sexta-feira, 27 de abril de 2018

Jesus, o mito - Parte I



Apesar dos milhares de livros que já se escreveram sobre Jesus de Nazaré, é tão pouco o que se sabe acerca da sua vida real, que muitos investigadores continuam a alimentar sérias dúvidas sobre a sua historicidade. A nossa principal fonte de informação sobre a sua existência são os Evangelhos, mas estes, sendo por natureza confissões de fé, são textos apologéticos, mitificados, com tantos vazios e silêncios inexplicáveis, que qualquer historiador, que se pretenda rigoroso e objetivo, tem dificuldade em os aceitar.

Nas fontes pagãs (Suetónio e Tácito), deparamos apenas com umas vagas referências indicando que no século II era comum a crença de que Jesus tinha sido uma personagem real. Nas fontes judias antigas, Jesus é brevemente mencionado no Talmude e numas tantas passagens da obra do historiador Flávio Josefo. Nessas passagens, no entanto, a imagem que nos é dada de Jesus em nada difere da que nos é transmitida pelos Evangelhos, razão por que são precisamente sobre essas que incidem as dúvidas dos peritos quanto à sua autenticidade. Interrogam-se sobre se não serão acrescentos posteriores cristãos, introduzidos com o intuito de beneficiar da autenticidade histórica que conferem os textos de Josefo. Restam assim, como fontes exclusivas, os quatro Evangelhos, obras muito duvidosas,…, e notavelmente contraditórias entre si.

No entanto, dado que os Evangelhos começaram a ser escritos uns quarenta anos depois do desaparecimento de Jesus, parece bastante razoável afastar a hipótese de se tratar de uma personagem inventada. Com efeito, quando se recolheu a tradição oral sobre Jesus, pouco tempo tinha, de facto, decorrido sobre a sua vida e a memória coletiva, especialmente a dos opositores, teria denunciado publicamente o embuste. Aceitaremos, pois, a historicidade de Jesus. Tal não nos dispensará de separar nos textos o possivelmente real do evidentemente mítico e, por razões de mera prudência intelectual, limitar-nos-emos a aceitar como muito provável apenas os dados dos Evangelhos que quadrem razoavelmente bem como as informações históricas comprovadas.

Continua… 

Extrato do livro Mentiras Fundamentais da Igreja Católica, de Pepe Gonzalez

Sem comentários:

Enviar um comentário