- Aqui no seu curriculum diz que o senhor é todo poderoso. O que o senhor sabe fazer?
- Eu fiz um boneco de barro e depois fiz uma mulher com um osso.
- Que legal, e onde eles estão agora?
- Eu briguei com eles. Comeram o pudim que tava na geladeira e eu os botei pra fora de casa.
- Mas que problema teria se eles comessem o pudim? E porque o senhor não trancou a geladeira?
- Eu queria testá-los, saber se eles iriam me obedecer. Por isso deixei a geladeira escancarada.
- Mas ai o senhor facilitou.
- Sim mas a culpa é toda deles.
- O senhor ainda mantém contato com eles?
- Sim, claro, eu os amo. Inclusive eles tem muitos filhos que estão povoando a terra.
- Ah que legal. E como tem sido a relação de vocês?
- De vez em quanto eu gosto de matar pessoas e animais. Uma vez eu matei todo mundo afogado e fiquei olhando. Muito legal.
- O senhor gosta de crianças?
- Claro que sim, quem não gosta? Já pedi até para um pai matar um filho e me oferecer no jantar. Mas naquele dia eu tava com azia, e acabei mudando de ideia. Além disso o filho dele era muito magro.
- Que outras habilidades o senhor tem?
- Eu sou ventríloquo, consigo fazer os bichos e plantas falarem. Você jura que eles estão falando de verdade.
- O senhor tem filhos?
- Sim, mas meu filho sou eu mesmo, e eu já precisei matá-lo de brincadeirinha, mas ele não morreu. Ele está aqui do meu lado junto com o amiguinho dele, o espírito santo.
- Mas eu só estou vendo o senhor.
- Sim, mas eu sou três pessoas ao mesmo tempo.
- Aqui diz que o senhor escreveu um livro.
- Não foi bem um livro, foram umas regras de um jogo que eu criei.
- E que regras são essas?
- Que todos os jogadores devem me adorar, senão o pau vai comer. Mas tem coisas boas, do tipo não matar, não roubar.
- E os jogadores conseguem seguir essas regras?
- Na verdade nem eu sigo essa regras. É um jogo bem confuso, do tipo salve-se quem puder, lá vem o maluco.
- Ok, eu acho que já é o bastante. Vamos ficar com seu curriculum e qualquer coisa a gente entra em contato.
- Beleza. Mas não demorem, senão eu volto aqui e mato vocês todos.
Por: Rui Batista
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