Antes de 1928, a origem do personagem deus era difícil de explicar. Nesse ano foi descoberta uma cidade do povo fenício, Ugarit. As escavações revelaram uma cidade muito importante.
Documentos encontrados em Ugarit, civilização anterior a Israel, permitiram aos pesquisadores compreenderem os escritos hebraicos.
Diversos depósitos de tabuletas de argila na escrita cuneiforme foram encontradas, constituindo uma biblioteca do palácio, uma biblioteca de um templo, duas bibliotecas privadas, mais uma outra biblioteca e arquivos com 420 tabuletas, todas datando da última fase de Ugarit, a cerca de 1 200 a.C.
Sete alfabetos diferentes eram utilizados em Ugarit: hieróglifos egípcios e luvitas, e os cuneiformes eteocretense, sumério, acádio, hurrita e ugarítico.
A obra de literatura mais importante descoberta em Ugarit é o Ciclo de Baal, que descreve a base da religião e do culto do Baal fenício (canaanita). Inclui também textos mitológicos, cartas, documentos de compra e venda de terras, tratados internacionais, e uma grande quantidade de listas administrativas.
Estes arquivos tiveram grande importância para o estudo bíblico, continham uma descrição detalhada das crenças religiosas fenícias anteriores à existência dos hebreus, mostrando paralelos significativos com a literatura hebraica bíblica o que levou a uma nova apreciação do velho testamento.
RELIGIÃO UGARÍTICA
A religião ugarítica estava centrada no deus-chefe, Ilu ou El, o "pai da humanidade", "criador da criação". Os mais importantes entre os principais deuses eram Hadade, o rei dos Céus e Atirate ou Asherah (familiar aos leitores da bíblia), mas havia muitos outros. Os textos ugaríticos forneceram informações sobre a religião dos fenícios, que em essência era a religião dos antigos israelitas.
A suprema autoridade divina em Ugarit era El, um dos nomes do deus de Israel (Génesis 33:20). El era o soberano, mas outro deus administrava as coisas na terra por El, como seu vizir, Baal, familiar do antigo testamento. A posição de Baal como "rei dos deuses" em Ugarit ajuda a explicar o "problema de Baal" no antigo testamento. O reino do norte cultuava Baal.
Os hebreus cultuavam a deidade, El, e usavam até alguns salmos e outros temas da literatura fenícia. Os atributos do El hebraico são os mesmos que o El ugarítico. A bíblia associa Iaveh (Jeová) a El (Gen. 14:18-20, 33:20, Exod. 6:3, etc.).
Os deuses como Baal e Asherah, de origem fenícia, eram igualmente louvados pelos hebreus antigos.
ASHERAH
Asherah ou Athirat (em ugarítico), era a mãe dos deuses, consorte de El, deusa do mar, deusa dos rebanhos e colheitas.
Asherah, a benevolente mãe que intercede pelos seus filhos, já pertencia ao panteão do Império Acadiano, surgido em 2334 a.C. com Sargão (r. 2334 – 2279 a.C.) e que existiu até o reinado de Shu-Turul (r.2168 - 2 154 a.C.).
BAAL HADAD
Baal Hadad foi o deus mais adorado entre os fenícios. É o deus das tempestades, da chuva, da névoa, do orvalho, é aquele que nutre as lavouras e traz a fertilidade para a terra, embora não seja o deus da vegetação.
Baal é um título e significa Senhor, Dono ou Lorde, título utilizado por outros deuses.
Baal Hadad ocupa uma posição subordinada apenas ao deus El, é o regente do mundo, substituto de El.
OS HEBREUS
Os hebreus, no início de sua história, não era um povo distinto dos fenícios. Começaram a se agrupar formando uma comunidade separada dos fenícios em torno de 1.200 a.C. quando a comunidade ugarítica estava em declínio.
Era uma comunidade inexpressiva, até quando Omri ascende ao poder, fundando a dinastia Omrida (885-843 a.C.). Ahab, filho de Omri, foi um dos maiores reis hebreus, devido a sua política de sancionar tanto o culto de Javé (Jeová) quanto o culto de Baal. Depois Israel entra num período de decadência. (Ref. Keith W. Whitelam. «The invention of Ancient Israel: the silecing of Palestinian History»). Pelo menos até o fim da dinastia Omrida os hebreus eram politeístas.
Em 722 a.C., Israel foi conquistado pelos assírios.
RUMO AO MONOTEÍSMO.
Passo 1. A corte de Jerusalém que se exilou em Judá, sustentava a ideia de que El ou IHVH (Iaveh) era o deus supremo. Aproximadamente duzentos anos depois Judá foi conquistado pelos babilônios (Cativeiro da Babilônia).
Passo 2. Durante o cativeiro babilônico, surgiu a ideia de que existia um Deus único, Iaveh.
Passo 3. Quando os hebreus foram libertos e voltaram para suas terras, reconstruíram o templo e passaram a considerar Iaveh (Jeová) como deus único. Os relatos orais do passado hebreu eram fantasiosos e discordantes, então em 398 a.C. resolveram escrever estes relatos, onde foram incluídos lendas assírias e babilônicas. Este relato resultou na Bíblia.
Nos relatos:
1. O rei Sargão foi transmutado em Moisés.
1. O rei Sargão foi transmutado em Moisés.
2. Os 50 anos do cativeiro babilônico foram transformados em 400 anos do cativeiro no Egito, onde nem existia escravidão nem nunca estiveram levas de judeus.
3. O reino inexpressivo de Davi foi transformado num reino forte com um exército de 1,3 milhão de combatentes.
4. A história dos hebreus foi recuada para alguns milénios de antiguidade.
5. Estes escritos foram atribuídos à inspiração divina, o que prevalece até hoje.
Texto de Djair Lima
Ou seja o Monoteísmo vem do pagãnismo, que originalidade jsksksk. Eu adoraria que os Judeus não fossem conquistados por assírios e babilônicos, por que assim eles não criariam essa maldita religião e continuariam pagã
ResponderEliminarComo o mundo seria bem diferente se assim tivesse acontecido...
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