Poderosa o suficiente para criar universos inteiros, sensíveis o bastante para se dissolverem diante de simples perguntas. A controversa personalidade das divindades cristãs.
Filho: Mamãe porque as pessoas estão de joelhos chorando e falando com a imagem de um homem pendurado numa cruz?
Mãe: Aquele é o filho de Deus, o todo poderoso, o próprio deus em pessoa que desceu dos céus para perdoar nossos pecados e nos livrar da condenação!
Filho: Se ele é todo poderoso por que estar preso e todo machucado em uma cruz? E quem vai nos condenar de que?
Mãe: Por que pessoas malvadas fizeram isso com ele meu filho! Ele quem se deixou capturar e ser torturado por que tinha de morrer por nossos pecados, mas ele reviveu ao terceiro dia! Quem vai nos condenar...bom, isso não sei ao certo, acho que é deus, o pai dele se pecarmos!
Filho: O que é pecado? Como ele pode nos condenar se ele mesmo queria que fôssemos salvos da condenação? Ele também não podia vencer esse tal de pecado com seus poderes já que ele pode tudo? Se ele reviveu dos mortos por que ainda estar ali pregado naquela cruz?
Mãe: Menino, fique calado! Estamos numa igreja! Essas coisas não se perguntam, apenas se acredita! Todos fazemos isso, veja quanta gente fazendo a mesma coisa! Ninguém pergunta nada, apenas faz o que todo mundo faz, entende? Deus pode nos castigar se perguntarmos muito sobre o que não entendemos a cerca dele, por isso temos de acreditar e não perguntar! O que o pregador ou esse livro de capa preta diz não questionamos, apenas obedecemos! Tem sido assim há séculos!
Filho: Não mamãe! Não estou entendo! Qual o propósito disso tudo? Por que somos proibidos de perguntar? Por que ele nos castiga se perguntarmos sobre ele já que ele nos ama? Ele não deveria estar feliz por eu estar interessado em conhece-lo melhor? O que eu fiz para ser castigado por ele? O papai ou professor da escola não me castiga quando pergunto coisas que ainda não entendo... É errado perguntar sobre deus?
Mãe: Cale essa boca menino! Você estar me envergonhando! As pessoas já estão começando a olhar pra mim, fique calado! Um dia você vai entender os profundos mistérios da fé...
Será que vai mesmo...?
Se é uma coisa que ninguém nunca entendeu de verdade, é como funciona as divindades, seus atributos, seu estado de humor e sua base julgamento para decidir quem deve ser abençoado ou quem deve ser punido se levarmos em conta os vários exemplos descritos no próprio livro qual os seguidores afirmam ser a fonte da maior verdade de todos os tempos.
Todos fingem entender de verdade, mas estão apenas mentindo a si mesmos, pois o medo de ser antiquado, ou sofrer represálias pelos mais diversos segmentos sociais faz com que muita gente finja entender tudo que se é dito sobre as divindades e seus controversos gostos e atributos. Quanto mais confuso for um fiel religioso, de igual modo será o retrato desse deus que ele representa.
Aposto que a maioria dos que leram o diálogo acima entre mãe e filho já passou pela mesma situação desse garotinho quando foi a igreja a primeira vez ou quando foi sugerido que rezasse para uma estatueta representando um santo, ou quando fora ensinado a orar ao deus invisível.
Um tapa na boca, um beliscão, um puxão de orelha ou uma repreensão dura na frente de outras pessoas foram os “aplicativos” usados para iniciar um processo de programação mental que duraria por toda uma vida.
Para uma pequeníssima parte dos que hoje conseguiram se livrar desse nível de consciência autodestrutiva e autodepreciativa, se não fosse alguns “acidentes de percurso” que fizeram com que os tais pudessem tomar coragem e expor tudo que pensam ou sentem sobre as incoerências dos vários sistemas de crenças da fé cristã e seu derivados, os mesmo ainda estariam lá.
Se existe males que vem para bem, sofrer decepções nesses agrupamentos é o maior deles. É uma excelente oportunidade para alguém se corrigir e tomar o rumo da própria vida mais uma vez! Tomar vergonha na cara é o principal passo para se reerguer após constatar por conta própria a “utilidade” desses sistemas de crenças, a “eficácia” dos deuses representados, e a “honestidade” de várias das lideranças que representam esses seres perfeitos.
Os que tiveram a sorte de “zerar” o sistema operacional e fazer uma nova programação, sabe que a promessa de “um dia você entenderá” nunca funcionou realmente, mas devido ao medo de repressão pública constante para os que não “entendiam os assuntos sagrados”, ou em troca de uma convivência pacifica resolveram estar calados ou fazer de conta que estavam entendendo os mistérios da fé anunciadas nos círculos onde o deus judaico cristão é cultuado.
Se não fosse por ameaças, o próprio deus hoje cultuado pelos cristãos não teria tantos seguidores como atualmente conseguira. As dez pragas emanadas por ele sobre o Egito foi apenas o começo para que ele viesse estabelecer um ritual de culto e servidão baseado no medo e grave ameaça a todos quantos esse modelo de fé se espalhar. A construção do deus filho é apenas um paliativo para suavizar a má imagem do deus pai.
Já se perguntaram sobre o que seria da fé cristã e de outras linhas de crença que dizem seguir o deus de Abraão, se fosse permitido que seus membros fizessem perguntas simples sobre os princípios da própria fé e sobre os principais personagens do presente e do passado, bem como a origem do próprio ser cultuado que diz estar acima de tudo?
Certamente esse modelo de rito litúrgico e essas variedades de ramificações da mesma crença teriam morrido antes mesmo de nascer. Seria como um aborto, que não dava para prever ao certo seu futuro, apenas fazer uma probabilidade baseado na história pessoal de seus genitores, e do ambiente em que esses vivem. Fora isso, só especulação.
Muitas “seitas” religiosas e de linhas cristãs sofreram “aborto” espontâneo ou intencional logo que foram criadas por lideranças políticas e religiosas, que visaram nas linhas de crenças que ainda hoje se propagam uma facilidade maior de controle das massas. Bem mais fácil seria para lideranças políticas manipular uma população que apenas acredita no que se diz como se é visto até os dias de hoje, do que dominar linhas de pensamentos com tendências filosóficas, a exemplo dos agnósticos do primeiro século da era cristã. Por esse e outros motivos essa linha que hora seguimos ganhou mais espaço. Alguns preferem acreditar que foram os planos de deus que fez com que tal linha prevalecesse(risos).
Se não fosse pela imposição forçada dos líderes políticos e religiosos e a proibição de questionamentos dentro dos círculos de servidão dessa fé, haveria acontecido um desmantelamento das principais estruturas que regem esse modelo de crença. O mesmo provavelmente aconteceria com praticamente todos esses ramos de crenças que dizem seguir o antigo deus da mesopotâmia adotado por cristãos, judeus e mulçumanos. Medo, terror e ameaças de excomunhão social são as ferramentas usadas para manter vivas esse tipo de crença, doutrinada desde os berço por essas três religiões que dizem seguir a esse deus.
Diferente de outras linhas de pensamentos e filosofias já criadas pela humanidade, a fé crista pode entrar em colapso se for permitido o questionamento livre sem repressões sociais atuais e promessas de castigo vindouro.
Métodos filosóficos comuns, desde os mais antigos tempos permitem que seus “usuários” se questionem, questionem os outros ao seu redor, questionem o mundo inteiro se preciso for, e se necessário pode ser descontruído toda uma linha de raciocínio para se adequar a outra caso perceba-se a inconveniência dos fatos.
A filosofia procura sempre compreender o homem e sua relação com outras pessoas e com o mundo. O pensamento religioso cria seres fictícios, valoriza os que procuram se relacionar com tais seres e seus representantes, e despreza ou persegue qualquer um que não se enquadre em tal perfil ou que venha a resistir suas imposições.
A filosofia não teme a questionamentos, pois considera que o questionar é a ferramenta principal para elevar a essência do indivíduo, e esse por sua vez poderá influenciar toda uma sociedade do presente ou do futuro.
O pensamento religioso enaltecer o crer obedecer cegamente ainda que sejam comandos auto destrutivos e condena a liberdade de expressão e o pensamento livre dos envolvidos nesse sistema de crença. Questionar é vergonhoso, querer saber detalhes é um pecado grave! Tais ações podem condena suas relações sociais do presente e compromete seu futuro!
Na bíblia, há dezenas de exemplos de pessoas que foram mortas ou amaldiçoadas simplesmente por questionarem uma ordenança ou liderança divina. Esse método de repressão é usado até hoje vários líderes religiosos para intimidar, extorquir e manipular os que ainda vivem nesse baixo nível de consciência.
Por outro lado, métodos científicos podem ser constatado por qualquer pessoa que seja capaz o suficiente para experimentá-los. Cada vez que novos aparatos científicos são inventados para examinarmos o macro ou o micro cosmos, cientistas se despem de seus antigos conceitos para recomeçar do zero e se necessário for, criar um novo caminho, um novo método de pesquisa, um novo ponto de abordagem e não veem problema nenhum em assumirem que estavam errados em seus conceitos, antes sim, sentem-se jubilosos pelas novas conquistas. Para a ciência, admitir que estava errado é uma conquista. Para a religião é uma vergonha.
A humanidade tem uma dívida enorme com tais indivíduos que trocam os apelos de uma vida comum por uma vida pacata e solitária em constantes pesquisas que contribuem constantemente para a evolução de nossa espécie.
A antropologia, a sociologia, a química, a física, a engenharia...todos são capazes de admitirem erros e reverem seus conceitos, mudarem o rumo de suas pesquisas ou pelo menos os métodos aplicáveis para consultas. Já os métodos aplicados pelos religiosos continuam os mesmos: obediência cega aos líderes religiosos, proibição de questionamentos sobre dúvidas relacionadas a própria crença, e maximização do medo ou da ganancia dos fiéis para obter mais lucros ou fidelidade de público.
A fé cristã não é uma ciência exata, mas se comporta como se fosse. O objeto de culto, apesar de invisível e imensurável, pode adquirir o formato e as proporções que cada líder político ou religioso desejar ou que cada fiel movido pelo medo, ganancia ou ignorância vier a conceber.
Quem questiona as divindades de um povo ou o meio pelas quais elas agem, pode estar fazendo ruir toda uma base sobre a qual determinada sociedade fora montada. Os deuses, caso tivessem os atributos quais a igreja afirmam ter, jamais se irritariam com nenhum tipo de pergunta ou suspeita que os fiéis pudessem ter ou fazer ao seu respeito, antes sim, laços de afeições verdadeiras poderiam surgir entre o que pergunta e o que responde.
Quem fica irritado com os questionamentos acerca das divindades, são acima de tudo aqueles que dependem exatamente de tal crença para continuarem sendo o que são, ganhando o que ganham, ou fazendo o que fazem! Deuses verdadeiramente poderosos e seguros de si, jamais se irritariam com perguntas feitas por meros mortais ao seu respeito. Só seres idiotas, estúpidos e desconfiados dos próprios poderes poderia punir seres indefesos e confusos tentando buscar a verdade. A estupidez e a ganancia de um líder reflete exatamente o retrato do deus que ele representa.
Se a religião não fosse um meio pelo quais autoridades políticas e religiosas obtém lucro e influência sobre o povo, qualquer divindade seria desprezada e esquecida! Tão verdade isso é, que na maioria dos casos boa parte dos líderes políticos e religiosos vivem exatamente o oposto daquilo que dizem ser sagrado, daquilo que dizem agradar aos deuses. Boa parte deles não vivem uma vírgula do que pregam ou dizem acreditar, mas obrigam o povo a seguir, por que sabem que a fé serve também como anestésico natural para retardar possíveis reações populares coletivas e individuais. Quanto mais fé em deus e mais devoto um indivíduo for, menos incomodo essa pessoa será para os que tem planos avessos as suas falas.
Deus, e seus derivados podem ser usados para os fins mais variados possíveis, principalmente para manter uma população em estado constante de letargia e servidão. É ferramenta de controle mais eficiente já inventada por aqueles que controlam e produzem as guerras, que geram problemas para depois venderem a solução. A vinda de jesus por exemplo, é a propaganda mais lucrativa e duradoura que se tem feito no ocidente nos últimos 2 mil anos. Nenhuma campanha publicitária tem faturado tanto nem permanecido no ar por tanto tempo assim, mesmo sem obter os resultados oferecidos. A propaganda da volta de jesus por outro lado pode tornar rico qualquer indivíduo que resolva abrir uma franquia desse tipo de negócios, mesmo sendo um iletrado, ou de procedência moral duvidosa.
Para uma sociedade que diz ser a bíblia e o deus representado nela ser a mais pura verdade do universo, o maior crime que um indivíduo pode cometer é procurar saber mais e mais sobre esse mesmo deus.
Livros de histórias e outros métodos científicos não são apoiados pelos que comercializam a fé como aparato de pesquisa para conhecer sobre a origem da própria crença. Se quiseres conhecer mais sobre deus, dobre seu joelho e fale sozinho a vida inteira e depois faça cara de contente para mostrar aos outros que foi atendido. Leia somente versículos isolados da bíblia sugerida pelo seu grupo e diga entender tudo para ser aceito publicamente pelo grupo qual decidiu fazer parte, e jamais pergunte nada sobre o que você tem dúvida a quem quer que seja, principalmente a professores de filosofia, sociologia, antropologia e biologia. A santa igreja agradece! Você pode fazer o castelo de sonhos de muita gente ruir se tiveres intuito de mostrar as coisas como realmente elas são.
Toda vez que você quiser saber sobre deus usando métodos convencionais, você vai receber um tapa na boca, um beliscão, ou um puxão de orelha. Pode vir de qualquer direção, você nunca sabe. Esteja preparado para isso.
A sociedade cristã pode até te perdoar por ser um genocida, estuprador ou um eterno parasita social, mas provavelmente nunca irão te perdoar se levares a fundo ideia de querer saber a origem de sua própria crença e dos deuses quais você cultua. É o mesmo que assinar sua sentença de morte ou exclusão social. Na maioria dos casos vale a pena, desde que o sujeito tenha coragem de rastejar se preciso for, a depender de muletas.
Ninguém pode abraçar o novo segurando o velho! Há crianças crescidas esperando um presente do bom velhinho por ter sido uma boa pessoa. Há outras porém que não precisam do reconhecimento coletivo para se sentirem seguras e amadas. Você decide se cresce ou se estagna onde estar. Certos tipos de presente, só você pode dar a você mesmo! A libertação de sua consciência é uma delas.
Saúde e sanidade a todos.
Texto escrito em 21/1/2018,
Por Antônio F. Bispo, graduando em jornalismo, Bacharel em Teologia, estudante de religiões e filosofia.