terça-feira, 18 de setembro de 2018

Religião e personificação




Segundo o dicionário “personificação” se refere a “indivíduo que representa, simboliza ou faz lembrar alguma coisa abstrata”.

Em outras palavras, podemos dizer que o processo de personificação, que associa uma pessoa a um conceito abstrato ou a algo que não é humano, é a chave para o entendimento das crenças religiosas.

Uma pessoa tende a ser mais religiosa na medida exata em que vê o mundo por uma ótica personificada. Quando associa aspectos humanos a praticamente qualquer coisa.

Os deuses e espíritos nada mais são do que a atribuição de característica humanas a fenômenos da natureza, objetos, animais e principalmente conceitos abstratos.

Um deus nasce sempre que algo “se faz pessoa”.

Por que as pessoas fazem isso? Por que precisam tornar o rio, a montanha, o mar, o céu, a chuva, os animais, a morte, a alegria, a esperança ou a bondade um ser humano?

Isso é relativamente simples de explicar. Não suportamos a indiferença do mundo e por isso preferimos que coisas e conceitos sejam “gente” como nós.

Quando um conceito “se faz gente”, podemos conversar, negociar, implorar e até pretender dar ordens para ele.

Um mundo povoado por mentes humanas é infinitamente mais aceitável do que um mundo povoado por leis impessoais e por fenômenos indiferentes a nossa sorte.

Não há nenhuma crença religiosa que não possa ser traduzida em termos de personificação de algo abstrato ou não humano. 


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