"Uma história de milhares de anos nos conta sobre terrível decisão divina: um dilúvio universal destruiria a humanidade e tudo que fora criado. Um bom homem e sua família, porém, seriam poupados.
A divindade diz ao homem para tudo abandonar e construir um grande barco, dando-lhe instruções e medidas
precisas. Diz também que leve consigo alimentos e animais. A tempestade vem, devastadora; ao final, a
embarcação atraca no topo de uma montanha.
O homem solta alguns pássaros, mas eles não encontram terra seca onde pousar e retornam ao barco. Após algum tempo, uma ave não volta: as águas haviam baixado.
Poucos não reconheceriam nessas linhas a história de Noé, uma das mais famosas passagens da Bíblia. Esse, no entanto, é o resumo de um texto escrito muito antes de a narrativa hebraica existir.
No relato, Uta-napishtim cujo nome significa vida de dias longevos, um habitante da antiquíssima cidade de Shuruppak (fundada por volta de 3000 a.C. no sul do atual Iraque), narra a Gilgamesh, rei de Uruk, a proeza de ter sobrevivido ao dilúvio.
A versão final dessa obra magistral deve ter sido formulada por volta de 1200 a.C. na Babilônia (centro-sul do atual Iraque). Trabalho coletivo ou de um escritor inspirado? Não sabemos ao certo. Mas a própria tradição mesopotâmica consagrou o nome de um escriba e sacerdote, Sîn-leqe-unninni, como sendo o responsável pela Epopeia."
Fonte: Folha de São Paulo
Fonte: Folha de São Paulo
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