gramática

O ateu não encontra valor no verbo “acreditar”, odeia o verbo “crer” tal como o substantivo “fé”. 
Em contrapartida prefere usar o verbo “saber” e “conhecer”.

A Bíblia

Não existe a “Bíblia”, mas sim uma interminável quantidade de versões e edições modificadas, revisadas, ampliadas, corrigidas, fiel, etc… Isto por si só, já elimina a tal “inspiração divina”, que hoje é mais motivo de piada que qualquer outra coisa. 
Só para complicar, se a “Bíblia” é realmente inspirada por Deus, qual destas é de inspiração divina? 

1-A Bíblia do judaísmo rabimista e do judaísmo caraíta que contém 39 livros. 
2-A Bíblia do judaísmo ebionita que contém 40 livros. 
3-A Bíblia da igreja ortodoxa síria contém 61 livros. 
4-A Bíblia do protestantismo que contém 66 livros. 
5-A Bíblia da igreja católica romana que contém 73/75 livros. 
6-A Bíblia da igreja ortodoxa grega que contém 80 livros. 
7-A Bíblia da igreja ortodoxa etíope que contém 91 livros. Etc…..

Deve escrever-se deus ou Deus?

Por mais que uma vez sou questionado porque escrevo “deus” com inicial minúscula e não com inicial maiúscula. 

A resposta que dou é que “deus” não é um nome próprio, nome próprio seria Jeová, Iavé, Zeus, Odin, etc. Estes sim, devem ser escritos com inicial maiúscula. 

Mais: “com o Novo Acordo Ortográfico que unifica grafia do português nos países de língua portuguesa a polémica fica resolvida, pois na base XIX que trata do uso de minúsculas e maiúsculas, diz que fica FACULTATIVO o uso de minúsculas ou maiúsculas nos axiónimos (tratamento e reverência) e nos hagiónimos (nomes sagrados e crenças religiosas). “ Axiónimos são os modos corteses de as pessoas tratarem-se nas ocasiões formais. Um exemplo de axiónimos é o pronome de tratamento Vossa Senhoria. Antes deveria iniciar com letra maiúscula, mas com a nova ortografia, tais nomes e pronomes poderão continuar com inicial maiúscula e também com inicial minúscula: vossa senhoria. 

Já os Hagiónimos são nomes sagrados e também nomes próprios que se referem a crenças de quaisquer religiões. Exemplos: Deus, Jeová, Alá, Maomé, Oxalá. Outros exemplos: Santo, Santa. E outros exemplos: Natividade, Ressurreição, que assim como os axiónimos poderão ser escritos com inicial maiúscula ou com inicial minúscula. Só para citar outro exemplo de hagiónimo é Nossa Senhora, que antes teria que ser escrito com iniciais maiúsculas e agora é opcional escrever nossa senhora. 

Uma brecha que pode ser usada para defender a obrigatoriedade do uso de “D” maiúsculo para deus, está no item c do 2º artigo da mesma base (XIX), que diz que seres mitológicos também devem ter seus nomes grafados com letras maiúsculas, mas aqui entraríamos em um ponto desconfortável para os que defendem a grafia Deus, teriam que assumi-lo como SER MITOLÓGICO, e ter a difícil tarefa de dizer que deus é um nome e não um título.

Fonte: CiberDúvidas

Respeitar crença ou o indivíduo?

Devo apenas respeito aos indivíduos e não a ideias. 

Tal como Voltaire dizia: Posso não concordar com o que diz, mas defenderei o seu direito de o dizer. 
Respeito a liberdade de cada um acreditar no que quiser, seja em coisas coerentes, seja em coisas idiotas. Mas não tenho de respeitar as ideias em que acreditam. 

É como com a política (embora em não tenha “cor” política, por isso isto é mesmo só um exemplo). Posso não concordar com certas ideologias políticas e até escarnecer delas. Mas defendo o direito de cada um poder aderir à ideologia política que desejar.

Explicando o Universo

Todo o Universo onde estamos inseridos, incluindo a sua origem, pode ser cabalmente explicado pela ciência, embora nem tudo possa ser provado (se é que alguma vez será possível), sem intervenção divina alguma.

Exigência de provas

Aquele que acredita sem provas, como o crente em deus, não tem legitimidade para exigir provas do que quer que seja a um descrente.