sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Os tributos eclesiásticos da fabricação da culpa à oferta de salvação!



Como numa transação comercial, a lei da oferta e da procura foram previamente planejas para remissão de seus “pecados”

Do nascimento até a morte, o cristão tem sua meta de culpas, pecados e “taxas moratórias” a pagar a um ser do mundo metafísico do coletivo imaginário popular. Segundo os que regem o “santo império da fé”, ninguém pode deixar esse mundo sem antes quitar as dívidas adquiridas desde o nascimento com esse ser. Deus e o diabo brigaram milhares de séculos atrás, mas quem paga a conta por isso é você. Isso parece até o efeito cascata de uma má gestão pública causada por um gestor ruim em países subdesenvolvidos.

Não seria redundante mostrar que as “taxas tributárias sobre o pecado” que os indivíduos pagam em países subdesenvolvidos, são semelhantes as pesadíssimas cargas de impostos cobradas pelo governantes nesses mesmos países. Em ambos os casos, os tributados dispõem de péssimos serviços prestados pelos gestores, enquanto observam parte do fruto de seus esforços sendo direcionados para o luxo dos que os dirigem e a utilização da máquina pública para opressão e repressão dos que tentam levar o povo à lucidez.

Para recebimento e cobrança dessas infinitas taxas tributárias sobre o pecado dos homens, estabeleceu-se por conta própria um instituição denominada de “a igreja do senhor”. Aliás, ela mesma se auto intitulou intermediadora (cambista), e ela mesma quem definiu as normativas de pagamento e valores dos tributos de acordo com raça, cor e poder aquisitivo dos subordinados.

Negros, povos colonizados, pobres e analfabetos sempre foram os mais tributados por essa instituição mundialmente atuante. Se você é rico ou tem amigos poderosos na base do clero por exemplo, você poderá até ser canonizado e venerado como santo depois de morto, mesmo se em vida fostes uma má pessoa, um líder de uma organização criminosa, um genocida ou um grande manipulador. Não te assustes se na base dos grandes governos cristãos e nos que controlam as mídias audiovisuais vires as mesmas coisas. São apenas ossos do oficio desse sistema tributário.

Desde Constantino, os que criam as “leis de deus” e as “leis dos homens” bem como aqueles que as tornam conhecidas entre os povos, quase sempre andaram de mãos dadas ou tem os mesmos interesses. Você sempre será culpado por algum crime que nunca cometeu ou será penalizado pelo seu comodismo, mas se reagires aos tributos e a forma de governo imposta, sua pena será ainda maior. Ore e agradeça a deus por tudo, “pois em tudo dai graças. Esse é o mandamento divino”...

O pecado, segundo a “santa igreja”, é o tributo final das cobranças impostas ao homens de acordo com essa instituição credora. O pecado gera a morte. Por causa do pecado do homem para com deus toda a natureza padece. Desastres ecológicos e epidemias com milhares de mortes tem sido um modo desse deus soberano aplacar um pouco a sua ira e não nos exterminar de uma vez por todas. Devemos agradecer esse ato corretivo de misericórdia, segundo pensamento medieval ainda presente.

Como um pai desequilibrado que só vive sob efeito do álcool, ele estar vendo tudo o tempo inteiro mas nada faz. De repente, ele perde a paciência, vem e espanca todo mundo com sua ira descomunal e só para de bater quando o clero se reúne para pedir misericórdia e ofertar os tributos arrecadados em seu nome.

Penitencias, orações, dízimos, ofertas, compra de produtos ungidos e obediência cega aos líderes da igreja são os meios mais comuns que a igreja estabeleceu para quitação do tributo do pecado do homem para com deus e para aplacar sua ira. Além das coisas que a própria igreja já instituiu como pecado, ela não importa que uma pessoa isolada ou um grupo inteiro de pessoas venham “fabricar” ainda mais outras modalidades de pensamentos e ações que levem o homem a se considerar um mísero pecador. Para a santa igreja, quanto mais culpa mais lucro, mais domínio!

Beneditinos, franciscanos, puritanos, protestantes, sabatistas, calvinistas, luteranos, anabatistas, evangélicos e tantos outros segmentos, são apenas maneiras diferentes de produzir mais culpa aos homens e desse modo gerar mais tributos para a “casa de deus” e gerar mais pessoas submissas aos “cobradores de impostos da fé”.

Se você vai se culpar por tomar um refrigerante, assistir TV, ver o corpo nu de seu próprio conjugue, ter falado um palavrão, ter comido carne de porco ou por ter esquecido de guardar um dia santo, isso não importa! Importa mesmo é que você diga para si mesmo todos os dias, diga para todo mundo, diga aos quatro ventos que você é um miserável pecador e que precisa da graça de deus para ser salvo! A graça de só vem por intermédio da igreja.

Desse modo, tu serás agraciado pois a santa igreja, em suas várias modalidades de seguimentos irá dizer: “estamos aqui para te ajudar”! Por esse ou por aquele valor, por esse ou por aquele serviço voluntário, por essa ou por aquela penitencia, te reconciliaremos a deus e tu serás puro outra vez!

Deus em seu infinito silencio e complacência dirá amém a tudo que seus representantes intentar fazer em seu nome. Ele, assim como a santa igreja só irá se enfurecer contra ti quando questionares a ideia de pecado e as indulgencias cobradas pela igreja.

Então pequem! Pequem mais! Pequem mesmo! Pequem muito... A igreja agradece! Se queres a atenção de seu líder religioso, crie ou gere culpa para si mesmo e para tantos outros possíveis! A igreja entraria em falência se não fosse pelos seus “pecados”. Para o bem da própria igreja que tu amas tanto, não se libertes dos teus sentimento de culpa inseridos pela ideia de pecado e sejas um eterno miserável e pobre pecador, e diga isso com toda a força do seu ser.

Para cada 20 novas pessoas que confessam isso publicamente um novo obreiro, sacerdote ou “ungido” é consagrado e um novo projeto de templo é iniciado. Se tu é do tipo que apoias mais a construção de igrejas do que de escolas em nosso país, continue “pecando” e peque muito, só assim mais igrejas tomarão o espaços de instituições realmente prestativas e tu jamais irá precisar de raciocinar nada, pois até isso os “ungidos do senhor” farão por ti. Se entenderes bem como funciona o sistema e não fores capaz de se rebelar contra ele, também te consagração a uma das várias modalidade de cargos disponíveis no futuro, após atingires sua cota de “pecado”.

A igreja precisa de “pecadores” para sobreviver, de pessoas que vivam atoladas em sentimentos baixos, se culpando por todo tipo de idiotices que fizeram ou deixaram de fazer. Gente honesta, direita e que não precisam da ideia de deus para fazer o que é certo e justo sempre deram prejuízos a igreja. Gente de boa índole que não esteja ligado a uma instituição religiosa é uma afronta a igreja. Um projeto do anticristo, pois somente “em deus” o homem pode fazer o bem! Assim professa a velha bancada dos vendedores de indulgencia.

Pessoas que promovem o caos, sempre foram os maiores aliados dos “homens de deus”. Não é à toa que as pessoas que se tornam celebridades instantâneas em qualquer instituição religiosas, não são aquelas que tem uma história bonita de honra para contar, mas são exatamente as que mais aprontaram na sociedade, que irão receber atenção especial de toda igreja. Gente equilibrada e igreja nunca foi uma combinação boa! Quanto mais macabra e hedionda for a história de uma pessoa, maior será sua receptividade na “casa de deus”, principalmente no meio evangélico pentecostal. Eles te farão de macaquinho adestrado de circo, e irão te conduzir de evento em evento, de cruzada em cruzada, de vigília em vigília, falando de sua “conversão” e arrecadando fundos para o “reino de deus”. Aleluia!

Quem sabe, não há nada mais delicioso aos ouvidos da maioria dos líderes religiosos do que a expressão: “pequei, preciso confessar”. Já por sua vez a expressão: “aprendi o suficiente para conduzir minha vida sozinho” deixa quase todos os líderes religiosos cristãos com a síndrome do ninho vazio. Por isso inventaram a expressão: “fora da igreja não há salvação”...

A ideia de pecado gera dependência e lucratividade para todo um sistema. Toda a hierarquia eclesiástica depende do seu pecado para sobreviver. Todo o poder e majestade que a esses homens foram atribuídos, dependem justamente da culpa que você carrega desnecessariamente ou do estilo de vida louco que uma pessoa “cheia de deus” possa levar quando se deixa “ser usada pelo diabo”.

A lucidez e a disciplina levam à falência qualquer sistema religioso predador. Quase todos eles o são! A auto-suficiência dos homens é o maior pesadelo de qualquer sistema que tenha a ignorância dos homens como o maior serviço a ser explorado.

Esse modelo de prestação de serviços fornecido por boa parte dos grupos religiosos cristãos, assemelhasse a algumas empresas que vendem produtos sem garantias e com defeitos, sabendo que o cliente logo vai comprar outro, ou como prestadoras de serviços que vendem planos sabendo que o cliente jamais irão usar. Seu pecado e sua culpa, são símbolos de lucro, poder e domínio...Cada “pecado” cometido por ti faz valer o “preço das ações” na “bolsa de valores” da igreja qual você faz parte

Como já dito, o cristianismo é tão bom para esse tipo de pensamento que qualquer igreja ou segmento pode criar sua própria cota de pecados fornecer aos congregados e a forma de remissão para eles. Até depois da morte, no purgatório, alguns indivíduos ainda continuarão fornecendo receitas aos cofres da santa igreja.

Pensem bem: tem coisa mais lucrativa no mundo do que o comércio da ingenuidade? Oh coisa boa! Uma fonte infinita de lucros que faz com que até depois de morto o indivíduo gere “comissão” para o “atravessador”.

Nenhuma empresa de MMN superou até agora os sistemas de arrecadações de lucros gerados para os “pais fundadores” da santa “ig-empresa”. Nenhuma durou tanto tempo atuando e fornecendo serviços até no post mortem! Nenhuma usou a mesma propaganda por tanto tempo (a volta de jesus). Nenhuma se mete tanto em sua vida pessoal e familiar quanto essa.

Acredito que toda empresa de MMN que já surgiu, teve como base os sistemas religiosos cristãos atuante desde o século 3 de nossa era. A ideia de pecado é o carro chefe dessa grande multinacional. As empresas de MMN mais lucrativas de hoje vendem ração alimentar, cosméticos, ou produtos que trazem benefícios a saúde dos usuários para se manterem funcionando. A santa igreja te vende a ideia do pecado e oferece a remissão para os mesmo e bate a lucratividade de todas essas empresas juntas. Para o modelo católico de ser por exemplo, a tributação sobre o pecado começa na fecundação de um embrião. Uma linha de pensamento desse segmento concorda que temos em nosso DNA, a herança do pecado de Adão e Eva e por isso somos amaldiçoados desde a concepção, tendo assim de tributar a igreja de alguma forma para sermos livres desse pecado.

Outra linha acredita que é no ato sexual natural entre homem e mulher que começa nosso pecado e que o único homem nascido sem pecado no mundo fora aquele em que não houve sexo natural para conceber, cuja mãe fora engravidada por uma pomba. Relação homem-mulher é pecado. Relação com uma pomba imaginária não! Vá entender...

Outra linha do cristianismo defende que no ato do nascimento quando uma criança ao ser concebido por meio do parto natural, ela tem contato com o clitóris da mãe ao ser expulso pelas contrações musculares da região pélvica. Se for menino, o pecado é ainda maior, pois quando ao sair do ventre, o pênis do bebê roça (tem contato) a vulva de sua genitora, tornando assim esse pequeno ser instantaneamente um pecador. Esse também é uma outra forma de entendimento sobre o PECADO NATURAL segundo uma linha do cristianismo.

Com o desenvolvimento da medicina e a concepção do feto por meio do parto à cesariana, a igreja iria perder um grande público pagante no futuro e não iriam poder cobrar taxas tributarias sobre o pecado desses, já que esses ficaram isento do contato com a vagina da mãe e assim livres do pecado natural.

Logo pensaram numa outra ideia! Definiram que não estaria o pecado natural somente no contato do feto com o clitóris da própria mãe, mas o simples fato instintivo de um recém-nascido mamar os primeiros goles do leito materno em sua genitora iria constituir também uma forma de pecado natural, já que os seios femininos (bem como todo o corpo de uma mulher) quase sempre fora na concepção cristã, o caminho para a perdição dos homens. Como resultado dessa visão deturpada do passado, até hoje apenas os mamilos femininos são censurados quando mostrados em público, os dos homens não.

Desse modo, entendendo desse novo ângulo o “pecado natural do homem”, a criação de deus seria perfeita, mas logo nos primeiros segundos de vida ao se alimentar, o ser o humano se contaminaria pelo pecado e a igreja estaria ali para livrar de tão grandiosa culpa os recém nascidos, fornecendo inicialmente o batismos para remissão de pecados.

Que maravilha não é? Tudo foi providenciado tão perfeitamente que até parece que foi a própria igreja quem criou tudo isso... Só parece mesmo, ainda bem! Que bom que tudo já foi planejado para que nenhum homem “se perca”.


Texto de Antônio F. Bispo, graduando em jornalismo, Bacharel em Teologia, estudante de religiões e filosofia.

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