domingo, 13 de agosto de 2017

Será que há algum problema com o pensamento ateu?



Não há nada de complicado com os ateus. Todos sabemos que os homens inventam deuses e inventam ainda muitas mais religiões. Então, se tu foste criado para acreditar no deus e na religião da tua família, tens como escolha:

- Podes simplesmente acreditar, divertir-te com isso, aceitares os outros como são e não te importares se o que acreditas é realmente verdade ou não. 
- Ou podes decidir que preferes acreditar que apenas as coisas com as quais tu podes estar razoavelmente certo, serem verdadeiras.
Mas se queres acreditar em coisas que são verdadeiras, como podes decidir o que é e o que não é verdadeiro?

Bem, existem alguns métodos que nós sabemos que não funcionam. Por exemplo, o fato da tua família acreditar firmemente num deus, não significa que ele seja real. O fato de que milhões ou milhares de milhões de pessoas acreditarem num deus, não significa que ele seja real. O fato do presidente do teu país ou o teu cientista favorito acreditar num deus, não significa que ele seja real.
Há um outro conjunto de argumentos, embora um pouco mais complicado, a que chamamos de "deuses das lacunas": o fato de que há coisas que ainda não entendemos nunca é uma razão para acreditar que um deus exista. 
E por que não? Porque podemos entender essas coisas no futuro, assim como pudemos explicar como o sol se "move" e o que causa os trovões, terremotos, doenças e assim por diante.

Finalmente, o fato de tu gostares de adorar o teu deus ou até senti-lo a falar contigo e que isso faz com que te sintas bem, não significa que o teu deus é real. E por que não? Porque os crentes de todos os outros deuses e de todas as outras religiões, experimentam os mesmos sentimentos e esses mesmos sentimentos podem até ser recriados em laboratório, então sabemos que é o cérebro o que causa esses sentimentos, e não um deus.

Como então consegues descobrir se o teu deus é real? Da mesma forma que tu descobres se alguma coisa é verdadeira: tu tens de encontrar provas convincentes. Quais as evidências que são relevantes, dependem do teu Deus e de como é dito que ele se manifesta no mundo. 
Por exemplo, se o teu deus responde a uma proporção de orações, tu podes testar para ver se uma determinada proporção (maior que um acaso) é respondida. Esta é a abordagem científica (já agora, o deus cristão não responde às orações melhor do que a média de todos os outros).

Então, tu podes procurar provas para o teu deus particular. Espero que o faças e nos avises se encontrares alguma. Se tu não conseguires encontrar nenhuma evidência (e a experiência me diz que não vais mesmo), podes ir para o próximo passo e ver se é possível falsificar o teu deus, ou seja, vê se podes encontrar evidências que mostrem que o teu deus NÃO existe.

Por exemplo, diz-se que o teu deus criou todas as formas de vida em dois dias mas tu podes encontrar evidências de que a vida existiu e mudou ao longo de quase 4 mil milhões de anos. Portanto, Deus não criou toda a vida e muito menos em dois dias. 
E assim mostraste que o teu Deus não existe.
Espero que isso te ajude a entenderes como os ateus pensam. Confiamos em evidências e em razões e rejeitamos todos os antigos argumentos que, há muito tempo, não são confiáveis. E quando fazemos isso, não conseguimos encontrar vestígios de deuses, só encontramos seres humanos que inventaram deuses e seres humanos passando as suas crenças para os seus filhos.


Traduzido e adaptado de Bill Flavell


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