quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Não muito para uma vida....





Não era muito para uma vida.


 Ele não tinha uma mãe quente para abraçar. Nenhum peito para amamentar. Nenhum pai para o guiar. Sem infância. Sem amigos para conversar. Sem brinquedos para brincar. Nada para o entreter. Ninguém para amar. Sem intimidade. Nada para afirmar que ele ainda existia. Nada para ver ou ouvir, tocar ou cheirar. 

Absolutamente nada.

E ele sofreu esse tormento por um tempo longo, absolutamente inimaginável: alguns dizem que "sempre" foi. Isto é obrigado a afetá-lo. Tu não podes sofrer algo assim e continuar a ser normal.

Por alguns dias fugitivos dessa eternidade, ele fez umas coisas para se divertir. Mas eram muito fáceis. Não eram sequer um desafio para ele. Divertiu-o por uns tempos a matar algumas pessoas e lançar uns truques sobre eles, mas ele acabou ficando entediado e desistiu. Ele agora não faz nada (embora alguns acreditam que ele aparece em tostas).

Algumas pessoas andavam apavoradas com ele e passavam todo o tempo adorando-o e fazendo sacrifícios para ele. Outros simplesmente o ignoravam.

Muitos dos que estavam com medo, já não são mais incomodados por ele - alguns até mesmo o acham ridículo e contam piadas sobre ele. Ele foi usado para rebaixar essas pessoas, mas ele hoje já não o consegue. Desistiu. Ele só quer ser deixado em paz, assim como era antes de fazer todas estas coisas. Não deu certo. Provavelmente nunca deveria ter feito isso.

Não era muito para uma vida. Também não muito para uma morte. Só para ser esquecido depois de tudo o que ele tinha feito.


Traduzido e adaptado de Bill Flavell


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