O perfil de um ateu (e vou generalizar, assumindo um ateu que o é por
ter concluído que não existem divindades, e não meramente um "ateu
modinha", que o é só para ser do contra e ser diferente) é o que uma
pessoa que analisa tudo logicamente e que não aceita uma ideia ou uma
afirmação sem que existam bases coerentes e sólidas para ser aceite. E,
no caso do ateísmo, aplica esse "modus operandi" à questão das
divindades.
O perfil de um religioso é bem mais complexo. Há muitas razões para a pessoa ser crente.
Pode resultar de uma influência familiar desde a mais tenra infância, numa altura em que o cérebro imaturo é incapaz de distinguir entre a fantasia e a realidade (o motivo mais usual).
Pode resultar de uma influência familiar desde a mais tenra infância, numa altura em que o cérebro imaturo é incapaz de distinguir entre a fantasia e a realidade (o motivo mais usual).
Pode resultar da necessidade de obter respostas simples para as
questões que se tem, respostas essas que não requerem estudo e que são
inquestionáveis.
Pode resultar de uma sensação de revelação após uma situação traumática.
Pode resultar de uma incapacidade de distinguir casualidade com causalidade associada a uma necessidade de sentir que existe um propósito superior na vida.
Etc...
No entanto, algo que é comum a todo o tipo de crente é a capacidade de se auto-autorizar a lidar com a crença de um modo especial, em que as regras lógicas do raciocínio analítico são suspensas para poder preservar a crença.
A relação com uma suposta doença mental seria a de o crente ter a capacidade de se auto-sugestionar ao ponto de agir como um esquizofrénico, acreditando que realmente existe uma entidade invisível que é impossível de provar (porque não existe), falando com ela telepaticamente e acreditando obter respostas.
É como uma criança com amigos imaginários. Só que o crente convence-se MESMO que esse amigo imaginário é real e, pior que isso, tenta convencer outros de que é real.
E, ao ser apoiado por uma comunidade de outros crentes que acreditam na mesma coisa, sente-se ainda mais suportado nessa ideia.
Para suportar essa ideia, aceita (desligando o raciocínio analítico, através daquilo a que chama de "fé") as ideias mais mirabolantes que lhe são acessórias (os dogmas religiosos).
Quando confrontado com factos e provas, entra usualmente em negação, um dos processos que resultam das dissonâncias cognitivas associadas à dissecação da crença. Outras vezes entra mesmo em conflito directo.
São tudo processos mentais, psicológicos. Não tenho conhecimentos de psicologia e neurologia para poder dizer se esta patologia pode ser considerada uma "doença" do foro mental.
Mas é, pelo menos, um processo de entorpecimento, de alienação voluntária e de negação aos processos normais de raciocínio.
Texto de Rui Batista
Pode resultar de uma sensação de revelação após uma situação traumática.
Pode resultar de uma incapacidade de distinguir casualidade com causalidade associada a uma necessidade de sentir que existe um propósito superior na vida.
Etc...
No entanto, algo que é comum a todo o tipo de crente é a capacidade de se auto-autorizar a lidar com a crença de um modo especial, em que as regras lógicas do raciocínio analítico são suspensas para poder preservar a crença.
A relação com uma suposta doença mental seria a de o crente ter a capacidade de se auto-sugestionar ao ponto de agir como um esquizofrénico, acreditando que realmente existe uma entidade invisível que é impossível de provar (porque não existe), falando com ela telepaticamente e acreditando obter respostas.
É como uma criança com amigos imaginários. Só que o crente convence-se MESMO que esse amigo imaginário é real e, pior que isso, tenta convencer outros de que é real.
E, ao ser apoiado por uma comunidade de outros crentes que acreditam na mesma coisa, sente-se ainda mais suportado nessa ideia.
Para suportar essa ideia, aceita (desligando o raciocínio analítico, através daquilo a que chama de "fé") as ideias mais mirabolantes que lhe são acessórias (os dogmas religiosos).
Quando confrontado com factos e provas, entra usualmente em negação, um dos processos que resultam das dissonâncias cognitivas associadas à dissecação da crença. Outras vezes entra mesmo em conflito directo.
São tudo processos mentais, psicológicos. Não tenho conhecimentos de psicologia e neurologia para poder dizer se esta patologia pode ser considerada uma "doença" do foro mental.
Mas é, pelo menos, um processo de entorpecimento, de alienação voluntária e de negação aos processos normais de raciocínio.
Texto de Rui Batista
Sem comentários:
Enviar um comentário