segunda-feira, 29 de maio de 2017

Dez perguntas que toda a gente deveria fazer




1 Porquê, depois de debater durante milhares de anos, não estamos mais perto de concordar com qual deus é que é o verdadeiro ou mesmo se há deus algum?

2 Porquê, após mais de 500 anos, a ciência continuamente descarta deus e em NENHUM momento o validou?

3 Por que é que os crentes usam argumentos evidentemente inválidos para justificar as suas crenças? 

4 Por que é que não há um único argumento para um deus, que todas as pessoas de mente justa possam concordar?

5 Por que é que a geografia é determinante nos deuses adorados pelas populações e não outra coisa, tal como a inteligência?

6 Por que é que as pessoas menos instruídas têm MAIS probabilidades de "conhecer" Deus, e não menos?

7 Por que é que os países mais religiosos são os mais desprovidos e não os mais favorecidos?

8 Por que é que os crentes doutrinam os seus filhos, em vez de permitir que eles decidam por si mesmos quando crescerem?

9 Por que é que os crentes estão tão frequentemente convencidos sobre coisas que lhes é impossível saber, como o que acontecerá depois da sua morte?

10 Por que é que os crentes confiam na fé, quando a fé não pode distinguir as ideias verdadeiras das falsas?



Traduzido de Bill Flavell

domingo, 28 de maio de 2017

Deus e a mulher como opção de recurso




Génesis 1 é uma visão geral do mito de criação hebraico. Génesis 2 acrescenta mais uns detalhes. Em particular, explica como os homens e as mulheres vieram a serem criados. Deus criou o primeiro homem do pó, chamou-lhe Adão e fez um belo jardim para ele cuidar e vigiar.

Adão poderia ter sido o último ato de criação de Deus, mas Deus preocupou-se que o homem iria precisar dum ajudante que seria o mais adequado para ele. O primeiro pensamento de Deus foi oferecer ao homem um animal ou um pássaro como ajudante. Então Deus criou todos os tipos de animais e pássaros do pó para o homem. Adão verificou todos eles e deu-lhes todos os nomes, mas não conseguiu encontrar um que estava certo para si.

Deus deve ter-se decepcionado por Adão ter sido tão perversamente exigente. Afinal, tinha-lhe sido oferecido várias centenas de milhares de espécies diferentes! 

Então Deus teve outra ideia: ele faria um ajudante que se parecia muito com Adão. Assim, ele pegou numa das costelas de Adão e fez uma versão ligeiramente modificada dele. Por fim, Adão ficou contente e chamou sua nova ajudante de mulher porque ela foi feita de um homem.

Às vezes pergunto-me como a história do mundo teria sido diferente se Adão se tivesse apaixonado por um urso de koala e o tivesse tomado como seu ajudante...

O ponto interessante, porém, é que Deus evidentemente não pretendia que Adão procriasse. A criação da mulher foi uma opção de recurso, uma vez que Adão tinha rejeitado centenas de milhares de animais e pássaros. Apesar disso, Adão aparentemente estava totalmente equipado para procriar como aprendemos em Génesis 4 quando Eva deu à luz Caim e Abel.

Obviamente, há muitos buracos a serem esmiuçados nesta estória patética, mas são poucas as pessoas que percebem isso: 
- Se Deus não criou Adão para procriar, por que lhe deu um sistema reprodutivo? 
- E se Deus criou Adão para procriar, por que ele ofereceu a Adão centenas de milhares de animais como um companheiro e só fez uma mulher como uma segunda ideia?


Traduzido e adaptado de Bill Flavell

sábado, 27 de maio de 2017

O trabalho mais importante de Deus




Sabes qual foi o trabalho mais importante de Deus? Não foi a criação do universo ou a criação da lógica ou das leis da física. Não foi a criação da Terra nem mesmo a criação dos humanos. Havia algo MAIS importante do que todas essas coisas.

Uma vez que Deus criou os seres sencientes, o seu trabalho mais importante foi salvá-los do sofrimento desnecessário. Talvez Deus não devesse ou não poderia nos salvar de TODO o sofrimento. Afinal de contas, o sofrimento nos ajuda a aprender e nunca podemos realmente apreciar a alegria se nunca experimentarmos a dor.

Não, eu NÃO estou pensando sobre o sofrimento quotidiano que é uma parte do viver e morrer. Estou a pensar sobre o sofrimento insuportável e interminável que Deus imaginou, desenhou e projetou para que o possamos experimentar depois das nossas mortes. O trabalho mais importante de Deus é o de nos salvar do sofrimento eterno do inferno.

Honestamente, isso não deve ser um trabalho muito exigente, especialmente para um Deus que é omnipresente, omnipotente e omnisciente. Deve ser "na boa". Com o meu intelecto extremamente limitado, posso descobrir o que é necessário.

Todos precisam:

1) Ouvir a história de Jesus.

2) Compreender as consequências de não aceitar Jesus como seu salvador e,

3) Sejam dadas provas suficientes para se ter a certeza de que tanto (1) como (2) são verdadeiras.

Como Deus realizou a sua tarefa mais importante? Ele revelou-se às pequenas e irrelevantes tribos de Israel. Eram as suas escolhidas. Deus revelou-se selecionando um punhado de profetas e falando com eles. Ele fez um acordo com eles. Deus ajudaria essas tribos se concordassem em seguir as suas leis e a adorá-lo (e não a outros deuses). Os israelitas foram as ÚNICAS pessoas a quem Deus se revelou.

Os escritos dos profetas, juntamente com as façanhas dos israelitas, foram compilados num livro conhecido como Torá e que foi escrito na linguagem obscura do hebraico (agora conhecido como o Antigo Testamento da Bíblia). Estranhamente, ninguém mencionou o inferno na Torá. Era como se Deus não tivesse pensado nisso naquele tempo, ou não tivesse pensado em como as pessoas poderiam ser salvas.

Mil anos se passaram e ninguém sabia de Deus fora duma pequena área no Médio Oriente e ninguém sabia sequer como ser salvo! Finalmente, Deus engravidou uma virgem que concebeu um filho. O filho de Deus tornou-se um pregador e era conhecido como Jesus. Jesus foi finalmente executado, ressuscitou e subiu ao céu.

A história de Jesus foi escrita em grego numa série de livros de autores na sua maioria desconhecidos. Os livros foram editados, redigidos, expandidos e alterados por milhares de formas ao longo de muitos anos. Muitos desses livros foram descartados por completo. Os escolhidos foram compilados num volume conhecido como o Novo Testamento. Juntos, o Velho e o Novo Testamento, formaram a Bíblia.

Finalmente, o Novo Testamento revelou a mensagem mais importante: como ser salvo do inferno. Mas os nossos problemas não tinham ainda acabado. O Novo Testamento parecia dar conselhos contraditórios sobre como ser salvo. Tanto assim, que 2000 anos depois, existem cerca de 38 000 denominações diferentes seguindo o Novo Testamento e uma das diferenças entre denominações é exatamente como ser salvo.

O Novo Testamento foi traduzido em dezenas de línguas. Isto permitiu que a mensagem alcançasse mais povos mas aumentou a confusão com as traduções introduzidas às suas próprias inconsistências.

A única evidência disponível para nós de que a história de Jesus é verdadeira e como devemos ser salvos, é encontrada no Novo Testamento. A única evidência de que Deus existe é encontrada na Bíblia. Mas a Bíblia está cheia de inconsistências, histórias fantásticas e imoralidade, de modo que milhares de milhões de pessoas acham isso pouco convincente como evidência de Deus. É fácil ler a Bíblia e não encontrar nada que a diferencie das escrituras de muitas outras religiões inventadas.

Então, como Deus realizou seu trabalho mais importante? Existem sete mil milhões de pessoas no mundo. Menos de um terço delas professam serem cristãos. Uma vez que somente os cristãos têm alguma esperança de serem salvos (de acordo com o Novo Testamento), na melhor das hipóteses, mais de 70% de nós que estamos vivos hoje, serão torturados pela eternidade fora. Poderia ser muito mais do que isso, pois não podemos ter certeza da proporção de cristãos que fizeram o que é necessário para serem salvos. Talvez, digamos, apenas 10% dos cristãos serão salvos, deixando 97% da humanidade para ser torturada. Ninguém sabe.

Honestamente, eu poderia ter feito um trabalho melhor do que aquele dado a Deus, com apenas uma fracção dos recursos dele. Acho que qualquer um poderia ter feito. É difícil explicar o terrível e péssimo desempenho de Deus no seu trabalho mais importante.

Ou então, ele QUER realmente nos torturar ou se calhar, toda a história é pura ficção e não há Deus algum e nenhuma tortura eterna. 

O que é que achas?


Traduzido e adaptado de Bill Flavell


quinta-feira, 25 de maio de 2017

O ataque de Manchester




Vocês devem ter visto as terríveis imagens que passaram nas TVs depois que mais um homem-bomba islâmico patrocinado pelo governo, se explodiu junto com outros 22 num concerto pop em Manchester na segunda-feira. O ataque foi claramente concebido para matar tantos jovens e crianças quantas fossem possíveis.

Fiquei animado ao ver tantos muçulmanos que abertamente e com raiva, denunciavam o ataque, mas o meu humor mudou quando eu vi o serviço religioso liderado pelos respectivos líderes religiosos. Os altos líderes da cidade das religiões judaica, cristã e islâmica juntaram as mãos e disseram orações assistidas por vários milhares de cidadãos de Manchester e perante os ecrãs de TV pelo mundo fora.

Quando compreenderemos que a fé não é a resposta ao extremismo religioso?

A fé é que é o maldito problema.



Traduzido e adaptado de Bill Flavell

terça-feira, 23 de maio de 2017

Por que a ideia de deus não é factível?




A demonstração disso é bem simples e fácil de ser entendida...

Usando a lógica da teoria dos conjuntos e das relações entre coisas, se temos uma afirmação categórica sobre deus, e fazendo parte dessa afirmação, estão presentes qualidades divinas como são a onipresença, onisciência, e onipotência, ele não pode deixar de possuir essas propriedades e, portanto, não seria deus se não as possuísse. Pois bem...

Partimos então dessa imagem de deus. Agora imaginemos um conjunto de coisas que representa a realidade de tudo que há. 

É fácil ver que, obrigatoriamente este conjunto deverá coincidir exatamente com deus. Ou seja, a totalidade da realidade de tudo que há deve ser igual a deus, pois caso contrário as afirmações seriam contraditórias. Se deus fosse maior que o conjunto da realidade de tudo que há, então este conjunto não seria o conjunto a realidade de tudo que há. De igual forma, se este conjunto da realidade de tudo que há fosse maior que deus, então ele não seria deus, pois não poderia saber de tudo que esta fora dele mas esteja dentro do conjunto da realidade de tudo que há. Nem tão pouco poderia ser onipresente, pois ele não poderia estar onde ele não está e ele não estaria em nenhum lugar dentro do conjunto da realidade de tudo que há mas que não fosse ele. 

E ele também não poderia ser onisciente, pois não poderia saber do que não é ele mas está contido dentro do espaço do conjunto da realidade de tudo que há... 

Logo, estes dois conjuntos devem ser iguais e o mesmo. 

Logo, tiramos daí o primeiro problema para deus existir, pois se estes dois conjuntos são iguais então não há nem pode haver nada além do próprio deus sozinho e isolado como sendo a própria realidade de tudo que há... 

Vejamos agora o que ocorre quando esse deus resolve criar o Universo. 

Sendo onipotente, ele usa dessa onipotência para criar algo que não é ele, mas é outra coisa: é o Universo. Ao fazer isso, no exato instante que o universo é criado, o conjunto da realidade de tudo o que há se torna maior do que era, pois agora deve abarcar não apenas deus, mas também sua criação, o Universo. E mais, pois deve abarcar também toda e qualquer relação que se estabeleça entre este universo e deus. 

Acontecendo isso, deus não será mais deus já que ele perderá sua onisciência, pois as relações que se estabelecem entre ele e sua criação, serão parte do conjunto maior que ele e que se formou, sendo o conjunto da totalidade de tudo que há e, portanto, se ele é menor que esse conjunto, ele já não pode abarcar todo o conjunto. 

Ele também já não seria onipresente pelos mesmos motivos, pois a realidade de tudo que há se tornou maior que ele. 
E não é mais onipotente, pois também no instante exato em que o universo foi criado e a realidade de tudo que há se tornou maior que ele, ele não possui mais o poder de alcançar o que brota dessas relações que se estabelecem. 

Mesmo que ele ainda conserve o poder de aniquilar o Universo, ainda assim o resultado dessas relações estabelecidas não desapareceriam, pois ele saberia o que houve, a informação gerada estaria lá de forma indelével e portanto ele seria impotente diante dela. 

Este estado de coisas não muda nem mesmo caso se tente afirmar que a criação do universo é algo que ocorreu "dentro" de deus e não como algo externo à ele. Pois nesse caso, o próprio deus deveria se tornar maior do que era e portanto, antes ele não era plenamente deus pois não era a totalidade do que pode ser. Além disso, as relações internas também se estabeleceriam e ele passaria a ser tão impotente sobre elas quanto seria no primeiro caso... 

Logo, fica claro que, quando levamos em conta qualquer tipo de realidade objetiva, é impossível a existência de deus. A única condição em que semelhante deus poderia existir seria na eterna e constante auto-referência. Seria deus sendo a exata relação de igualdade entre ele mesmo e a realidade total. 
Logo, ele não poderia criar nada ou modificar nada, ele não poderia se manifestar em nada além dele mesmo. Ou seja, seria irrelevante se ele existisse ou não. Como não é isso que ocorre visto que existimos e existem as relações que se processam entre as coisas, a possibilidade da existência do deus auto-referente, está excluída também. 

Se alguém encontrar uma falha lógica nesta argumentação, por favor me esclareça.


domingo, 21 de maio de 2017

Os ateus devem ser loucos!




Os crentes frequentemente expressam a sua incredulidade confusa de que os ateus devem acreditar que o universo e/ou os organismos auto-replicantes poderiam ter passado a existir por puro acaso. Eles consideram essa crença como uma loucura ou ignorância intencional. Ou ambas.

Bem crentes, tenho boas notícias para vocês. Vocês não precisam de se preocupar com a sanidade dos ateus porque eles NÃO acreditam que o universo e/ou os organismos auto-replicantes vieram a existir por puro acaso aleatório. Os ateus (muitos deles, pelo menos) dizem que não devemos acreditar em nada até que haja boas provas confirmatórias.

A origem do universo e a origem dos organismos auto-replicantes, são questões difíceis de serem estudadas. Elas são difíceis porque ocorreram há muito tempo (nós não estávamos lá!), e porque a passagem do tempo pode ter apagado as melhores evidências. Stephen Hawking até que explicou isso muito bem. Ele disse que poderia ser como o bêbado que procura pelas suas chaves sob um poste de luz: pode não ser ali onde ele as perdeu, mas é o único lugar onde ele tem luz para as encontrar. Só podemos considerar as evidências que temos e, agora, não temos ainda o suficiente para chegar a uma conclusão.

Assim, os ateus NÃO acreditam que o universo e/ou os organismos auto-replicantes surgiram por pura casualidade. Os ateus simplesmente dizem que não entendem como essas coisas aconteceram.

Mas os crentes menos eruditos (que, infelizmente, parecem serem a maioria deles) têm uma resposta imediata. Eles dizem que se tu não acreditas que Deus fez essas coisas, tu DEVES acreditar que aconteceu por acidente.

Não, não e não! Essa é uma falsa dicotomia. Isso é supor que há somente duas opções: ou o deus preferido do crente o fez ou foi uma hipótese aleatória. 
Mas há muitas mais explicações naturais possíveis e muitas explicações sobrenaturais possíveis. Também é possível que existam explicações naturais e sobrenaturais das quais ainda não estamos conscientes. 

Em tais situações, as pessoas racionais mantêm uma mente aberta e continuam procurando por mais evidências. O que nenhuma pessoa racional deve fazer, é acreditar em qualquer afirmação sincera de que o deus daquela família, seja o Fred, Brahma, Allah (ou o que quer que seja) o fez. 

Acreditar nessas reivindicações sem garantias é realmente loucura. 


Traduzido e adaptado de Bill Flavell


sábado, 20 de maio de 2017

Não é justo! Parem de nos zombar!



Os crentes queixam-se com frequência de que eu zombo com as suas crenças religiosas. Eles dizem: "Tu tens o direito às tuas crenças, mas acho estranho que, se tu não queres que as pessoas te zombem, tu gastas tanto tempo zombando as das outras pessoas". 

Eis a minha resposta: Eu ficaria encantado se tu zombasses das minhas crenças. Força com isso! Precisamos de mais diversão no mundo. Pessoas levando as suas crenças muito a sério, levam a muita tragédia e tristeza.

Mas toma atenção numa coisa: certifica-te de saber no que eu acredito antes de começares a zombar. Eu raramente falo sobre as minhas crenças e ao não acreditar em deus algum, não é uma crença (repara nas nas palavras - não acreditar).

Mas para te ajudar, eu vou falar-te de uma das minhas crenças. Eu acredito que os carros elétricos, autónomos, se tornarão ubíquos nos próximos 25 anos ou algo assim. Eles tornarão as nossas estradas mais seguras, reduzirão a nossa dependência dos combustíveis fósseis e gerarão novas indústrias (assim como abanar as antigas indústrias).

Agora, vou sentar-me no sofá e esperar a tua zombaria. O problema é que esta crença não é tão engraçada como acreditar que um rabino judeu que supostamente morreu há 2 000 anos, voltará em breve à vida. Ou acreditar que há um homem invisível que quer que todos os homens cortem os seus prepúcios e que vê sem se mexer, tanta gente a fazer merda.


Traduzido e adaptado de Bill Flavell



Os ateus não acreditam em nada!




Por que é que as pessoas religiosas pensam que os ateus não acreditam em nada tal como também não defendem nada? Eles não poderiam estar mais errados.

Eu acredito apenas nas coisas que são verdadeiras.

Defendo a igualdade de direitos, a igualdade de oportunidades, a não discriminação com base na raça, sexo, orientação sexual, crenças religiosas, idade, deficiências e muito mais.

Eu acredito que devo os meus companheiros humanos com respeito e preservar a sua dignidade. Eu gosto de ajudar as pessoas onde eu razoavelmente posso tal como não gosto de prejudicar pessoas. Eu mesmo tento evitar de incomodar as pessoas, tu não vais encontrar-me a colocar música em alto som que perturbe os meus vizinhos ou a tentar furar as filas. Mas tu poderás ver-me a parar o meu carro para deixar outros carros passarem quando o tráfego é imenso.

Acredito que é importante ser tolerante com as diferenças dos estilos de vida, códigos de vestimenta e assim por diante, desde que ninguém esteja sendo prejudicado.

Acredito que devemos cuidar do planeta de modo a transmiti-lo aos nossos filhos na melhor condição possível e sustentável.

Em vez de dominar animais como a Bíblia ensina, creio que temos o dever de cuidar deles.

Defendo a investigação racional e uma abordagem baseada em evidências para a medicina, para a educação e a elaboração de políticas governamentais - de fato para tudo. E eu poderia continuar...


Ao invés de nada acreditar e nada defender, acho que até acredito e defendo muita coisa, talvez mais do que as pessoas religiosas. É verdade que todos os ateus são diferentes, mas acho que muitos deles compartilham meus valores.

Gostaria que mais pessoas religiosas assim fossem.


Traduzido e adaptado de Bill Flavell

quinta-feira, 18 de maio de 2017

A morte duma religião




O cristianismo está em declínio acentuado na Europa, na América do Norte e na Australásia. Quando eu menciono este facto aos cristãos, alguém responderá com "Sim, mas também há pessoas que se estão convertendo ao cristianismo".

Bem, agora temos dados para o Reino Unido. Para cada novo convertido ao cristianismo, 26 pessoas deixam a fé. A esta taxa, não demorará muito para o cristianismo acabar.

O estudo foi realizado pelo Centro Bento XVI para a Religião e a Sociedade, e este artigo é do "The Christian Post" - por isso, dificilmente será uma conspiração ateu!

Caso os cristãos africanos sejam tentados a regozijar-se com o fato de o cristianismo se manter firme nesse continente, lembrem-se que em muitos países africanos, tanto o vodu como a ressurreição de Jesus são igualmente e firmemente acreditados!

Fonte: Christianpost


Traduzido de Bill Flavell

segunda-feira, 15 de maio de 2017

Por que Deus tem que ficar escondido?



 
Os cristãos costumam dizer que deus permanece escondido porque quer que decidamos crer nele, pois se deus se desse a conhecer, ele retiraria nossa escolha e nosso livre-arbítrio. Isso significa que temos de acreditar nele pela fé (sem evidências).

Eu tenho um grande problema com isso. Todas as coisas em que acredito, eu acredito porque há boas razões para aceitar que elas são verdadeiras (e mesmo assim, raramente ou nunca tenho a certeza). A estratégia de deus garante que só as crianças, os doutrinados, os ingénuos, os temerosos, os irracionais e os carentes emocionais acreditarão nele. 

Há uma estratégia muito melhor do que essa. Deus deve dar-se a conhecer a TODOS de uma maneira incontroversa, para que ninguém tenha a menor dúvida de que ele existe. Isso deixa-nos livres para decidir se o adorar, amar e dar-lhe as nossas vidas, ou apenas achar que ele é um idiota. Esta estratégia eliminaria as disputas mortais entre os humanos sobre quem tem o deus real e deixaria apenas dois grupos: aqueles que o adoram e aqueles que não o fazem. Afinal, decidir como reagir a deus é que é a decisão importante, e não a busca por um ser indetectável que nunca pode ser encontrado, pois essa é uma tarefa de tolo.

Evidentemente, há uma boa razão pela qual a minha estratégia nunca é usada: o deus teria de existir para que ela funcionasse. 

Estar escondido é a única estratégia disponível para deuses inventados.


Traduzido e adaptado de Bill Flavell

Os escritos de Josefo e a existência de Jesus




De início podemos citar Filón de Alexandria. Vimos quão grande foi seu papel na "FORMAÇÃO DO CRISTIANISMO". Ele escreveu bastante longamente sobre a "Era de Pilatos", e nos cinquenta tratados que nos restam da sua obra, ele não MENCIONA A EXISTÊNCIA DE JESUS, nem mesmo a do CRISTO (É preciso, com efeito, distinguir estes dois nomes que envolvem duas nações distintas).

O Historiador judeu Flávio Josefo, nascido em 38 em Jerusalém, publicou em 93, as Antiguidades Judaicas em que relata minuciosamente acontecimentos que se desenvolveram na Judéia. Ele não menciona Jesus, mas fala de outros messias: do Samaritano, de Judas, o Gaulonita, de Teudas. Em resumo, de homens que, se comparássemos sua vida, suas ações, sua influência, com as de Jesus que os evangelhos relatam, não representaram mais que um papel secundário. Poder-se-ia objetar que, na obra de Flávio Josefo, mais exatamente no Livro XVIII das Antiguidades Judaicas, encontra-se a seguinte passagem:

1ª - Assaltados sem armas por homens bem preparados, muitos (judeus) pereceram na praça. Os outros fugiram feridos. Assim terminou o motim;

2ª E por esse tempo veio Jesus, um homem sábio, se todavia pode-se dizê-lo um homem. Pois ele era o autor de atos maravilhosos, mestre de homens que recebem com alegria a verdade. Atraiu muitos judeus, bem como muitos gregos. Foi o Cristo. Quando, pela denúncia dos que eram os primeiros entre nós, Pilatos o condenou à cruz, os que haviam amado inicialmente não cessaram de fazê-lo, pois ele lhes apareceu, três dias após, ressuscitado novamente. E as profecias haviam predito isto e dez mil outras maravilhas a respeito dele. Hoje ainda não desapareceu a seita dos cristãos, assim chamados depois dele;

3ª- Ao mesmo tempo, outro golpe terrível atingiu os judeus.


Leiamos esta passagem com cuidado e concluiremos que é apócrifa, pois foi acrescentada e atribuída a Josefo por um FALSÁRIO, TÃO INGÉNUO QUANTO PIEDOSO. Pois, se o historiador judeu pudesse ter redigido a segunda parte, ele teria sido cristão, mas ele não era. 
Como escreveu Voltaire:
"Como? Este judeu obstinado teria dito que Jesus era cristo? Que absurdo fazer Josefo falar como cristão! "

Houve uma interpolação nesse trecho, é a opinião da maior parte dos autores, de todos os que inauguraram a crítica moderna dos textos. É, entre outras, a opinião do Padre Lagrange (da Sociedade de Jesus) e de Monsenhor Battifol, opinião que aceitaremos sem maiores preocupações, uma vez que o hábito não é formado logo na primeira vez. Esta interpolação aparece nitidamente a cortar o relato: a 3ª parte segue naturalmente 1ª parte. 
Se a primeira parte da citação que demos se refere à repressão do motim de Jerusalém, a terceira trata da deportação, para Sardenha, de 4.000 judeus romanos. Notemos, enfim, que esta passagem não se ENCONTRA NO TEXTO DE JOSEFO, atualmente conhecido como o mais antigo, aquele de que dispunha Orígenes - este autor nos relata mesmo que Josefo não acreditava que Jesus fosse o Messias (C. Celso, I, 47) - e que só encontrada depois de Euzébio (320), que menciona na sua História Eclesiástica. 
Esta interpolação grosseira prova quanto pareceu necessário aos Padres da Igreja, aos cristãos, ter sobre a vida de Jesus testemunhos estranhos ao Novo Testamento. 

Na história dos Judeus, Josefo fala ainda, de um Jesus filho de Ananus, que perturbou a Festa dos Tabernáculos, que foi preso e flagelado e depois libertado como louco, foi morto pelos romanos aquando do sítio de Jerusalém. A interpolação relativa a Jesus, filho de José e de Maria, torna-se perceptível ainda por causa desta passagem.

Enfim, sabemos graças a Fotios, Patriarca de Constantinopla no século IX, que outro historiador judeu de nome Justo de Tiberíade, nascido na Galileia e contemporâneo de Josefo, seu rival, autor de Guerra dos Judeus e da Crónica dos reis Judeus, hoje perdidas, não fazia nenhuma menção da vinda do Cristo, dos acontecimentos de sua vida, dos seus milagres e da sua Paixão.

A Mischna, as obras ditas "tanaístas", que também fazem parte da literatura judaica de então, nada falam a respeito.


Texto de Rodrigo Salim

domingo, 14 de maio de 2017

Ateus, tirem a vossa venda dos olhos...




Estúpidos ateus. Eles negam a existência de Deus diante de evidências esmagadoras.

Como é que as marés podiam subir e descer sem Deus? Tu achas realmente que milhões de milhões de toneladas de água poderiam apenas "decidir" mover-se algumas dezenas de metros diariamente e num ritmo perfeito por conta própria?

E quanto aos terremotos? Os edifícios convocam uma reunião e decidem a começar a tremer numa hora exata?

Não, essas coisas exigem INTELIGÊNCIA e há apenas uma inteligência com o poder de fazer essas coisas acontecerem: Marduk, é claro!

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PS.: Se tu achas que este argumento é ridículo, ele realmente é. Mas é idêntico na forma ao argumento mais comum oferecido pelos crentes, a criação do universo e a inteligência necessária dos seres humanos, portanto, um deus inteligente deve existir (qualquer um que tu decidiste acreditar).

A diferença é que agora já temos explicações naturais para os terremotos e as marés, embora ainda tenhamos que explicar as origens do universo e a abiogénese.


Traduzido  e adaptado de Bill Flavell



sábado, 13 de maio de 2017

Toma a Bíblia...




Toma a Bíblia como o teu livro de geografia 
E vais perder 99% do mundo.

Toma a Bíblia como o teu livro de história 
E vais ser o mais básico da turma.

Toma a Bíblia como o teu livro de biologia 
E nem terás nota, de todo.

Toma a Bíblia como o teu livro de cosmologia 
E saberás menos do que nada.

Toma a Bíblia como o teu livro de medicina 
E vais ser processado por negligência.

Toma a Bíblia com o teu livro de ética militar 
E serás condenado por crimes de guerra.

Toma a Bíblia como o teu livro de puericultura 
E os teus filhos ser-te-ão retirados.

Toma a Bíblia como o teu livro de leis 
E vais acabar na prisão.

Toma a Bíblia como o teu livro dos direitos humanos 
E serás julgado em Haia.

Então, sim, toma a Bíblia, e leva-a o mais longe possível.

E deixa-a lá.




Traduzido de Bill Flavell

sexta-feira, 12 de maio de 2017

Comparando ateu e crente...



Uma comparação possível entre o ateu e o crente é que...

O ateu é a pessoa que sabe que os irmãos Grimm eram Jacob e Wilhelm Grimm, dois escritores, poetas, linguistas e académicos alemães que se dedicaram registar e a compor várias fábulas infantis, nas quais se incluem, entre muitas outras, a Rapunzel, Cinderela, Capuchinho Vermelho, o Polegarzinho, a Branca de Neve, etc.

O crente é aquele que acredita verdadeiramente que os lobos falam e podem engolir pessoas inteiras sem as matar, os ratos podem transformar-se em cocheiros, as fadas madrinhas existem e podem conjurar magicamente vestidos de baile e sapatos de cristal, que um beijo pode quebrar um feitiço de um sono eterno, que um pé de feijão pode crescer até chegar às nuvens, etc, etc.

quarta-feira, 10 de maio de 2017

Segurando um tigre pela cauda



As religiões são fraudes do tipo pirâmide que, em alguns casos, persistem por bem mais de 100 gerações. Os já falecidos que há muito tempo as inventaram, nunca poderiam ter sonhado como elas se espalhariam pelo mundo e mudariam a história humana.

Nem poderiam ter imaginado como as religiões deixariam a divisão, a morte e a destruição no seu rasto. As religiões tocam em profundos centros emocionais da nossa psique que podem nos levar tanto a amar como a odiar, a criar e a destruir.

Nossa espécie atingiu um estágio em que já somos muito maduros para necessitar de religiões, mas ainda muito imaturos para sermos confiáveis com elas.

Estamos a segurar um tigre pela cauda, e devemos deixá-lo ir embora.



Traduzido e adaptado de Bill Flavell

terça-feira, 9 de maio de 2017

Se deus fosse real, os ateus precisariam de apologistas



Se deus fosse real, não precisaria de apologistas para explicar por que é tão difícil encontrá-lo, ou por que um deus amoroso planeou tanta dor e sofrimento para nós. Não precisaríamos de apologistas para explicar por que diferentes pessoas vêem deus de forma tão desigual, assim como as escrituras não precisariam de hermenêutica para fazer sentido.

Se deus fosse real, seria TÃO ÓBVIO, que os biólogos precisariam de apologistas para explicar por que toda a evidência aponta para o criacionismo. Os ateus precisariam de apologistas para explicar por que os piedosos desfrutam de longas vidas e abundantes benefícios, enquanto os não-crentes não conseguem nada. Os ateus precisariam de apologistas para explicar como aprendemos tanto sobre o universo, a partir de um livro escrito milhares de anos atrás.

Mas não é assim. Todas as evidências refutam o criacionismo. São necessários apologistas humanos para defender o deus todo-poderoso, porque ele não pode se defender e as escrituras parecem exatamente o que são - as reflexões dum povo supersticioso da Idade do Ferro.

Se tu acreditas em deus, nada faz sentido sem invocar a magia. Se tu não acreditas, tudo faz sentido e nenhuma magia é necessária.

Tu precisas de magia para acreditar em mentiras, mas não para encontrar a realidade.



Traduzido e adaptado de Bill Flavell

segunda-feira, 8 de maio de 2017

A diferença entre xadrez e religião




Quando derrubas alguém no xadrez, o teu oponente oferecerá invariavelmente a sua mão e o felicitará. Muitas vezes, os jogadores mais qualificados, ponderam a sua derrota e tentam aprender com ela.

Quando tu dás um xeque-mate a um crente num debate, ele raramente oferecerá a sua mão para te felicitar. O que acontece é que ele vai mudar instantaneamente de assunto e esquecer que o debate já aconteceu. E se pressionado, o mais certo é ele negar que tu ganhaste, apesar das evidências de ter o seu rei desaparecido.

Os crentes deveriam aprender muito com os jogadores de xadrez.


Traduzido e adaptado de Bill Flavell

domingo, 7 de maio de 2017

Deus...



Falar de Deus é falar de coisa nenhuma. Cada um cria um deus para si, alguns fazem-se deuses de si próprios, outros precisam dos deuses dos outros por serem incapazes de serem deuses de si mesmo. Por isso usam os deuses que os outros criam como seus.

Crer nos outros antes de crer em nós, é a amputação dos sentidos.

Esperar que o deus dos outros nos salve é um acto de cobardia e falta de coragem em darmos um passo em nosso favor. "Deus" é o lado desconhecido do nosso cérebro, capaz de coisas que a outra parte acha impossível, "Deus" só existe na cabeça de cada um de nós e como tal não pode ser perfeito.

É o lado por explorar do nosso cérebro que quando é explorado mostra que não há "Deus" nenhum, nem na nossa cabeça.



É verdade, existem deuses



Existem deuses. Não Deus, mas deuses. Há mesmo muitos. E um deles conhece cada um de nós melhor do que qualquer ser humano nos conhece, mesmo melhor do que os nossos irmãos, os nossos pais, o nosso melhor amigo ou nosso/a amante mais íntimo. Esse Deus sabe realmente o que pensamos sobre tudo: os nossos desejos, as nossas paixões, os nossos medos e os segredos mais escondidos que nunca revelamos a ninguém.

Conhecemos os nossos deuses também. Nós os conhecemos tão bem como eles nos conhecem. E essa proximidade é o que torna os deuses tão tranquilizadores e reconfortantes. Não poderia ser doutra maneira e nem poderia ser mais óbvio.

Muitas pessoas gostam de acreditar que o seu Deus está no comando, mas não é realmente bem assim. Pense nisso mais como os parceiros de dança onde nós lideramos e eles nos seguem. Nós estamos num passo perfeito na maioria das vezes, mas, ocasionalmente, um de nós coloca um pé mal.

Estamos tão perto dos deuses simplesmente porque eles são parte de nós. Eles residem nas nossas mentes. Eles nasceram lá, eles moram lá e, quando morremos, eles morrerão connosco.

Os deuses recebem nomes diferentes em diferentes culturas. Seja como for, em vez do nome que tu dás ao teu deus, eu prefiro usar o termo: alter ego.




Traduzido e adaptado de Bill Flavell


sábado, 6 de maio de 2017

Islão, Maomé e o Corão




O islão é edificado a partir dos seus antecessores judeu e cristão, selecionando um pedaço aqui e um fragmento ali, tendo como consequência que se um cair, tudo se desmorona parcialmente. De igual modo, a sua narrativa fundadora ocorre numa área surpreendentemente pequena e relata factos extremamente enfadonhos acerca de disputas locais. Quase toda a tradição é oral, e é toda árabe. Na verdade muitas autoridades concordam que o Corão só é inteligível naquela língua, ela própria sujeita a inúmeras inflexões idiomáticas e regionais. A julgar pelas aparências, isto deixar-nos-ia com a conclusão absurda e potencialmente perigosa de que deus foi monoglota.

Porém, quando examinado, o islão não é muito mais que um conjunto de plágios bastante óbvios e mal organizados, retirados de livros e tradições anteriores à medida que a ocasião parecia exigir.
Faz imensas reivindicações para si, invoca a submissão ou "rendição" prostrada como uma máxima para todos os seguidores e exige deferência e respeito aos não crentes.

Quanto a Maomé, se bem que saibamos que uma pessoa chamada Maomé existiu quase de certeza numa franja do tempo e espaço relativamente pequena, temos o mesmo problema que em todos os casos anteriores. Os relatos que descrevem os seus actos e palavras foram reunidos muitos anos depois e estão irremediavelmente  corrompidos até à incoerência por interesse pessoal, rumor e analfabetismo.

O profeta morreu no ano 632 do nosso calendário aproximado, o primeiro relato da sua vida foi escrito cento e vinte anos mais tarde por Ibn Ishaq, mas o original perdeu-se e pode apenas ser consultado através da sua forma reformulada, da autoria de Ibn Hisham, que morreu em 834. Contribuindo para este rumor e falta de clareza, não existe qualquer relato de como os seguidores do profeta reuniram o Corão nem como os seus diversos adágios se tornaram codificados.

Algumas autoridades muçulmanas afirmam que durante o primeiro califado de Abu Bakr, imediatamente após a morte de Maomé, surgiu a preocupação de que as suas palavras transmitidas oralmente pudessem ser esquecidas. Tinham sido mortos tantos soldados muçulmanos em batalhas que o número daqueles que tinham o Corão bem guardado na memória tornara-se perigosamente pequeno. Assim, foi decidido reunir todas as testemunhas vivas, juntamente com "folhas de papel, pedras, folhas de palmeira, omoplatas, costelas e tiras de couro", onde os adágios foram escritos, e entregá-los a Zaid ibn Thabit, um dos antigos secretários do profeta, para um cotejo autorizado. Feito isto, os crentes ficaram com uma coisa que se assemelhava a uma versão autorizada.

A ser verdade, isto situaria o Corão numa data mais próxima da vida de Maomé. No entanto, depressa descobrimos que não há certeza nem consenso relativamente à verdade da história. Mais histórias existem de como os textos foram reunidos, alguns depois declarados verdadeiros e outros apócrifos, sendo esses mandado destruir.

A situação é ainda mais frágil e deplorável quando chegamos aos hadith, ou aquela vasta literatura secundária gerada por via oral que, supostamente, transmite as palavras e os actos de Maomé, a história da compilação do Corão e as palavras dos "companheiros do profeta".

Muitos dos hadith não passam de versículos da Tora e dos Evangelhos, fragmentos de adágios de rabinos, antigas máximas persas, trechos de filosofia grega, provérbios indianos e até reproduções praticamente literais da "Oração do Senhor".


Texto de Christopher Hitchens, in "deus não é grande".

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Mais estranho do que podemos imaginar





Se assumirmos por um momento que existe apenas um universo e o universo é tudo o que existe, existem duas possibilidades:

1) tudo sempre existiu ou 
2) tudo veio a existir a partir do nada. 

Ambas as opções são extraordinárias e difíceis de acreditar.

Como poderia tudo nunca começar a existir? Eu não faço ideia.
Como o nada poderia existir e tornar-se tudo? Eu não faço ideia.

As pessoas às vezes dizem que o Big Bang significa que o universo começou a existir, mas isso não é necessariamente verdadeiro. É verdade que o universo, como o entendemos hoje, começou a existir. O que existia antes do início do Big Bang, a ciência ainda não nos pode dizer. Portanto, não podemos ter certeza de que o Big Bang foi um evento de criação, pois poderia ter sido apenas um evento de transformação.

Mas, talvez haja uma terceira opção. Talvez o universo não exista e nunca tenha existido. Talvez o universo não seja realmente feito de partículas e forças, mas é feito de informação. Pense nisso como equações. Imagina que não temos nada, e poderíamos igualmente dizer que temos -100% e + 100% e ainda não temos nada.

Se formos parte dos 100% positivos, parece que as coisas sempre existem, mas tudo o que percebemos, sejam partículas, massa, movimento e assim por diante poderiam ser apenas uma interpretação de equações complexas.

Essa ideia é bizarra, mas pensa na inteligência artificial. Em breve os nossos carros serão conduzidos por computadores. Estes computadores recebem entradas elétricas e as convertem em equações e as equações representam estradas, veículos, pedestres, velocidades e assim por diante. A única coisa que existe dentro desses computadores é a informação, mas é suficiente capaz de criar um mundo tão real, que tu vais confiar nela a tua vida. Será que todo o universo inteiro funciona de forma semelhante?

Um punhado de físicos, como Seth Lloyd no MIT, estão levando esta ideia a sério e assim, talvez em cinco ou dez anos, nós poderemos saber se ela tem algum mérito. Enquanto isso, meu conselho é manter sua mente aberta.

A natureza da realidade e as origens do universo não serão apenas estranhas, elas provavelmente serão mais estranhas do que podemos imaginar.


Traduzido e adaptado de Bill Flavell

quarta-feira, 3 de maio de 2017

A controversa oração do Getsêmani




Mateus: 26:39. E adiantando-se um pouco, prostrou-se com o rosto em terra e orou, dizendo: Meu Pai, se é possível, passa de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres.

Marcos: 14:35. E adiantando-se um pouco, prostrou-se em terra; e orava para que, se fosse possível, passasse dele aquela hora. 36. E dizia: Aba, Pai, tudo te é possível; afasta de mim este cálice; todavia não seja o que eu quero, mas o que tu queres.

Lucas: 22:42. dizendo: Pai, se queres afasta de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua.

Se Jesus e Jeová eram um; se ele era um deus encarnado; se havia nele a omnisciência e sabia que ele era o sacrifício humano, por quê esta proposta descabida num contexto onde é questionado o desfecho da missão de se martirizar pelos homens? É, no mínimo, muito estranho. 
Já li a tentativa de vários teólogos para justificar esta incoerência, mas as explicações do que seria o tal cálice nesta oração é tão estúpida quanto a mesma.


 Texto de Lael Santos

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Como é que gostas das evidências?



Quando os especialistas dizem que o Universo como o conhecemos, teve um início, os crentes concordam, felizmente, e dizem: "A ciência prova que deve haver um Deus para começar tudo!"

Quando especialistas dizem que a vida evoluiu gradualmente ao longo de vários milhões e milhões de anos, os crentes discordam e dizem: "É uma conspiração", "Não há provas" ou "Meu avô não era um macaco".

O engraçado é que há evidências muito boas para o evento Big Bang, mas há muitas, muitas mais evidências para a evolução. Então, como é que os crentes gostam das suas evidências? Eles gostam delas quando apoiam as suas ilusões. Mas já não gostam quando não as apoiam.



Traduzido e adaptado de Bill Flavell



A bíblia e as suas aberrações




Enaltecido por mais de dois mil milhões de pessoas, este é o livro mais vendido de todos os tempos. Apesar de todos os questionamentos sobre o surgimento e o desenvolvimento desta religião, o cristianismo conseguiu se sobrepor às demais, angariando um número astronómico de adeptos. 

Algumas observações precisam ser colocadas. Os seus seguidores são na grande maioria pessoas iletradas, analfabetos funcionais, e os que escapam disso são ociosos literários, pessoas que não gostam de ler, muito menos de pesquisar, ou seja, em nome de uma fé, vorazmente comem qualquer coisa que lhe derem à boca. Os poucos estudiosos, sim posso dizer poucos, apesar de não ter dados estatísticos, quando descobrem as irregularidades se omitem, por conta de interesses que sobrepõem à necessidade de revelar o que é verdadeiro. Não é preciso um estudo minucioso para detectar as tais aberrações citadas no título deste texto. O livro sagrado do judaísmo e do cristianismo, é um verdadeiro festival de gritantes incoerências. Uma religião como esta não cresceria tanto se os seus seguidores dedicassem um tempinho diário para conferir suas contradições, não com olhos de fé, mas de raciocínio lógico.

A construção desta grande colcha de retalhos, chamada bíblia, deixou expostas narrativas simplesmente absurdas. O interessante é que eu cresci no convívio íntimo com esta fé, mas um mix de um pseudo temor e reverência ao deus hebreu, o medo do inferno e a lavagem cerebral de que este deus é soberano e sabe o que faz, e que as coisas reveladas são para nós e as encobertas para ele(Jeová), me tolhiam de qualquer possibilidade de bater de frente com o sistema, o que hoje já não acontece. 
E como estou? Há uns quatro anos que encontrei a liberdade e me libertei das terríveis algemas. Às vezes me pergunto como é que eu corria os olhos sobre textos como os que seguem abaixo, e não reagia...

"Compassivo é o Senhor, e justo; sim, misericordioso é o nosso Deus" (Sal. 116:5).

"O Senhor é justo no meio dela; ele não comete iniquidade; cada manhã traz o seu juízo à luz; nunca falta; o injusto, porém, não conhece a vergonha" (Sof. 3:5).

"E ouvi o anjo das águas dizer: Justo és tu, que és e que eras, o Santo; porque julgaste estas coisas" (Apoc. 16:5).

Quer dizer que Jeová é justo???

Dentre as muitas atrocidades bíblicas, vou me ater apenas a este texto, pois são muitos os que desconstroem esta tal justiça:

Ezequiel: 21:3-4. E dize à terra de Israel: Assim diz o Senhor: Eis que estou contra ti, e tirarei a minha espada da bainha, e exterminarei do meio de ti o justo e o ímpio.
E, por isso que hei de exterminar do meio de ti o justo e o ímpio, a minha espada sairá da bainha contra toda a carne, desde o sul até o norte.

Isto é ser justo?... Justiça injusta... Os escribas e os compiladores deste livro se deram muito mal.



Texto de Lael Santos