Com efeito, existe documentação comprovativa de que o próprio imperador Constantino (306-337), que impôs a Igreja Católica romana, mandou realizar sacrifícios em honra do Sol, cunhou moedas com a frase “Soli Invictus Comiti, Augusti Nostri”, ordenou que os seus exércitos recitassem todos os domingos (o dia do Sol) uma prece ao “Deus que dá a vitória”, etc. Quando o seu segundo filho, Constâncio II (337-361), chegou ao poder, o culto rendido a divindades pagãs passou a ser proibido sem excepção e o papa Libério, substituiu a celebração do nascimento do Sol Invictus Mitra pelo do nascimento de Jesus. Constâncio morreu quando se preparava para enfrentar Julião (361-363) que havia sido proclamado imperador pelas legiões e a quem a igreja, já poderosa, pusera o nome de Apóstata por ter tentado restabelecer a heliolatria.
A partir de então, a figura mítica solar de Jesus Cristo destronou a do Sol Invictus, apesar de a ter abundantemente plagiado, e passou a ocupar o lugar que esta ocupara, adaptando a sua própria forma exterior ao sólido molde de crenças lendárias que havia deixado o culto pagão. A documentação existente comprova, com efeito, que Mitra nasceu de uma virgem, num 25 de Dezembro, numa cova ou numa gruta, que foi adorado por pastores e magos, foi perseguido, fez milagres, foi morto e ressuscitou ao terceiro dia… e que o rito central do seu culto era a eucaristia, uma eucaristia cuja forma e fórmulas verbais são em tudo idênticas às que acabaria por adoptar a Igreja cristã.
São de tal modo idênticos o ritual pagão de Mitra e o supostamente instituído por Jesus, que São Justino (c. 100-165), na sua Apologia, ao defender a sua liturgia cristã perante a pagã, se vê obrigado a tentar inverter a realidade e a encobrir o plágio cristão afirmando que “a imitação do qual [a eucaristia cristã], foi o próprio diabo a fazê-lo com os Mistérios de Mitra, pois vós sabeis, ou podeis saber, que eles também tomam pão e uma taça de vinho nos sacrifícios em que participam os iniciados e pronunciam certas palavras a esse respeito”. A astúcia do diabo, conforme a pinta Justino, não é muito habitual. Não é todos os dias que se vê o diabo instaurar a eucaristia cristã num culto pagão centenas de anos antes que alguém, incluindo os próprios profetas de Deus, pudesse imaginar que uma seita judia sem importância acabaria por se converter na poderosa Igreja Católica romana!
Extrato de "As Mentiras da Igreja Católica", de Pepe Rodríguez
O titulo originsl sera "Mentiras fundamentales de la Iglesia católica" ?! Esse livro tem em portugues tambem?!
ResponderEliminarOs livros desse autor sao realnente muito bons! Obrigado por compartilhar esse belo texto.
"Mentiras Fundamentais da Igreja Católica", ficou mal escrito no texto acima.
ResponderEliminarSim, há versão em português mas é difícil de encontrar...