Após anos de convivência e interacção com crentes e com ateus, assistindo e intervindo em inúmeros debates, verifiquei existir um padrão consistente no que respeita ao modo como são construídos, apresentados e defendidos os argumentos de ambas as partes.
Os argumentos dos ateus são sempre baseados numa construção lógica, recorrendo a exemplos que podem ser testados ou que estão acessíveis a todos. Por exemplo, alguns dos argumentos têm como base a própria bíblia, onde as preposições (premissas) estão textualmente expostas, e que são desmontadas ou expostas ao ridículo, através de um simples raciocínio logicamente estruturado.
Quando um crente tenta atacar ou desmontar um argumento ateu, vê-se na obrigação de tentar distorcer ou escamotear a lógica, coisa que nunca consegue fazer, expondo-se assim ao ridículo.
Os argumentos religiosos são tentativas vãs de criar paralelismos circunscritos a parâmetros muito delimitados, onde a lógica funciona apenas de forma superficial, tentando esconder uma quantidade de falácias que servem de alicerces fracos para esse argumento.
Quando um ateu desmonta e refuta esse argumento - usualmente de uma forma bastante fácil - o crente tenta “remendar” o argumento, com argumentos adicionais, que acabam por ainda afundar mais o argumento inicial.
O crente vê-se na obrigação de recorrer à apologética e, quando tudo o resto falha, lança para a mesa a “carta de trunfo” que consiste é aludir à fé, como se isso fosse motivo para validar o seu argumento.
Chegam a ser debates que podiam ser considerados “injustos”, visto o nível de argumentação e de defesa e refutação dessas mesmas argumentações, estarem tão distantes uns dos outros.
Mas, convenhamos, os ateus gostam de expor os crentes ao ridículo com um prazer e vontade quase tão grande quanto os crentes gostam de se expor ao ridículo.
Texto de Rui Batista
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