Fechando esta pequena série de textos sobre a historicidade de Jesus baseada nas únicas fontes de "informação" disponíveis, chega-se aos acontecimentos durante e pós ressuscitação de Jesus, demostrando-se como esta personagem já é um mito, tal como se aponta dados que colocam em apuros a doutrina da Igreja Católica.
"Perante este inspirado testemunho de Mateus sobre o que se passou a seguir á morte do messias judeu:
“Jesus, dando, de novo, um forte grito, expirou. A cortina do templo rasgou-se de alto a baixo em duas metades, a terra tremeu e fenderam-se as rochas; abriram-se os túmulos, e muitos corpos de santos que dormiam ressuscitaram e, saindo dos sepulcros, depois da ressurreição d’Ele, vieram à cidade santa e apareceram a muitos. O centurião e os que com ele guardavam Jesus, vendo o abalo de terra e tudo o que havia sucedido, tiveram realmente medo e disseram: Verdadeiramente, este era o filho de Deus” (Mt 27,50-54).
Só se pode tirar uma de duas conclusões: ou o relato é uma refinada mentira. O que faz do resto da história da ressurreição uma pura invenção, ou a humanidade de então denotava inimagináveis índices de estupidez. Uma convulsão como a relatada ter-se-ia difundido em todo o Império Romano como a “notícia do século”. Teria, de certeza, arrastado em peregrinação até á cruz do suplício todos os habitantes do império, judeus e romanos sem excepção, o sumo-sacerdote e o imperador incluídos, para reconhecer no executado o único e verdadeiro “filho de Deus”, a exemplo do que sucedera com o centurião e os seus soldados. Em vez disso, o que se viu? Ninguém se deu por tido nem achado numa sociedade faminta de deuses e de prodígios, nem se espalhou o pânico pela população, sobretudo numa altura em que uma boa parte dos judeus esperava o iminente fim dos tempos, ocorrência que o próprio Jesus tinha também acreditado, nem conseguiu sequer que os apóstolos suspeitassem que mesmo à sua beira algo de maravilhoso se estava a passar. O cúmulo do absurdo, em suma.
Além do mais, como poderiam passar despercebidos e sem criar alvoroço os muitos santos que, segundo Mateus, saíram dos túmulos e se passearam no meio dos habitantes de Jerusalém? Uns santos que ninguém sabe quem sejam, qual o motivo da sua santidade, quem os terá reconhecido e a quem terão aparecido e que, como diz explicitamente o texto, ressuscitaram antes do próprio Jesus, facto que por si só invalida toda a doutrina sobre a ressurreição dos mortos. Com efeito, esta só é possível enquanto consequência da ressurreição de Jesus e não ao contrário. Os santos ressuscitados de Mateus acabaram por constituir, assim, um quebra-cabeças para a própria Igreja."
Extrato do livro Mentiras Fundamentais da Igreja Católica, de Pepe Gonzalez
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