quinta-feira, 1 de junho de 2017

A nossa cauda secreta



A evolução não começa do zero para cada nova criatura, ela funciona quando se altera ligeiramente, ou se adiciona genes numa criatura existente. A nova criatura normalmente mantém os genes da criatura existente, mas pode "desligar" alguns deles para que eles não se "expressem".

Se toda a vida começou a partir de um antepassado comum, podes esperar que os seres humanos compartilhem genes, não apenas com os nossos primos mais próximos como os chimpanzés, mas com outros antepassados ​​distantes como os peixes, fungos e até bactérias. E assim compartilhamos.

Como alguns dos nossos antepassados ​​têm caudas, será que ainda temos os genes para fazer uma cauda? Sim nós temos! Na verdade, há um estágio no nosso desenvolvimento, entre as quatro e as sete semanas de gestação, em que a cauda é claramente visível. Às oito semanas, um programa genético que evoluiu muito mais tarde, chuta-a fora. A cauda é reabsorvida e desaparece, deixando apenas uma amostra reveladora conhecida como o cóccix.

Muito, mesmo muito raramente, o programa genético mais recente não a consegue eliminar corretamente e deixa a cauda intacta de modo que o bebé nasce com uma verdadeira cauda. Para um exemplo disto, veja Alashari M, Torakawa J. Dermatologia Pediátrica 1995 Sep; 12 (3): 263-6.

Então, quando ouves falar sobre estes casos, não foi Deus que fez alguma brincadeira horrível sobre o bebé, nem foi o Satanás ou as bruxas que causaram estragos, é apenas a natureza agindo. 

Infelizmente, a natureza nem sempre age da melhor maneira.


Traduzido e adaptado de Bill Flavell




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