sábado, 19 de agosto de 2017

O Rebelde



Matar-se por ideologias... Que tolice, também!

Temos que refazê-las a cada década, pois todas se "esvoroam" ou apodrecem.

As paixões? Parece que mesmo habitando em nós, não nos pertencem.

A vida? Essa, certamente pertence à morte!

Os deuses? Penso que são necessários, mas parece que temos que ir ao encontro deles, pois eles não fazem esforço algum para vir ao nosso encontro. 

Quanto aos antigos deuses, tenho-os por mortos!

Todavia, percebo traços de uma espiritualização crescente, mas não me refiro à casa de Aquários, que estamos ingressando astrologicamente, tampouco me refiro ao tipo denunciado por Joaquim de La Flore, na idade média, pois tais tipos de espiritualização pertencem ao campo das crendices e das doutrinas dos antigos deuses.

Refiro-me à ânsia do homem pela procura de seu próprio espírito e encontrando somente ideologias e paixões, que cobrem uma vida inteira à mercê de um deus calado.

Então questiono:
Que tipo de deus se calaria diante de tamanha aflição de vossa criatura?

Que tipo de tratamento esperaria na eternidade da morte, diante de tal indiferença na brevidade da vida?

Por que deveria eu me prostrar diante da negligência?

Daí a posição de rebelde, pois o rebelde não se renderá jamais, o rebelde é intratável...

Eis porque deve camuflar-se.  


Texto de Alberto Ballesta Eroles

Ps.: Obrigado Nairan, por este belo texto!

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