terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Punindo as vítimas




Quando critico algumas comunidades e famílias muçulmanas por intimidar as suas meninas e mulheres para cobrir os seus cabelos, toda a cabeça e rosto, ou corpo inteiro, muitas vezes é me dito pelos muçulmanos que cobrir é um benefício para as mulheres. Eles dizem-me que reduz o risco de violação (estupro).

Claro que nenhuma mulher quer ser vítima de violação. Mas é extremamente injusto colocar o ónus de prevenir a violação nas potenciais vítimas! O que devemos é colocar o ónus sobre os potenciais violadores e os potenciais violadores são homens e não as mulheres.

Isso equivale a forçar os condutores de carros desportivos a manter os seus carros numa garagem fechada por medo de serem roubados se conduzirem na via pública. Isso seria retirar os direitos dos proprietários dos carros desportivos para ajudar a evitar que os ladrões de carros possam infringir a lei. Assim está a punir-se as potenciais vítimas e recompensando os possíveis infratores.

Se é verdade que os homens muçulmanos perdem todo o seu autocontrole se verem uma madeixa de cabelo, uma orelha ou lábios femeninos, então são os homens que são o problema. Os muçulmanos devem concentrar-se em educar os seus filhos a respeitar as mulheres, para as tratar como iguais, para os fazer entender que é errado tocar ou bater numa mulher sem seu consentimento (mesmo se essa mulher for sua esposa). Acima de tudo, os rapazes devem ser ensinados que a violação é um crime muito perverso.

Mas, ao olhar para uma face feminina destapada não faz os muçulmanos perderem o seu autocontrole, então qual a necessidade de a encobrir?

Esta não é a única maneira pela qual as nações islâmicas punem as vítimas. É horrívelmente difícil para elas provarem que uma mulher foi violada num tribunal islâmico. A violação só pode ser comprovada se o suposto violador confessar, ou se pelo menos quatro testemunhas HOMENS testemunharem que ocorreu a violação (os tribunais islâmicos irão condenar um violador existindo o testemunho dum homem e de SEIS mulheres). Já dá para imaginar o quão difícil é para provar uma violação. Se não houver quatro testemunhas masculinas, as mulheres não podem obter justiça. Se houvesse quatro testemunhas homens, quais as chances de que todos estariam dispostos a testemunhar a favor dela (e já agora, por que não impediram a violação)?

Mas a coisa ainda piora. Se a vítima é uma mulher casada e o violador não é considerado culpado, ela corre o risco de ser sentenciada por adultério porque admitiu ter relações sexuais com um homem que não é seu marido. Se as mulheres são solteiras, ela poderia ser condenada por fornicação. As punições por adultério e fornicação variam de acordo com o tribunal, mas geralmente são severas: até 100 chicotadas E lapidação até a morte.

É difícil imaginar como tudo está feito para ser contra as mulheres. A violação é um crime pouco denunciado na maioria dos países porque as mulheres se sentem profanadas e envergonhadas. E quando é tão difícil obter uma condenação e quando as consequências de falharem essa condenação são tão altas, é surpreendente que qualquer violação seja relatada.

Então, quando um muçulmano se vangloria de que a violação é menos frequente em países islâmicos do que em países cristãos (o que é verdadeiro), podes ter certeza de que ele apenas está a fantasiar. Ou, como eu prefiro dizer, uma conversa de merda. 


Traduzido e adaptado de Bill Flavell

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