Segundo o dicionário “personificação” se refere a “indivíduo que representa, simboliza ou faz lembrar alguma coisa abstrata”.
Em outras palavras, podemos dizer que o processo de personificação, que associa uma pessoa a um conceito abstrato ou a algo que não é humano, é a chave para o entendimento das crenças religiosas.
Uma pessoa tende a ser mais religiosa na medida exata em que vê o mundo por uma ótica personificada. Quando associa aspectos humanos a praticamente qualquer coisa.
Os deuses e espíritos nada mais são do que a atribuição de característica humanas a fenômenos da natureza, objetos, animais e principalmente conceitos abstratos.
Um deus nasce sempre que algo “se faz pessoa”.
Por que as pessoas fazem isso? Por que precisam tornar o rio, a montanha, o mar, o céu, a chuva, os animais, a morte, a alegria, a esperança ou a bondade um ser humano?
Isso é relativamente simples de explicar. Não suportamos a indiferença do mundo e por isso preferimos que coisas e conceitos sejam “gente” como nós.
Quando um conceito “se faz gente”, podemos conversar, negociar, implorar e até pretender dar ordens para ele.
Um mundo povoado por mentes humanas é infinitamente mais aceitável do que um mundo povoado por leis impessoais e por fenômenos indiferentes a nossa sorte.
Não há nenhuma crença religiosa que não possa ser traduzida em termos de personificação de algo abstrato ou não humano.
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