domingo, 5 de fevereiro de 2017

Religião e futebol, tudo a ver.



A religião é um fenómeno que só faz sentido se vivido em uma comunidade de pessoas que aceitem a mesma crença. Não importa muito ao fiel se Deus é definido de um modo ou de outro ou quais outros aspectos da religião ele deve considerar. O mais importante sempre é o sentido de COMUNIDADE.

Isso lembra muito o fenómeno do futebol. Nela as pessoas se reúnem em torno de uma ideia completamente abstracta a que denominam o seu CLUBE. Não se trata de um edifício, um estádio ou outras instalações desportivas e nem mesmo dos jogadores, técnicos e dirigentes. O CLUBE tem uma “personalidade” própria independente.

As claques se entregam a todo tipo de irracionalidades. Quando se reúnem elogiam de forma exacerbada a sua equipe, denigrem a imagem de outras e parecem dispostos a tudo para defender o seu clube, até mesmo a violência e a morte.

Durante um jogo, a irracionalidade se torna ainda mais evidente. Se o juiz marca uma falta contra o clube, ele é imediatamente taxado de “ladrão”, “desonesto” e “filho da puta”. Se marca uma falta a favor do clube, é “equilibrado”, “tem autoridade” e assim por diante.

No fundo cada participante de uma claque busca apenas a aprovação dos outros e não tem nenhuma preocupação com qualquer detalhe racional. Uma crítica ao clube é uma “traição” que pode ser punida pelos demais. O clube está sempre certo e é o melhor, não importa se a realidade desmente isso.


Adaptado para o português europeu dum texto original de Lauro Augusto Monteclaro Cesar Jr

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