domingo, 2 de abril de 2017

A religião e o "duplo cérebro"



Os seres humanos são uma "espécie" de macacos. Evoluímos de animais com habilidades de raciocínio limitadas que dependiam em grande parte do instinto e das emoções para conseguir sobreviver. Viemos a existir quando um novo tecido cerebral evoluiu, capaz da lógica e planeamento, mas nunca perdemos esse nosso cérebro primitivo. Assim, nossa espécie é amaldiçoada por ter partes do cérebro em luta: a parte que quer seguir as nossas emoções e a parte que quer a ordem, a lógica e o planeamento. Um duplo cérebro.

Às vezes funcionam perfeitamente. A partir desta batalha, nasce arte maravilhosa, música, arquitectura e invenções que literalmente mudaram e mudam o mundo, e nos tornou as criaturas mais poderosas do planeta. Mas às vezes isso é terrível.

Com demasiada frequência, o velho cérebro anda mal-humorado sobre o novo cérebro evoluído e nos comportamos como os nossos ancestrais distantes se comportariam. Impulsionados pelo ódio, pela raiva, pela ganância e pelo grande pai de todos eles, o medo, defendemos a nós próprios, e atacamos os de fora, os estranhos. A razão nos diz que a vida humana é valiosa e deve ser protegida, mas a ira ignora a razão, e ataca.

Qualquer um de nós tem o potencial para sermos um assassino, não importa o quão inteligente e civilizado podemos parecer. Podemos desejar que seja de outra forma, mas não é. Se perdemos o nosso cérebro instintivo e emocional, não seremos mais humanos. Teremos nos tornado numa nova espécie.

É essa peculiaridade da evolução que torna a religião tão perigosa para os seres humanos. As religiões vivem no nosso cérebro emocional e podem fazer com que a partir de qualquer pessoa se criem estranhos com crenças diferentes, às vezes até mesmo os nossos próprios filhos. E a parte emocional do nosso cérebro sabe que os estranhos são uma ameaça ... É por isso que a religião é uma bomba-relógio que só pode ser totalmente neutralizada treinando o novo cérebro para erradicar a religião do velho cérebro.

A boa notícia é que sabemos que isso é possível, milhões de pessoas já conseguiram isso. A má notícia é que a maioria dos seres humanos resistem à mudança e isso está nos fazendo perder muito tempo, de modo que pessoas estão sendo mortas todos os dias em nome da religião.

As religiões que a maioria de nós tem hoje são simplesmente perigosas demais para as nossas mentes do duplo cérebro, é como misturar combustível e fogo. 
É por isso que elas devem ir embora.


Traduzido e adaptado de Bill Flavell


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