quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Saber e crença, segundo Kant

Distinção entre saber e crença (e opinião) definida por Kant na Crítica da Razão Pura: 
  1. saber: uma convicção suficiente subjetiva e objetivamente.  
  2. crença: uma convicção suficiente subjetivamente, mas não objetivamente.
  3. opinião: uma convicção que não é suficiente, nem objetiva nem subjetivamente. 




Claro que precisamos entender o que significa esse “objetivamente”. O nosso conhecimento, segundo Kant, provém de duas fontes: as percepções sensoriais e o entendimento (que produz os conceitos a partir das percepções sensoriais). 

Fica claro que, como não temos percepções sensoriais de deus, não podemos ter um saber (objetivo) a respeito de deus. Dito de outra forma, deus não pode ser objeto de saber. 

Deus não é, ainda segundo Kant, um conceito. Um conceito é formado a partir de um múltiplo de percepções sensoriais, por ação do intelecto. Deus é, o que Kant chama de “ideia” da razão. Uma ideia da razão não se forma a partir de percepções sensoriais. 

Deus, como ideia da razão que pode ser pensada sem contradição é, portanto, possível. Mas, de poder ser pensado sem contradição, não se segue que exista na realidade. 

Deus não é, portanto, objeto de saber. É objeto de crença. Tanto para o crente, quanto para o ateu.

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