sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Todos nascemos ateus...



PAREM!
A sério, parem!!
Parem de usar o argumento de que "Todos nascemos ateus".
Se o continuarem a fazer, arriscam-se a deparar-se com um crente um pouco mais inteligente e que seja intelectualmente desonesto (são quase todos) e ele irá fazer-vos passar uma vergonha, demonstrado de forma perfeitamente racional e lógica que as pessoas NÃO NASCEM ATEIAS.

Na realidade, todas as pessoas nascem descrentes.
Não nascem ateias. Mas nascem SEM RELIGIÃO ou com conceitos religiosos. (embora tenhamos uma herança genética que nos predispõe a acreditar no sobrenatural.)

Podíamos dizer que nascemos ateus se atentássemos apenas ao étimo da palavra "ateu", que associa o prefixo "a" como indicador de negação e "theos", do grego, para deus.
Ou seja, aquele que não tem deus, ou que não acredita em deus.
Na realidade, "ateu" é a antítese de "teísta".
Basicamente, o "teísta" é aquele que acredita em deus (ou deuses) e o ateu é aquele que NÃO acredita em deus(es).
Ou seja, o ateu é aquele que não acredita na afirmação feita, sem quaisquer provas, pelos teístas, uma vez que o ónus da prova está do lado deles.
Mas, actualmente, o termo de "ateu" tornou-se um pouco mais específico, designando aquele que CONSCIENTEMENTE não acredita na existência de deus. Quando nascemos, não temos qualquer conhecimento de deus.
Usualmente esse "conhecimento" é incutido nas crianças, por parte dos pais ou familiares próximos, precisamente numa idade em que as crianças não sabem distinguir a fantasia da realidade.

Uma pessoa só se pode intitular de ateu, actualmente, se após ter avaliado os conceitos e os dados existentes a aplicado critérios de lógica racional, ter CONCLUÍDO que não existem deuses ou que a probabilidade de existência de deuses é tão remota e improvável que se pode assumir a sua não existência.
As crianças NÃO TÊM esses dados e muito menos a capacidade de raciocínio analítico. Portanto, NÃO podem ser ateias, pela definição actual do termo.
Podem ser não-religiosas, ou descrentes, por omissão.
Mas só depois de analisarem os factos (e a falta deles), é que podem concluir pelo ateísmo.

Portanto, não achem que dizer que "nascemos ateus" é válido ou sequer algo de valor. Porque nascer numa situação por omissão é muito menos valoroso do que atingir um estado através de valor próprio, conseguido através de inteligência, racionalidade, e capacidades lógicas.

Texto de Rui Batista

Sem comentários:

Enviar um comentário