sexta-feira, 28 de julho de 2017

As provas do Big Bang


 
Quem já não ouviu o pedido para explicarmos quais as provas de que o Big Bang aconteceu?? Sim, é estranho que na Era da Informação ainda existam pessoas que duvidam de factos científicos, colocam em causa as Teorias científicas mais sólidas da Ciência e apenas porque um livro de mitologia escrito por ignorantes da Idade do Bronze contaram outra coisa.

Mas quanto ao Big Bang, e por palavras de Lawrence Krauss, existem três principais pilares OBSERVACIONAIS que levaram à validação empírica do Big Bang, de tal modo que, MESMO se Einstein e Lemaître nunca tivessem existido, o reconhecimento de que o Universo começou num estado quente e denso seria obrigatório:

- a observada expansão de Hubble;
- a observação do fundo de microondas cósmico (os fotões da radiação cósmica de fundo de microondas são os remanescentes das aniquilações iniciais de matéria - antimatéria do princípio dos tempos);
- a concordância observada entre as abundâncias de elementos leves (Hidrogénio, Hélio e Lítio) que medimos no Universo com as quantidades que se previu terem sido produzidas durante os primeiros minutos do Universo.

Podem não entender, mas estas três evidências OBSERVADAS chegam e sobejam.

quinta-feira, 27 de julho de 2017

Todos nós usamos a FÉ?




Se tu és ateu e costumas falar com os crentes, provavelmente irás encontrar alguns que argumentam que todos nós usamos a fé. Eles vão insistir que tu acreditas em coisas pela fé, assim como eles. Eles dirão algo como: "Tu usas a fé todas as vez que tu te sentares numa cadeira sem a testar primeiro".

Quando eu me sento numa cadeira, eu NÃO uso fé para acreditar que ela não vai se partir toda. Eu já me sentei em centenas de cadeiras e todas elas suportaram o meu peso, então eu tenho motivos para esperar que a cadeira que estou prestes a me sentar, não vá se partir. Além disso, toda vez que me sento numa cadeira, sei que existe uma pequena possibilidade de que ela POSSA se desmoronar. Na verdade, eu NÃO ACREDITO que ela aguente comigo, eu ESPERO que ela aguente comigo..

Isto não é como os fiéis usam a fé. Eles não podem dizer que se comunicam com centenas de deuses e em todas as vezes o seu Deus provou que existia!

Além disso, a maioria dos crentes tem a CERTEZA que o seu Deus existe. Quando eles "falam" com seu deus, eles não admitem que haja a hipótese de estarem falando consigo mesmo! Eles têm a certeza apesar de NÃO terem provas de que o seu deus existe realmente. Tudo o que eles têm é fé. Então, os crentes estão mantendo uma crença BASEADA NA FÉ, mas eu NÃO ESTOU.

Para revelar o absurdo total disso, imagine que todas as cadeiras que você já sentou caíram. Muito em breve você esperaria que as cadeiras se colapsassem. Mas o crente não encontra nenhuma evidência para todo deus que ele tenta, mas ainda acredita que Deus existe!

Então, por que razão os crentes estão tão interessados ​​em tentar demonstrar que os ateus também usam a fé? Eu suspeito que é porque, no fundo, eles sabem que acreditar em coisas sem evidências é estúpido, mas eles não se vão sentir tão mal assim se todos também usarem a fé.

É como dizer: "Eu sei que sou estúpido, mas você também é!"

Só que não sou.

Ps.: Existe uma variação comum deste argumento:  é a afirmação de que o ateísmo é uma religião. Eles dizem que as religiões são estúpidas, mas como o ateísmo é também uma religião, então é estúpido também....  
Duh!!! Este sub-argumento é um atestado de estupidez a quem o profere....


Traduzido e adaptado de Bill Flavell

terça-feira, 25 de julho de 2017

Como os crentes são incrivelmente afortunados




Todas as pessoas religiosas têm a sorte de ter nascido em uma família que acredita no único e verdadeiro deus, e rejeita os milhares de deuses falsos em que outras famílias acreditam.

Mas há algo ainda mais maravilhoso: como a tua família acredita no deus verdadeiro, tu podes ter certeza do seu lugar no céu para a eternidade. Isso é que é ser incrivelmente sortudo!

Imagina o quão horrível seria se tu não pudesses confiar nos teus pais que achavam que acreditam no deus verdadeiro. Tu terias que duvidar do deus dos teus pais e compará-lo com os deuses das outras famílias, e assim terias que estudar e procurar evidências e realmente PENSAR sobre isso. Podes até acabar descobrindo que nenhum deus é credível!

Que pensamento horrível. Graças a Deus que ninguém precisa fazer isso.


Traduzido e adaptado de Bill Flavell

sábado, 22 de julho de 2017

A Bíblia e a escravidão




Génesis 17:12 
O filho de oito dias, todo varão dentre vós será circuncidado, por todas as vossas gerações, tanto o nascido em casa como o comprado por dinheiro a qualquer estrangeiro, que não for da tua linhagem.

Nesta passagem, Deus entende que pessoas compram outras pessoas e, obviamente, não critica este costume. Deus quer que os escravos sejam circuncidados da mesma maneira que os não-escravos.

Êxodo 12:43-45 
Disse mais o Senhor a Moisés e a Arão: Esta é a ordenança da Páscoa; nenhum, estrangeiro comerá dela, mas todo escravo comprado por dinheiro, depois que o houveres circuncidado, comerá dela. O forasteiro e o assalariado não comerão dela.

Novamente Deus mostra que aceita totalmente a escravidão e ainda determina um tratamento especial aos escravos.

Êxodo 21:1-6 
Estes são os estatutos que lhes proporás: Se comprares um servo hebreu, seis anos servirá; mas ao sétimo sairá forro, de graça. Se entrar sozinho, sozinho sairá; se tiver mulher, então com ele sairá sua mulher. Se seu senhor lhe houver dado uma mulher e ela lhe houver dado filhos ou filhas, a mulher e os filhos dela serão de seu senhor e ele sairá sozinho. Mas se esse servo expressamente disser: “Eu amo a meu senhor, a minha mulher e a meus filhos, não quero sair forro”, então seu senhor o levará perante os juizes, e o fará chegar porta, ou ao umbral da porta, e o seu senhor lhe furará a orelha com uma sovela; e ele o servirá para sempre.

Aqui Deus descreve como se tornar escravo para sempre e mostra que é completamente aceitável separar escravos de suas famílias. Deus também endossa a marcação de escravos através de mutilação.

Êxodo 21:20-21 
Se alguém ferir a seu servo ou a sua serva com pau, e este morrer debaixo da sua mão, certamente será castigado, mas se sobreviver um ou dois dias, não será castigado; porque é dinheiro seu.

Não só Deus perdoa a escravidão, como ele também aceita que se espanque seus escravos, contanto que não os mate.

Êxodo 21:32 
Se o boi escornear um servo, ou uma serva, dar-se-á trinta siclos de prata ao seu senhor, e o boi será apedrejado.

Além de consentir com a escravidão, Deus coloca um valor nos escravos — 30 siclos de prata.

Levítico 22:10-11 
Também nenhum estranho comerá das coisas sagradas; nem o hóspede do sacerdote, nem o jornaleiro, comerá delas. Mas aquele que o sacerdote tiver comprado com o seu dinheiro, e o nascido na sua casa, esses comerão do seu pão.

Aqui Deus mostra que filhos de escravos também são escravos, e consente completamente com este conceito.

Levítico 25:44-46 
E quanto aos escravos ou escravas que chegares a possuir, das nações que estiverem ao redor de vós, delas é que os comprareis. Também os comprareis dentre os filhos dos estrangeiros que peregrinarem entre vós, tanto dentre esses como dentre as suas famílias que estiverem convosco, que tiverem eles gerado na vossa terra; e vos serão por possessão. E deixá-los-eis por herança aos vossos filhos depois de vós, para os herdarem como possessão; desses tomareis os vossos escravos para sempre; mas sobre vossos irmãos, os filhos de Israel, não dominareis com rigor, uns sobre os outros.

Aqui Deus determina onde você pode comprar seus escravos e especifica claramente que escravos são propriedades para serem comprados, vendidos ou dados.

Lucas 7:2-10 
E um servo (escravo) de certo centurião, de quem era muito estimado, estava doente, quase morte. O centurião, pois, ouvindo falar de Jesus, enviou-lhes uns anciãos dos judeus, a pedir-lhe que viesse curar o seu servo. E chegando eles junto de Jesus, rogavam-lhe com instância, dizendo: É digno de que lhe concedas isto, porque ama nossa nação, e ele mesmo nos edificou a sinagoga.

Ia, pois, Jesus com eles; mas, quando já estava perto da casa, enviou o centurião uns amigos a dizer-lhe: Senhor, não te incomodes; porque não sou digno de que entres debaixo do meu telhado; por isso nem ainda me julguei digno de ir tua presença; dize, porém, uma palavra, e seja o meu servo curado. Pois também eu sou homem sujeito autoridade, e tenho soldados s minhas ordens; e digo a este: Vai, e ele vai; e a outro: Vem, e ele vem; e ao meu servo: Faze isto, e ele o faz.

Jesus, ouvindo isso, admirou-se dele e, voltando-se para a multidão que o seguia, disse: Eu vos afirmo que nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé. E voltando para casa os que haviam sido enviados, encontraram o servo com saúde.

Aqui Jesus mostra que também está vontade com o conceito de escravidão. Jesus cura os escravos sem cogitar livrar o escravo ou punir o seu dono.

Colossenses 3:22-23 
Vós, servos, obedecei em tudo a vossos senhores segundo a carne, não servindo somente vista como para agradar aos homens, mas em singeleza de coração, temendo ao Senhor. E tudo quanto fizerdes, fazei-o de coração, como ao Senhor, e não aos homens…

Aqui Deus mostra que ele aceita a posição de escravidão e encoraja escravos a trabalharem duro.

Tito 2:9-10 
Exorta os servos a que sejam submissos a seus senhores em tudo, sendo-lhes agradáveis, não os contradizendo nem defraudando, antes mostrando perfeita lealdade, para que em tudo sejam ornamento da doutrina de Deus nosso Salvador.

Mais uma vez Deus mostra que está completamente de acordo com a escravidão.

Deus ama a escravidão. Se a Bíblia foi escrita por Deus, e essas são as palavras do Senhor, então só se pode chegar a uma única conclusão: Deus é um defensor apaixonado da escravidão e suporta plenamente o conceito.

Como pode ver, essas passagens nos mostram uma imensa contradição:

Por um lado, todos nós sabemos que a escravidão é um ultraje e uma abominação moral. Como resultado, escravidão é hoje completamente ilegal no nosso mundo desenvolvido. Por outro lado, a grande maioria dos cristãos clamam que a Bíblia veio de Deus. Na palavra de Deus, o “criador do universo” deixa claro que escravidão é perfeitamente aceitável. Espancar seus escravos está bem. Escravizar crianças está bem. Separar escravos de suas famílias está bem. De acordo com a Bíblia, deveríamos estar praticando escravidão até hoje. A intensidade desta contradição é gritante. Ela nos mostra claramente que Deus não existe.

Se Deus existisse, e se estivesse gerindo qualquer regra deste planeta, ele eliminaria esta conexão entre ele mesmo e a escravidão. Não há como amar um Deus que permita ser mostrado como um defensor da escravidão desta maneira.

Aqui está algo que eu quero ajudar você a entender: Você, como um ser humano racional, sabe que escravidão é errado. Você sabe disso. É por isso que cada uma das nações do nosso mundo tornou a escravidão um ato ilegal. Seres humanos fizeram a escravidão ilegal, desafiando diretamente a palavra de Deus, porque sabemos com completa certeza que escravidão é uma abominação.

O que seu bom senso lhe diz agora sobre a Bíblia apoiar a escravidão tanto no Antigo como no Novo Testamento? Dado o fato que a Bíblia claramente aceita a escravidão, seu bom senso deveria lhe estar dizendo que Deus não existe.

Flávio Henrique

quinta-feira, 20 de julho de 2017

Fé e Esperança




1. Pega numa frase que comece, "Eu tenho fé ..." e adiciona algo que tu acredites com fé. Por exemplo:

"Eu tenho fé que o CÉU EXISTE".

2. Agora, substitui as palavras "ter fé" pela palavra "saber".

"Eu sei que o CÉU EXISTE".

Verás imediatamente que a nova frase não pode ser defendida, pois tu não sabes que o céu existe.

3. Pega na tua frase original e substitui "ter fé" por "esperança".

"Espero que o CÉU EXISTE".

Agora faz todo o sentido, pois tu realmente "esperas que o céu exista".

Quando tu tens fé que algo seja verdadeiro, tu não sabes se isso é verdade, e tu não deves pretender ter a certeza de que é verdade. Tu simplesmente ESPERAS que seja verdade! Nada mais. Esperar que algo seja verdadeiro, não é ser verdade.

Esperando que algo seja verdadeiro, apenas nos diz como tu és, não como é o mundo.


Traduzido e adaptado de Bill Flavell

quarta-feira, 19 de julho de 2017

Lista de coisas parvas




Quando não há evidências de que exista uma coisa, as pessoas sensatas não acreditam que essa coisa exista. As pessoas sensatas aguardam pelas evidências validadas e então mudarão de opinião se tais evidências forem encontradas.

Aqui está uma pequena lista de coisas que as pessoas sensatas não acreditam existir:

Adão e Eva
Pé Grande
Cerberus
Elfos
Fadas
Deuses (todas as variedades propostas)
Gnomos
Monstro do lago Ness
Satanás
Unicórnios
O Galáctico Senhor Xenu

Claro, não somos todos sensatos, então há pessoas que acreditam que algumas coisas da lista são reais, não porque tenham provas, mas porque elas têm fé. Porque elas querem acreditar que essas coisas existem.

Parece parvo, mas é verdade. 
Honestamente.


Traduzido e adaptado de Bill Flavell

terça-feira, 18 de julho de 2017

Estás infectado?



Algumas pessoas apesar de crescerem rodeadas por indivíduos infectados, nunca se contaminam. Alguns, como eu, estiveram infectados por um curto período de tempo, mas conseguiram superar isso na sua adolescência.

Muitos mais conseguem uma infecção grave e lutam contra ela por várias décadas antes de a derrotarem. Um número alarmante de pessoas contrai a infecção e nunca a derrota até ao dia em que elas morrem. Algumas dessas pessoas ficam tão profundamente infectadas que tentam infectar os seus próprios filhos.

As pessoas mais profundamente infectadas, assim duma crónica, eventualmente acreditam que são normais e que todos os outros é que precisam de ajuda.

Se ainda estás infectado pelo vírus da religião, podes recuperar-te! Este é o meu conselho:

1) Reconhece que tens um problema. Acreditar na realidade é normal - acreditar num mundo de fantasias, não é.
2) Evita rodear-te de pessoas infectadas. Gasta o máximo de tempo possível a conversar com pessoas que já se recuperaram.
3) Mude o teu vocabulário: substitui "fé" por "esperança" e "sobrenatural" com "não comprovado" e vê se as tuas narrativas ainda fazem sentido.
4) Uma vez que não podes provar que o teu deus preferido existe, pergunta-te como podes estar tão certo de que as tuas crenças são verdadeiras e que milhões e milhões de outras pessoas estão erradas. Pergunte a ti mesmo se é possível que as pessoas de todas as religiões sofram diferentes deformações do mesmo vírus.
5) Aceita que PODES tornar-te normal novamente e tu ficarás normal novamente.

Mal posso esperar para te receber na realidade.


Traduzido e adaptado de Bill Flavell

domingo, 16 de julho de 2017

O deus aleatório



Isto é estranho. 

Muitas crentes esforçam-se para enfatizar que ALGUÉM deve ter sido responsável pela criação do universo. E, em seguida, em vez de embarcar em uma busca minuciosa e exaustiva por esse alguém desaparecido, eles imediatamente arrancam um deus aleatório da história antiga e fingem que resolveram o problema. 

Daaaahh??? 

Ps.: Ainda mais curioso, o deus aleatório que escolheram é SEMPRE o mesmo em que os seus pais acreditam.


Traduzido e adaptado de Bill Flavell

sábado, 15 de julho de 2017

Jesus, o Cristo e Mitra ou o Cristianismo e o Mitraismo




O MITRAISMO

“Se o cristianismo tivesse sido detido em seu crescimento por uma doença mortal, o mundo teria sido mitraista.” 
Ernest Renan

Diante desta afirmativa, o que temos a dizer? Por que será que este nome tão pouco conhecido pelos cristãos atualmente tem sido tão falado por nós? Resolvemos estudar um pouco mais a fundo sobre este nome a fim de compreendermos as origens do Cristianismo. 

Como pode o Cristianismo ter sido influenciado pelo Mitraismo?

Primeiramente, quem foi Mitra?

Mitra é o nome de uma divindade que foi adorada originalmente na Índia (desde 1380 A.C.) e na Pérsia, depois na Grécia e em Roma. O Mitraismo era uma religião da elite pois só podiam participar homens e os seus cultos eram secretos, realizados em templos subterrâneos nos grandes centros urbanos. Na Pérsia (Irão), Mitra foi adorado antes do surgimento do Zoroastrismo, uma outra religião monoteísta, fundada na antiga Pérsia pelo profeta Zaratustra. Na Pérsia, Mitra era adorado pelos reis Ciro e Artaxerxes.

Mitra era filho de Anahita e de Aúra-Masda.
Anahita é uma espécie de virgem imaculada, mãe de Deus. Quem adorava Anahita, deveria ter auto-controle, renunciar e resistir à sensualidade. Muito parecido com a castidade das freiras e padres no Cristianismo. Esta caracterísitica também encontramos entre os sacerdotes budistas.
Anahita é Maria para os católicos, Semíramis para os babilónios e judeus, Ísis para os egípcios, entre outros nomes.
O Mitraísmo, como dito acima, foi antecedido na Pérsia pelo Zoroastrismo que influenciou-o grandemente.

Consequentemente podemos dizer que o Zoroastrismo é o pai do Mitraismo e avô do Cristianismo. Por quê?

Ocorre que o exército romano era adepto do Mitraismo, mas Constantino, embora apreciasse e seguisse o Mitraismo, tinha interesse em criar uma religião nacional e não seguir uma religião importada.
Segundo historiadores, o Zoroastrismo influenciou o Judaismo, o Cristianismo e o Islamismo pois prega a crença no paraíso, na ressurreição, no juízo final e na vinda de um messias. Na Babilónia, durante o cativeiro dos judeus, o Zoroastrismo e o Mitraísmo foram assimilados influenciando os judeus cativos ( 597 A.C).
Na Grécia o Mitraismo começou quando Alexandre e seus homens invadiram a Pérsia (330 A.C.). Lá casaram-se e converteram-se. Quando retornaram, trouxeram não só a cultura como a religião persa. O mitraismo na Grécia influenciou bastante a aristocracia. Segundo estudiosos, o Rei Mitrídate VI Eupator, rei do Ponto, era uma encarnação de Mitra e seu nascimento foi anunciado por um cometa, muito parecido com a estrela-guia que aparece em relatos bíblicos do nascimento de Jesus Cristo.
Mitra também era chamado de a luz do mundo, tal qual Jesus Cristo.
Em Roma, Mitra foi adorado como o Deus dos mistérios, daí a explicação dos cultos serem secretos, uma espécie de "Maçonaria". Haviam mais de 40 templos em Roma.
A Extensão do Mitraismo pelo Mundo

No século III, o Mitraismo começou a perder a sua força devido ao surgimento do Cristianismo. Foram encontrados vestígios do Mitraismo no Egito, na Crimeia, no Eufrates, na Espanha, Portugal, na França, Inglaterra, Roménia, Alemanha, Bulgária, Turquia, Arménia, Síria, Israel e outros países.

No final do século III, Mitra era adorado da Escócia à India, chegando até a China onde era chamado de amigo,como era conhecido na Índia. Ele era o protetor dos homens após a morte e era considerado amigo enquanto estavam vivos.
Em Roma, depois de um tempo o Mitraismo tornou-se tão popular que homens de várias classes sociais quiseram participar, passando a ter novos frequentadores: comerciantes, artistas, pessoas do meio jurídico, do governo e das camadas sociais mais baixas também.
Durante 3 séculos, Mitra foi adorado em Roma. Mitra era conhecido como Sol Invictus, ou seja, era vencedor de todas as batalhas. O Sol é o seu olho e nada lhe escapa. Mitra é o Deus da Luz, da Aurora, guardião que socorre as criaturas, omnisciente e vitorioso, um deus guerreiro. A figura de Mitra e seu pai Aúra-Masda se confundem, tal qual na história de Ninrode e Tamuz, Deus-Pai e Deus-Filho.

Mitra foi frequentemente representado por um jovem, montado num touro segurando uma faca usada para degolar o animal. O touro é um símbolo de força e é encontrado em várias culturas, permanecendo até os dias atuais nas touradas na Espanha e México e nos rodeios nos EUA e Brasil.

Como eram os cultos a Mitra?

Os cultos eram secretos, dentro de templos chamados Mithraeum e a liturgia constava de ofícios e orações, distribuição de pão e vinho ( santa ceia?), acompanhada de fórmulas sagradas, danças e manifestações de êxtase (transe?), orações ao nascer do sol, ao meio dia e ao anoitecer.

Quais eram as datas festivas no Mitraismo?

Haviam festas no sétimo mês do ano e em todos os meses eles reservavam uma semana para dedicação a sete planetas, em cada dia se homenageava um. No dia 25 de Dezembro era comemorado o nascimento de Mitra.

Como eram os templos?

O Mithraeum era geralmente um espaço não muito grande, subterrâneo, com o tecto arqueado dando a impressão de abóboda celeste. Um corredor dividia o templo ao meio e de cada lado do corredor, fileiras de bancos de pedra, tal qual nas igrejas cristãs. No fundo havia ou uma pintura ou uma escultura de Mitra, como se fazem nas igrejas católicas com a figura de Cristo. Também haviam outras esculturas ou pinturas em outras partes do templo.

Sempre próximo aos templos havia uma fonte ou curso de água, ou na falta destes, de um poço. Como na Maçonaria, os adeptos passavam por níveis ou graus. No mitraismo eram só 7 os níveis ou graus. Os rituais de iniciação possuíam algumas semelhanças com a Maçonaria. Os iniciados tinham que ser submetidos a rituais onde caminhavam de olhos vendados, realizavam testes de resistência física e no fim, morriam simbolicamente.

A transição Mitraísmo – Cristianismo

Só após o III século, o Cristianismo passou a ser a religião adotada pelo Império Romano, o que para a sociedade romana era por várias razões inclusive politicamente melhor. O Cristianismo aceitava mulheres em seus cultos, e os seus cultos não eram secretos, sem dizer que Cristo não era só um amigo como Mitra, ele era o salvador do mundo.
Constantino criou a religião Cristã misturando a Torah com elementos do Mitraismo e de outras religiões antigas para que a sociedade pudesse ter uma religião universal, aceitável por várias religiões. A Maçonaria também foi criada com raízes no Mitraismo e tem caminhado de maneira paralela ao Cristianismo, formando as sociedades secretas e fraternidades que sustentam a elite global.

Vale também ressaltar que Constantino não apreciava o fato de que o Mitraismo fosse uma religião persa e a Pérsia era inimiga de Roma. Constantino, como primeiro Imperador Cristão, usou todo o seu poder para impor o Cristianismo aos homens. O Cristianismo adotou grandes porções do ensinamento do Mitraismo para que o exército romano o apoiasse. Com isso conseguiu impor a ideia de que o Cristianismo era a verdadeira religião e que todos deveriam aceitá-la. Porém, só no reinado de Teodósio (375-395) o Cristianismo tornou-se religião de Estado.

As igrejas e basílicas foram construídas em cima de templos mitráicos subterrâneos, impedindo que as pessoas ali entrassem secretamente.

Veja aqui uma lista de “coincidências” entre Mitra e Jesus Cristo: 

O Mitraismo não era uma religião que imitava o Cristianismo e sim o contrário. O culto a Mitra existia muito antes do Cristianismo ter sido criado por Roma. Não podemos acreditar no Novo Testamento pois foi escrito para introduzir um ídolo à humanidade. Cristo é um ídolo. Seu nome foi criado a partir de outros deuses como Krishna (deus hindu) e Esus (deus gaulês). O Mitraismo foi um engano, assim como o Cristianismo. Duas religiões fabricadas para atender necessidades manipuladoras e políticas de líderes religiosos e de governo.



Fontes:
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DAVID, Johnathan (2000). The Exclusion of Women in the Mithraic Mysteries: Ancient or Modern?. Numen, Vol.47 (No.2), 121-141. 127
HERRENSHMIDT, Clarisse (2003). Zarathustra’s Conserving a Charismatic Domination?. History of Religions, Vol.43 (No.1), 1-17 
HINNELLS, John R. (1969). Zoroastrian Imagery and Its Influence on the New Testament. Numen, Vol.16 (Fasc.3), 161-185
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domingo, 9 de julho de 2017

Falácia do Ajuste Fino ou da Poça de Água




Nos debates com crentes, quem já não ouviu os crentes a defenderem que o Universo, o nosso sistema solar, o nosso planeta, foram criados e são perfeitos para nós? Que se o Universo, caso fosse ligeiramente diferente logo quando surgiu, todo ele, a vida e nós, claro, não poderiam existir o que significa que o Universo tem um design perfeito fruto do designer (deus)?

Mas na verdade, este argumento não passa duma falácia lógica... 


Não existe o ajuste fino. É apenas um conceito inventado para tentar refutar a realidade. 

O universo actual é o que foi possível. E se não fosse possível, não existiria. Portanto, os parâmetros não foram ajustados. São o que são porque são os que permitem que um universo com as características deste exista.

O universo que existe não foi ajustado. Existe apenas porque foi o que foi possível. Todos os supostos eventuais eventos que possam ter ocorrido, semelhantes ao Big Bang, e que criaram constantes físicas que não permitiam a estabilidade dos elementos bariónicos que deram origem à matéria, simplesmente não singraram. Ou seja, por falharem, não chegaram a dar origem a um universo viável.

Portanto, o que é, foi o que foi viável. E para isso, basta uma sucessão de eventos primordiais aleatórios. Só permanece o que é viável. É uma espécie de selecção natural ao nível cósmico. 


“Imagine uma poça d’água acordando um dia e pensando, “Que mundo interessante este em que me encontro, um buraco interessante, ele me serve direitinho, não? Na verdade, ele me serve perfeitamente bem, só pode ter sido feito para me ter dentro dele!”. E essa é uma ideia tão poderosa que, enquanto o sol nasce no céu e o ar se aquece e, gradualmente, a poça vai ficando menor e menor, ela ainda se agarra desesperadamente à noção de que tudo dará certo, porque o mundo foi criado para tê-la dentro dele; assim, o momento em que ela desaparece por completo a pega de surpresa. Eu acho que isso é algo que nós devemos estar de olho”.(*)

(*) Adams, Douglas (2002). ”Guia do Mochileiro das Galáxias” ,pp. 131–2.

Texto de Rui Batista

sexta-feira, 7 de julho de 2017

Debatendo com crentes: como é realmente...




Argumentar com alguns crentes pode ser muito frustrante. Honestamente, não é porque eles tenham argumentos que não são susceptíveis de serem respondidos, nem é porque eles apresentam constantemente novos argumentos que desafiam o nosso intelecto.

Pelo contrário, todos os argumentos para a existência de Deus que já ouvi dizer. são tão bons como o melhor queijo suíço mas não ouvi um novo argumento nos últimos 40 anos.

Para ajudar os crentes a entender o que sentimos ao argumentar com um crente, criei uma analogia: Imagine que estás numa loja local e o comerciante dá-te o troco errado. Tu apontas o erro mas ele nega-o e insiste que o troco está correto.

É tão claro como a luz do dia que ele cometeu um erro. Então, tu explicas o erro passo a passo: 
- "Eu dei-lhe uma nota de €10,00, as minhas compras chegaram aos €8,50, então eu preciso de um troco de €1,50."
- "Não, senhor", responde ele, "€10 menos €8.50 são €1.20".

Por um momento, tu duvidas de ti mesmo e refazes as contas na tua mente. E dás uma risada embaraçada: 
- "€10 menos €8.50 são €1,50". 
- "Não, não é".

O que fazes em seguida? Há um limite para o número de vezes que tu podes repetir essa lógica. Tu podes tentar colocá-lo de maneira diferente, podes fazer as medidas explícitas que tu podes ter implícitas, podes até fazer desenhos, mas, eventualmente, tu chegas ao impasse e à frustração.

Existem diferentes maneiras pelas quais tu podes proceder daqui. Eu normalmente afasto-me e resolvo não voltar a debater com essa pessoa novamente. Alguns ateus perdem a calma ou recorrem a insultos. Isso é lamentável e eu gostaria que não o fizessem.

Mas tu podes refletir sobre o que tu farias se a situação do comerciante realmente acontecesse. Oh rapaz, seria muito difícil ficar calmo e educado...

Eu pergunto-me quantas pessoas conseguiriam gerir isso?


Traduzido e adaptado de Bill Flavell

quarta-feira, 5 de julho de 2017

Os deuses dos homens



Um deus omnisciente* inventado por homens ignorantes será tão ignorante quanto os seus inventores.

Leia o Antigo Testamento ou o Torah. Esse deus será que conhece infinitamente mais do que conhecemos hoje? Ou tanto quanto um homem da Idade da Ferro que já dominava a leitura e a escrita?


* Omnisciente: que tem todo o conhecimento.

terça-feira, 4 de julho de 2017

Minhas preocupações...



Há muitas coisas para nos preocuparmos na vida. Por exemplo, eu preocupo-me que possa acordar durante a noite e bater com o dedo grande do meu pé enquanto me desloco ao banheiro no escuro. Ou que eu possa chegar ao meu supermercado local e ele ter o stock de mirtilos orgânicos esgotado ou que um pássaro acerte as suas fezes no meu carro recém-lavado. Eu até posso preocupar-me que a última garrafa de cerveja que tenho no frigorífico tenha a sua data de prazo ultrapassada.

Mas há uma coisa sobre a qual eu nunca me preocupei. Nunca me preocupo em voltar a viver depois de morrer e ser torturado para sempre num inferno ardente. 

Nah, com tantas coisas para um tipo se preocupar, então vamos nos preocupar com coisas que realmente possam acontecer.

segunda-feira, 3 de julho de 2017

Pode-se provar negativas?



Toda a gente sabe que tu não podes provar uma negativa. Ou será que não sabem?

Na verdade, não sabem. Este é, provavelmente, o erro lógico mais repetido do mundo. Vamos tomar uma simples proposição negativa:

"O meu filho não é uma mulher".

Esta é uma negativa, mas é fácil ver como tu podes provar que é verdade. Então tu PODES provar uma negativa. Quando as pessoas repetem essa lógica popular, acho que elas realmente pretendem dizer que tu não podes provar uma negativa existencial. Toma agora esta proposição negativa:

"O monstro do Loch Ness não existe".

Podes provar isso como sendo verdade? Bem, sim. Em princípio podes, embora possa ser muito difícil de o fazer. Por exemplo, poderias esvaziar o Loch Ness e procurá-lo. Se não o encontrares, terás provado como verdadeira, esta negativa existencial.

Então, o que é que as pessoas querem dizer quando dizem que tu não podes provar uma negativa? Bem, elas certamente não estão a falar sobre coisas que já sabemos que existem - tu, definitivamente, não podes provar que algo que existe, não existe! Elas estão a falar sobre coisas que não existem ou coisas que não podemos ter a certeza que possam existir. Tomemos, por exemplo, esta negativa existencial:

"Fadas não existem".

A razão pela qual não pensamos que as fadas existam, é que ninguém jamais conseguiu capturar uma, ou provar que avistou uma. Mas, é claro, isso não significa que ninguém jamais o fará. Os céticos em relação à existência de fadas, também poderão apontar para o fato das fadas terem sido divulgadas pela primeira vez, em ficção vitoriana, mas, novamente, não prova que não possam existir.

Há duas coisas que podemos fazer nesta situação. Primeiro, é perguntar se o conceito de fada é coerente. Se as fadas tiverem características que sejam contraditórias, elas serão logicamente incoerentes. Por exemplo, se se disser que as fadas só compreendem uma linguagem estranha, própria delas e, ainda assim, que podem falar com todos os seres humanos na Terra, poderemos ver isso como uma contradição, pois uma das afirmações não pode ser verdadeira.

Ou podemos perguntar se as fadas são cientificamente coerentes. Terão elas quaisquer características que poderão ser contrariadas por coisas que sabemos com confiança que são verdadeiras? Por exemplo, se as fadas pudessem voar mais rápido do que a velocidade da luz, elas violariam uma lei de física bem estabelecida, que diz que nada que tenha massa pode atingir a velocidade da luz.

Se se demonstrar que as fadas são incoerentes, poderemos concluir com segurança, que elas não existem. Portanto, esta é outra maneira de provar uma negativa existencial.

A segunda coisa que podemos fazer, é usar o raciocínio indutivo. Se se disser que as fadas são visíveis a olho nu, poderemos perguntar quantas fadas existem e quais são os seus hábitos. Desta forma, poderíamos estimar a frequência com que podem ser observadas. Quanto mais frequentemente as esperamos ver, mas sem o conseguir, mais provável se torna que não existam.

O raciocínio indutivo não pode provar que as fadas não existem sem qualquer dúvida, mas pode provar que elas não existem sem qualquer dúvida razoável - um padrão de prova que é suficiente para condenar uma pessoa num tribunal de justiça.

Então, ao afirmares com malícia que alguém não pode provar uma negativa, não é um sinal de perspicácia filosófica, é um sinal de que tu não pensaste muito sobre isso.


Traduzido e adaptado de Bill Flavell 


Nota do tradutor: Este texto pretende explicar porque não se podem provar inexistências. Embora pareça adaptar-se na perfeição a um público leitor maioritariamente crente, servirá também para os ateus que possam eventualmente cair na falácia da inversão do ónus da prova, uma armadilha usualmente montada pelos crentes.

domingo, 2 de julho de 2017

O argumento da fabricação



No último ano ou talvez mais, tenho notado que alguns crentes vem adotando um novo estilo de argumentação. Eu chamo a ele de argumento da fabricação. É um processo em três fases.

FASE 1 
O teórico faz uma afirmação extravagante. Aqui estão alguns exemplos recentes:

"Existem milhares de provas que demonstram que Jesus era real".
"As evidências científicas agora são imensas de que a Terra parou no céu por um dia inteiro" (conforme a história de Josué).
"A ciência já provou que o universo foi criado".
"A Terra plana está ganhando peso na academia e está sendo apoiada pela ciência e pela matemática".

Após tal exibição deste ponto de vista e respetivas afirmações, naturalmente irás pedir as fontes dessas evidências.

FASE 2 
O crente recusa a "fazer o seu trabalho por ti" e insiste em que sejas tu a encontrar as evidências.

Então, fazes algumas pesquisas e verificas que não há nada de evidências. Então denuncias a ausência das provas ao crente.

FASE 3 
O crente lança um ataque de insultos escolhidos em especial para ti e nunca mais será visto.

Suponho que podemos chamar a tudo isto de "progresso", pois pelo menos eles estão falando sobre evidências. 

Ok, agora os crentes só precisam de parar de inventar. :)


Traduzido e adaptado de Bill Flavell