quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Será que precisamos de deus para sermos bons?





Alguns teístas se apegam à crença de que os seres humanos precisam de deus para serem bons. Há apenas uma coisa errada com isso: não é verdade. É quase o oposto da verdade.

Há dados que lançam luz sobre a relação entre o que as pessoas religiosas são e o quão bem é que elas se comportam. O gráfico acima representa a religiosidade (o quão religioso é um país) contra a taxa de homicídios intencionais por ano, por 100 000 habitantes.

Se achas que existe uma relação positiva entre a religiosidade e as taxas de homicídios, mas que não é significativa, observa o eixo dos homicídios, o vertical. É uma escala logarítmica onde cada divisão é 10 VEZES MAIOR que a anterior. Tentei desenhar uma escala linear, mas não consegui desenhar sem tornar o gráfico enorme em demasia para acomodar os países mais assassinos.

Claro, isso é apenas uma relação, não estou a reivindicar causalidade. Não estou a dizer que ser religioso faz com que tenhas mais probabilidade de matar os teus vizinhos, mas é certo que não torna isso menos provável.

Na verdade, há algo muito mais interessante que se pode perceber neste gráfico. Eu achei necessário omitir a maioria dos países muçulmanos no gráfico. E por quê? Porque, eles não seguem os mesmos padrões e então iam enlamear o gráfico. Existem países muçulmanos com muitos assassínios e alguns com taxas de homicídios extremamente baixas.

Eu acho que há outra variável em jogo e que é um país ser ou não ser rico. Todos os países com um nível baixo de homicídios, estão bem acima na média de riqueza. Se relacionares a riqueza com as taxas de homicídios, tu obtens uma relação ainda melhor para essa curva de registos: países pobres têm taxas de homicídio muito maiores do que os países ricos.

A diferença entre a maioria dos países cristãos e da maioria dos países muçulmanos é essa: à medida que os países cristãos se tornam mais ricos, eles tendem a perder a sua religiosidade, mas não acontece o mesmo com os países muçulmanos, pois uma proporção muito maior de muçulmanos mantêm a sua fé (ou, pelo menos, eles dizem que mantém, lembro que a apostasia é um crime grave na maioria dos países muçulmanos).

Então, há uma conclusão que podemos extrair deste gráfico: ser religioso não faz de ti ser bom e ser não crente não faz de ti ser mau.


Notas: Religiosity data: Gallup Research (2009) Homicide data: United Nations Office on Drugs and Crime (most data from 2012)Traduzido e adaptado de Bill Flavell

4 comentários:

  1. Porque, eles não seguem os mesmos padrões e então iam enlamear o gráfico.
    Ou seja, vc adaptou as evidências à teoria e não o contrário. Desculpa mas teu gráfico não vale mto deste jeito (tmbm sou ateu mas método científico serve pra tudo)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. 1º - O gráfico mostra factos, valores, e eles não foram adaptados a coisa alguma.
      2º - Não há teoria alguma, há a leitura dos dados e a consequente interpretação.
      3º - O texto é uma tradução minha, não é da minha autoria, mas assino por baixo porque está corretíssimo.

      Se for preciso, posso arranjar mais gráficos onde se demonstra que os países com maior IDH são também os menos religiosos. Ou seja, mais ricos, melhores condições, menos religião; mais pobres, menos condições, mais religião.

      Cumps.

      Eliminar
    2. No momento que você omite parte da evidência para adaptar fatos a teoria vc abre mão do processo científico. Não discordo que haja correlação, mas não é este gráfico que mostra isso pois ali houve manipulação de dados. Exemplo clássico: pesquisa sobre os males da gordura para a saúde excluiu dieta mediterrânea à época por achar ser uma anomalia genética. Depois descobriu se as boas e más gorduras. No momento que desconsideraram evidências para se adaptar a teoria geral concluíram erroneamente que "gordura mata".
      Melhor gráfico seria inserir islamismo ali e fazer nota explicativa ou separar por religiões ou se lá, mas não omitir... abs

      Eliminar
  2. Onde estão os FACTOS ADAPTADOS?

    A omissão de factos quando devidamente explicada, está correta.

    Volto a perguntar onde estão os FACTOS ADAPTADOS?

    ResponderEliminar